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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[27/09/19]
Telebras vai ao Cade contra Via Direta e sindicatos das operadoras de telecom
Representação da estatal acusa o SindiTelebrasil Sindisat e a empresa Via Direta
de tentarem impedir o acesso de novas empresas no mercado. Essa denúncia é uma
reação à ação das entidades contra o contrato da Telebras e ViaSat, que foi
suspenso pelo TCU.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investiga a denúncia da
Telebras contra o SindiTelebrasil, SindiSat, Via Direta e Rede Tiradentes que,
na visão da estatal, estariam praticando infrações à ordem econômica ao tentar
barrar, na justiça, o contrato celebrado por ela e a Viasat. A representação
apresentada em junho pela estatal foi transformada em Procedimento Preparatório
de Inquérito Administrativo e as representadas têm até o final deste mês para
apresentarem suas defesas.
Segundo a Telebras, a atuação das entidades e das empresas tem o condão de
limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado e criar dificuldades à
constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou
de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços. Afirma que as
representadas atuam de forma coordenada ao ingressar com ações civis
questionando a legalidade do contrato e pedindo acesso ao contrato comercial
assinado entre a estatal e a empresa de satélite norte-americana.
A Telebras acusa o SindiSat e o SindiTelebrasil de combinaram a atuação em
assembleia geral da entidade representante das empresas de satélite.
Políticas públicas
Na representação, a estatal alega que a associação com a Viasat, empresa
entrante no Brasil, visa viabilizar inicio da prestação de serviços de
telecomunicações por meio da banda Ka (banda comercial civil) do Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). E diz que o acordo
permite que ambas empresas prestem serviços de telecomunicações via satélite de
forma a aproveitar as sinergias da parceria.
Destaca também que o acordo permite que a Telebras preste serviços a seus
clientes, atendendo às demandas de governo e políticas públicas para a expansão
do acesso à Internet em banda larga no país. A ação movida pela estatal defende
ainda a legalidade do contrato, com a apresentação de pareceres jurídicos que
afastariam a prática de”invasão em matéria sujeita à reserva legal”, como
afirmam as representadas.
A Telebras afirma que as representadas litigam de forma predatória visando
efeitos anticoncorrenciais. “De fato, as empresas de telecomunicações envolvidas
nesta representação, diretamente, ou via seus sindicatos, já atuam no mercado
satelital e litigam, curiosamente, contra duas empresas (Telebras e Viasat) que
seriam novos players ou novos fornecedores de serviços em seu mercado – as
manobras das representadas visam unicamente prevenir ou atrasar a entrada de
novos concorrentes. Pretende-se atacar rivais concorrenciais, com objetivo de
ganhos competitivos, independente do resultado final da ação”, afirma a estatal
na representação.
” As representadas forçam a Telebras a iniciar uma contenda judicial em que não
possuem chances de vencer, procuram somente desgastar os recursos da Telebras em
detrimento da saudável concorrência de mercado, bem-estar social e políticas
públicas. Novamente, o prejuízo não decorre da decisão judicial desfavorável,
mas do próprio procedimento judicial”, sustenta a estatal.
A Telebras juntou à representação a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF),
que, em liminar, tornou sem efeito as decisões que suspenderam o contrato com a
Viasat. Porém, a atuação da estatal foi novamente suspensa por cautelar expedida
pelo Tribunal de Contas da União (TCU).