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[16/04/09]  TV Digital: Portaria do Mdic é boa, mas incompleta

Tudo o que é feito na direção de acelerar a adoção da TV Digital no país é bem visto pelo mercado. Mas, sempre, com ressalvas.

Por exemplo: só hoje, ao ler a íntegra da proposta de modificação da portaria interministerial do Processo Produtivo Básico (PPBs) para produção de televisores de plasma e cristal líquido (LCD) incluindo a obrigatoriedade de incorporação do conversor para a recepção de sinais da TV Digital a partir 1° de janeiro de 210 _ no caso para aparelhos acima de 26 polegadas _ entendi o motivo do Ministro Hélio Costa não ter dado detalhes a respeito, em meados de março, quando mencionou a intenção de criação da portaria durante a inauguração das transmissões digitais no Piauí. O rascunho da portaria é igualmente econômico em especificações. Limita-se ao básico.

Deixa de fora um anseio dos maiores anseios da população, promessa do governo: a interatividade. Bastaria incluir também a obrigatoriedade do Ginga nesses televisores com conversores embutidos, já que a maioria deles tem hardware suficiente para suportar o recurso da interatividade.

Muitos defendem que essa portaria inclua o Ginga, a exemplo de outra portaria interministerial recente, a de número 237, que alterou as normas dos Processos Produtivos Básicos (PPBs) para fabricação de celulares no Brasil. Publicada no fim de dezembro do ano passado, ela determina que a partir de 1° de janeiro de 2010, pelo menos 5% da produção nacional dos equipamentos que recebem incentivos fiscais da Lei de Informática ou do Pólo Industrial de Manaus deverão conter o Ginga-NCL.

A hora de se pronunciarem oficialmente é agora, quando também há a possibilidade de especificação de requisitos técnicos mínimos para esses conversores, como a capacidade de memória. E em que o Fórum SBTVD define a norma do Ginga para conversores fixos e televisores com conversores embutidos.

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Inócua, talvez

Outra grande dúvida em torno da portaria colocada hoje em consulta pública é se ela conseguirá cumprir um dos obejtivos do governo ao publicá-la: forçar a redução do preço dos conversores.

Ultimamente, os produtores de conversores vêm se queixando da baixa demanda. Culpam a baixa oferta de conteúdos digitais mas, principalmente, a falta de incentivos fiscais por parte do governo, que na opinião deles, poderia fazer o preço cair e a demanda aumentar.

Em contrapartida, os produtores de TVs já se nostravam otimistas com a possibilidade de demanda aquecida de televisores de plasma e LCD com conversores embutidos. Muitos, como a LG, nunca esconderam os planos de ampliar a participação de TVs com conversor no mix de produtos.

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Inclusão do Ginga facilitaria negociação com a Sun

Após a votação pelo uso do Ginga-J com Java DTV, uma comitiva do Fórum SBTVD foi realmente encarregada de procurar a Sun para tentar reduzir o valor máximo previamente acordado em contrato para o Java Virtual Machine. A informação é do assessor especial da Casa Civil, André Barbosa.

"O governo tem interesse de reduzir o teto para US$ 0,40. Para isso quer negociar em bloco, garantindo volume", explica ele.

Se a questão para redução do preço com a Sun for volume, a obrigatoriedade de inclusão do Ginga em parte dos televisores com conversores embutidos _ ao menos nos mais high end _ ajudaria bastante.

André Barbosa são soube dizer se a reunião entre a comitiva do Fórum e a Sun já aconteceu. Mas assegura quea decisão pelo uso do Java DTV está tomada.

No Fórum SBTVD a posição oficial é a mesma: nada foi decidido.

Pelo visto, será preciso esperar pela reunião do Conselho Deliberativo do Fórum SBTVD, dia 27.

Na NAB, Fórum SBTVD foca em inovações na área de transmissão

Pela segunda vez no NAB Show, a primeira com estande próprio, o Fórum SBTVD dará ênfase este ano às inovações nas áreas de compressão de áudio e vídeo, transmissão e multiplexação integradas no Brasil ao padrão japonês de TV digital, que passaram a fazer parte do padrão internacional ISDB-T.

Quem visitar o estande do Fórum na NAB, que começa neste sábado, também poderá conferir as inovações através de transmissões em dois canais, o 39 e 45. O transmissor usado é de fabricação da Linear, complementado por uma solução para testes de transmissão em baixa potência da EiTV. Serão transmitidos sinais em HDTV destinados à recepção fixa e sinais de menor resolução para dispositivos portáteis e móveis: mini-TVs, celulares e receptores USB.

A interatividade também estará presente, através da participação da UFPB - Universidade Federal da Paraíba, Mopa, Telavo, Transtel e TQTVD.

A UFPB estará divulgando o projeto Ginga CDN, enfatizando a possibilidade de pesquisadores de qualquer lugar do mundo contribuírem com o desenvolvimento de componentes e ferramentas para o middleware brasileiro Ginga, software criado para permitir a interatividade na TV digital, através do que chama fábrica virtual. Já participam da fábrica Ginga CDN outras dez universidades públicas e privadas do país.

São cerca de 100 profissionais envolvidos no trabalho”, afirma o professor Guido Lemos de Souza Filho, coordenador do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid) da UFPB.

"O Ginga Code Development Network tem uma filosofia de desenvolvimento distribuído e colaborativo de software e da oferta de um ambiente de transmissão e recepção de Televisão Digital de baixo custo para testar e difundir os componentes desenvolvidos nesta rede. Existem vários padrões e tecnologias para plataformas de terminais de acesso a sistemas de Televisão Digital (TVD). Contudo, o desenvolvimento da principal camada de software do terminal de acesso, o middleware, ainda é objeto de pesquisas devido a complexidade do seu desenvolvimento e a tendência cada vez maior de harmonização entre os diferentes padrões de middleware existentes", explica o professor.

Isso sem falar na necessidade de adequar o middleware aos requisitos gerados pela convergência tecnológica da TVD com outras redes (Internet e telefonia móvel).

Já a Mopa, que tem uma implementação comercial do Ginga para conversores, estará lançando na NAB um software para uso na ponta da transmissão. Mas não revelou detalhes.