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Tele.Síntese
[23/10/20]
Justiça do DF diz que acordo entre Telebras e Viasat é legal. Via Direta vai
recorrer - por Rafael Bucco
Via Direta diz que juíza “atropelou” o rito processual por não realizar
assembleia de conciliação nem ouvir testemunhas, e diz que pretende arrolar o
ex-ministro Gilberto Kassab para testemunhar
O Juízo da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal realizou no
último dia 21 o julgamento de nova fase do processo que envolve a Telebras e a
Viasat. A questão se arrasta desde 2018, quando a estatal anunciou cessão do
direito de exploração do satélite brasileiro SGDC-1 para a companhia
norte-americana. Imediatamente, o provedor manauara Via Direta acionou a Justiça
pedindo suspensão do acordo, alegando ter fechado acordo idêntico antes de
acesso à capacidade do satélite.
A questão atravessa diferentes instâncias judiciais no Amazonas e no Distrito
Federal. Já foi também pauta no Tribunal de Contas da União, que liberou o
contrato. Agora, o assunto volta à tona com a movimentação na Justiça Federal do
DF.
Segundo a Telebras comunicou hoje, 23, ao mercado, o tribunal de Brasília
concluiu “pela legalidade do contrato associativo celebrado” e julgou
“totalmente improcedentes todos os pedidos formulados pelos autores, inclusive
no que tange aos pleitos de anular a parceria com a Viasat e utilizar o Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – SGDC – para fornecimento
de seus serviços”.
A decisão não é definitiva, no entanto. Ainda cabe recurso.
Segundo Ronaldo Tiradentes, dono da Via Direta, a empresa vai pedir a anulação
do julgamento. “Vamos recorrer. A juíza de primeiro grau não ouviu minhas
testemunhas, não fez audiência de conciliação, atropelou o rito do processo e
com isso praticou um cerceamento à defesa, impedindo a Via Direta de produzir
provas”, falou ao Tele.Síntese.
O tema está na pauta do TRF-1 no próximo dia 17. Na ocasião, será julgado se o
processo deve continuar a tramitar no Distrito Federal ou no Amazonas, onde foi
aberto pela Via Direta. Tiradentes afirma que pretende incluir novas testemunhas
no processo, entre as quais, o ministro das telecomunicações à época, Gilberto
Kassab, e senadores que acompanharam as negociações do provedor com a estatal,
além do então presidente da Telebras, Antonio Loss.
Enquanto isso, a briga continua, e deve durar ainda alguns anos. E nenhuma das
partes dá sinais que busca o entendimento. “A Telebras tomará todas as medidas
cabíveis para salvaguardar seus interesses”, afirma a estatal no comunicado de
hoje.