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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[15/03/19]
Telebras termina 2018 com prejuízo de R$ 224 milhões - por Rafael Bucco
A Telebras divulgou hoje, 15, seu resultado para o ano de 2018. A estatal apurou
receita líquida de R$ 199,6 milhões no ano, valor 2,7x maior que o registrado em
2017. Os custos, no entanto, aumentaram 17%, para R$ 262 milhões. O resultado
foi um EBITDA negativo de R$ 62,8 milhões e prejuízo total de R$ 224,85 milhões,
7,8% menor que o registrado no ano anterior.
O forte prejuízo se deu em função do aumento da depreciação, que dobrou e
atingiu R$ 126 milhões graças à entrada em operação do satélite SGDC, que
depreciou-se em R$ 65 milhões ao longo do segundo semestre de 2018.
Já a receita aumentou devido ao crescimento do número de contratos com governo e
consequente ativação de novos circuitos. A estatal aumentou 111% a quantidade de
circuitos em 2018, chegando ao total de 3.654. A maior parte para atender a
demanda da Dataprev, do Ministério do Trabalho (hoje incorporado ao da Economia)
e do ICMBio. A empresa também começou a receber do Ministério da Defesa pelo
fornecimento de Banda X do satélite brasileiro SGDC às Forças Armadas. Também
aconteceu o reconhecimento antecipado das receitas com o serviço Gesac fornecido
ao MCTIC.
Os custos e despesas operacionais aumentaram em função da contratação de linha
dedicada (EILD) para atender ao acordo com a Dataprev, Ministério do Trabalho e
ICMBio.
PNBL “SAI DE CENA”
A estatal investiu R$ 213 milhões no período, apenas 46% do previsto no
orçamento. A maior parte do dinheiro foi destinada ao SGDC (R$ 175 milhões).
Ainda assim, o valor foi metade do programado. Já o Plano Nacional de Banda
Larga recebeu 33% do programado, ou seja, a estatal gastou R$ 33,16 milhões de
um projeto cujo orçamento alcançava R$ 102 milhões.
No relatório, a administração da companhia afirma que as políticas de
telecomunicações estabelecidas no decreto 9.612/18 “tiram de cena” o PNBL, que
era definido pelo decreto 7.175/10.
A Telebras afirma, ainda, no balanço que o desempenho não foi melhor por conta
da litigância em torno do uso do SGDC. As ações na Justiça frearam a realização
do acordo firmado com a Viasat, restringindo a geração de receita, com potencial
de gerar “bilhões”, afirma. A companhia diz que o contrato foi considerado
“lícito e inovador” pelo TCU – o tribunal ordenou mudanças e redefinição de
preços cobrados pela Viasat, que ainda estão sob análise.