WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2019
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Teletime
[30/08/19]
Governo cria comitê para viabilização da Telebras - por Marcos Urupá
Foi publicado na edição desta quinta-feira, 29, do Diário Oficial da União a
resolução 67, de 21 de agosto de 2019, que submete à apreciação do Presidente da
República a qualificação da Telebras para ser inserida no Programa de Parceria
de Investimentos (PPI) do governo federal e cria um comitê interministerial
para tratar do tema. A entrada no programa tem como objetivo permitir a
elaboração de estudos e avaliação de alternativas de parceria com a iniciativa
privada e criação de estratégias de ganhos de eficiência e resultado, com vistas
a garantir sua sustentabilidade econômico-financeira. A indicação da empresa ao
Programa foi feita pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI),
vinculado à Presidência da República.
Semana passada, o governo anunciou a lista das empresas públicas que poderão
passar por um processo de privatização.
A resolução cria o Comitê Interministerial, composto por dois membros da Casa
Civil da Presidência da República, por meio da Secretaria Especial do Programa
de Parceria de Investimentos – SPPI, que fará a sua coordenação; do Ministério
da Economia; e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O
Banco Nacional para o Desenvolvimento Social (BNDES) e a Telebras também
integrarão o comitê como entidades convidadas. A este grupo cabe o
acompanhamento e opinar sobre os estudos com possibilidades e modelos de
parcerias com a iniciativa privada e assessorar a Secretaria Especial do
Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI) no que for necessário. O comitê
terá um prazo de 180 dias para a conclusão dos trabalhos, que contará a partir
da contratação da instituição que elaborará os estudos que apresentarão as
alternativas de parceria com a iniciativa privada. Este prazo poderá ser
prorrogado por igual período.
A decisão do CPPI levou em consideração a necessidade de ampliar as
oportunidades de investimento e emprego no País; a importância da Telebras e a
necessidade de se realizar estudos que tenham como meta a busca de parcerias com
iniciativas privadas e a solução dos entraves que trazem obstáculos à ampliação
de infraestrutura da empresa no país. Pela resolução, BNDES poderá ser
contratado para a elaboração dos estudos que apresentarão as alternativas de
parceria com a iniciativa privada, e caberá ao Conselho do Programa de Parcerias
de Investimentos a aprovação.
No mesmo dia em que foi divulgada a lista de privatizações do governo, a
Telebras publicou fato relevante replicando anúncio do CPPI. O governo
afirmou na ocasião que o prazo para a conclusão final de todo processo pode ser
de dois anos ou mais. A estatal, por sua vez, disse não ter sido formalmente
comunicada de sua qualificação no âmbito do programa. Este noticiário procurou a
assessoria de comunicação da SPPI e da Telebras para obter mais informações, mas
até o fechamento desta notícia não obteve retorno das perguntas enviadas.
Contudo, a Telebras enviou comunicado pedindo alteração para esclarecer que quem
falou sobre o prazo de conclusão do estudo foram o ministro-chefe da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; e o
secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, José Salim
Mattar Júnior.
O fato relevante pode ser conferido aqui, enquanto a íntegra da coletiva de
imprensa do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos de pode ser
conferida aqui.
Em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados na semana passada, o coordenador na
assessoria espacial do Ministério da Defesa, coronel Anderson Tesch Hosken
Alvarenga, avaliou que
ainda é cedo para julgar se a privatização da Telebras traria impacto na questão
da soberania. Na mesma ocasião, o ex-presidente da empresa, Jorge Bittar, e
o deputado Luis Miranda (DEM-DF), criticaram os planos do governo. Já Vitor
Menezes, secretário de telecomunicações do MCTIC, destacou que o modelo ainda
será estudado pela secretaria do PPI, e que ainda não ha definições. Além da
operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), que tem
capacidade dedicada às Forças Armadas na banda X, a estatal tem infraestrutura
terrestre considerada crítica para a soberania.
(Colaborou Bruno do Amaral)