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Leia na Fonte: Convergência Digital
[16/12/08]  TV Digital: até junho, conversores produzidos no Brasil vão incluir o Ginga - por  Cristina De Luca

A informação foi dada por participantes do seminário sobre TV Digital realizado nesta terça-feira, 16/12, na Câmara dos Deputados. E ela deixa no ar algumas perguntas sem resposta. Esses conversores terão o Ginga completo - com os dois módulos _ o Ginga-NCL e o Ginga-J _ funcionais? Ou serão conversores Ginga 1.0, apenas com o Ginga-NCL?

Para serem conversores completos, é necessário que as especificações do Ginga-J, já com JavaDTV royalty free recém-liberado pela Sun para o Fórum SBTVD, tenha passado por todo o processo de validação da ABNT. Para tanto, é preciso que a Associação receba a norma técnica até meados de fevereiro.

Junho já é uma data mágica que supera em um mês a meta inicial do governo de ter os conversores com ginga no mercado em maio de 2009.

A bem da verdade, o Fórum SBTVD sempre evitou definir uma data para o início das vendas de conversores com interatividade. E a falta do JavaDTV não deve ser apontada como o único grande motivo de atraso para esse processo.

Hoje já é possível fazer muito no quesito interatividade apenas com o Ginga-NCL. Faltam aplicações e um modelo de negócio que torne a interatividade atraente para a maioria dos players do ecossistema.

O fato é que o cronograma para o Ginga completo, cumprido à risca pela Sun, já começou a atrasar. A primeira previsão era a de que a norma do Ginga-J com as APIs JavaDTV fosse encaminhada até o fim deste mês para a ABNT. O que, seguramente, não acontecerá. E a indústria de software garante que não é por falat de empenho dela.

Além disso, o próprio representante da Casa Civil no Fórum SBTVD, André Barbosa, afirmou, durante o seminário, que só em janeiro o fórum discutirá se vai usar recursos públicos para a implementação do Ginga com o JavaDTV ou se vai aguardar que a indústria faça a implementação.

Deixar a decisão na mão dos grandes fabricantes pode continuar atrasando a chegada da interatividade. André é defensor da ação do governo nesse ponto, com recursos da Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para massificar a implantação do Ginga por meio de pequenas produtoras de conversores.

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Mulitprogramação: um desafio ainda maior

E se a interatividade anda esbarrando em indefiniçoes políticas, mercadológicas e até na falta de pessoal qualificado para o desenvolvimento de aplicações, o que dizer então da multiprogramação?

Aqui, ao menos, o governo parece convicto do seu papel indutor. Segundo André Barbosa, até agosto sai a licitação para a montagem da estrutura da rede pública de TV digital, composta de seis canais: TV Câmara, TV Senado, TV Justiça, EBC e canais dos ministérios das Comunicações e da Educação. Cada um desses canais terá a possibilidade de multiprogramação.

André acredita que a atuação das TVs públicas poderá provocar o interesse dos telespectadores na multiprogramação, forçando uma mudança de atitude das redes comerciais.

A expectativa é que as emissoras públicas comecem a operar em sinal digital em 2010. Até 2012, a rede pública já deve estar presente em todas as capitais e grandes cidades brasileiras.