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Leia na Fonte: Convergência Digital
[21/07/08]
TV Digital: Ginga, ou não Ginga? - por Cristina De Luca
Semana passada, quando a Proview apresentou formalmente seus três modelos de
set-top boxes de baixo custo, uma discussão voltou a movimentar o mercado
brasileiro de Tv Digital. Afinal, o que está faltando para o Ginga vingar como
padrão de fato no Brasil? Quem ganha e quem perde com a adoção do Ginga?
Vamos por partes.
O Ginga faz, sim, parte das normas técnicas da ABNT para interatividade no
Sistema Brasileiro de TV Digital. Acontece que as primeiras aplicações
interativas testadas nas primeiras implementações Ginga em set-top boxes
nacionais andaram travando. A boa notícia é que várias redes des TVs toparam
iniciar projetos-piloto de interatividade com aplicações Ginga-NCL. E o feed
back é o de que elas estão rodando sem problemas em pelo menos dois novos
modelos de set-top boxes. Um deles, da Visiontec.
Outro problema do Ginga diz respeito à propriedade intelectual da parte baseada
em Java, que tem atrasado a entrada da interatividade e do middleware Ginga-J.
Segundo o professor LuizFernando Soares, do Telemídia, da Puc do Rio de Janeiro,
as conversas com a Sun Microsystems estão caminhando. E, como alternativa,
conversações com o DVB também estão em curso.
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O que esperar para os próximos meses?
Em função dos primeiros testes bem sucedidos das emissoras com aplicações
interativas usando o Ginga-NCL, cresce a pressão para liberação imediata de
venda de terminais fixos com o Ginga-NCL, enquanto não se define a questão do
Java. Já existe muito envolvimento de empresas em aplicações NCL e não está
dando mais para esperar, principalmente porque grande parte das aplicações serão
em NCLe Lua. E O Ginga-NCL é totalmente livre de licensas e royalties.
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É necessário um middleware para o funcionamento da TV Digital?
Se interatividade for realmente um dos pilares para o SBTV, sim, por facilitar a
interoperabilidade das aplicações com os diferentes modelos de set-top boxes,
uma vez que as aplicações são escritas para o middleware, para ficarem
independentes dos sistemas operacionais usados nos set-top boxes.
E, nesse ponto, o Ginga oferece alguns recursos que o diferenciam dos demais
middlewares em uso no mundo. Entre elas, a adaptabilidade do conteúdo ao modelo
de set-top box em uso na casa do telespectador. Possíbilitará, por exemplo,
apresentar o serviço de trânsito de acordo com o CEP informado pelo dono do
set-top box na primeira vez que usar o aparelho. Um vez cadastrado o CEP, essa
informação pode ficar armazenada do ste-top box para facilitar a apresentação da
informação mais útil para o ususário daquele aparelho.
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O que faltou dizer sobre os conversores da Proview?
Logo após a apresentação oficial dos três modelos de conversores de baixo custo
da Proview, na semana passada, algumas dúvidas começaram a surgir. Afinal de
contas, qual é o middleware dos modelos top e intermediário e sobre qual sistema
operacional ele roda? Qual é o navegador internet e o que pode ou não pode
fazer? Porquê a empresa afirma que o middleware será atualizado para o Ginga
assim que o padrão for liberado pelo governo brasileiro? Quer dizer "assim que
os problemas de royalties para a parte Java forem resolvidos?
Em um papo rápido por telefone, Gionanni Nóbrega, diretor de novos produtos da
Proview, respondeu a todas essas questões. Segundo ele, o sistema operacional é
uma distro Linux. Sobre ela, roda um middleware desenvolvido pela própria
empresa, em conjunto com universidades de Campinas, que usa o Ginga-NCL no
ambiente declarativo e um modelo próprio baseado em java no modelo procedural,
que será atualizado pelo Ginga-J assim que ele for liberado pelo governo.
O mini-browser, também desenvolvido pela empresa e parceiros, roda sobre a
distro Linux e não roda vários plug-ins de amplo uso na Internet. "Temos
interesse em embarcar um browser melhorado, e estamos trabalhando nesse
licenciamento", comenta Nóbrega.
Hoje, o browser é a única diferença entre o modelo top e o intermediário. Os
dois são equivalentes nos recursos de hardware, incluindo o suporte a teclados
sem fio USB e até a possibilidade de acesso remoto na tela da TV ao conteúdo do
seu micro (padrão VNC). Basta que um VNCserver seja instalado no computador a
ser acessado, via rede local (set-top box intermediário) ou internet (set-top
box top de linha).
Acesso WiFi gratuito em Copacabana começa amanhã
Com duas semanas de atraso para o prazo que adiantei aqui, começa nesta
terça-feira, 22 de Julho,o acesso WiFi gratuito na orla de Copacabana. A
solenidade oficial de inauguração do Orla Digital, como batizado o programa,
será às 10h, em frente ao Copacabana Palace, com a presença do governador Sérgio
Cabral e o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso.
O acesso sem fio à Internet cobrirá toda a Avenida Atlântica, podendo ainda
alcançar trechos de algumas ruas transversais próximas à orla. Até o fim de
agosto, o Orla Digital estará na sua primeira etapa, caracterizada pela
verificação de demanda, ajustes finos e demais correções para manter a mesma
qualidade do serviço em toda a orla.
Com tecnologia Motomesh, da empresa Motorola, a cobertura do sinal na orla será
formada por quatro células de comunicação em malha (tecnologia mesh),
interligadas. As tarefas envolvendo a implementação e configuração da rede e do
software de gerência de rede estão sendo realizadas em conjunto com as equipes
da Rede-Rio, Faperj e da empresa de engenharia Mibra, responsável também pela
execução das obras e instalações. Todo a coordenação técnica é de professores
dos Laboratórios de Redes de Alta Velocidade (Ravel) e de Computação Paralela (LCP),
do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ.