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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[09/01/19]
Sem dinheiro da Telebras, começa a construção do cabo submarino Brasil-Europa
- por Rafael Bucco
Estatal trocou ações na joint-venture, e obrigações de aporte de capital, por
direito irrevogável de uso do cabo submarino.
Começou a construção do cabo submarino Brasil-Europa. A estrutura será feita
pela Alcatel Submarine Networks para a EllaLink, empresa dona do cabo. O anúncio
foi realizado ontem, 8, pelas empresas na Irlanda, onde fica a subsidiária da
EllaLink que vai explorar o produto comercialmente.
Até o final de 2018, a EllaLink era uma joint-venture entre Telebras e a
espanhola EulaLink. Mas, conforme adiantado pelo Tele.Síntese em outubro, a
estatal iria se retirar do negócio trocando suas ações (e necessidade de aportes
financeiros) por direito de uso. A saída da iniciativa se deveu à falta de
recursos da brasileira.
A operação se confirmou no último dia de 2018, quando a estatal assinou o
contrato de permuta de ações por “direito irrevogável de uso”. Ou seja, a
Telebras vai receber um montante não revelado pela participação que tinha na
joint-venture, com a obrigação de remeter boa parte do valor à Irlanda para
pagar pelo uso do cabo.
Conforme comunicado de 2 de janeiro da Telebras, o cabo submarino entrará em
operação comercial em 30 de janeiro de 2021. Ontem, no entanto, a EllaLink
afirmou que a operação começa em 2020.
O cabo terá 9,2 mil Km de extensão. Será composto por quatro pares de fibra, com
capacidade total de 72 Tbps e vida útil de 25 anos. Vai conectar data centes de
Madri (Espanha), Lisboa (Portugal), Meselha (França), Fortaleza e São Paulo
(Brasil), onde chegará através de Praia Grande. Será o primeiro cabo
transatlântico do mundo ligando América do Sul e Europa. Além da Telebras, já
estão confirmados entre os clientes do cabo o consórcio europeu de pesquisa
Bella, que contratou pelo menos 100 Gbps e fará a conexão com instituições
também de pesquisa latino-americanas; a operadora africana Cabo Verde Telecom; e
a EMACOM, da Ilha da Madeira.