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Leia na Fonte: Convergência Digital
[12/08/09]
Marco regulatório e infraestrutura são entraves para TV móvel paga - por
Ana Paula Lobo
Apesar da boa receptividade do brasileiro para ver televisão na tela do celular,
a ausência de uma regulamentação que permita o uso de frequências UHF para a
criação de redes paralelas para a oferta do serviço e a capacidade limitada das
atuais redes 3G - onde a transmissão de vídeo acontece na rede IP e consumindo a
mesma banda dos produtos de banda larga e voz - emperram o negócio de TV paga
móvel e exige criatividade por parte dos fomentadores do produto."Não tem
alternativa. As operadoras móveis são vão investir na TV paga de fato quando
houver dinheiro à mesa", disse Alberto Blanco, que está à frente da Participe
TV, e está interessado em atuar como integrador no negócio de TV paga móvel. "A
idéia é criar modelos de negócios para rentabilizar quem produz conteúdo", diz
Blanco, sem dar maiores detalhes sobre os seus planos.
Luiz Renato Gonçalves, da TV Bandeirantes, diz que a TV paga móvel ganha
"fôlego" com inovações. No caso da rede, por exemplo, há uma programação de
conteúdo adulto sendo vendida na Itália - no iPhone e sendo pago pelo consumidor
por cartão de crédito.
Aqui no Brasil, esse conteúdo é comercializado, mas está 100% nas mãos das teles
móveis.
Para o segundo semestre, a Band está trabalhando para disseminar o seu conteúdo nos smartphones. "Esses terminais estão se popularizando e deixando de ser uma ferramenta empresarial", destacou, sem adiantar, no entanto, quais programas serão portados para o meio móvel.
Com relação à obrigatoriedade imposta pela portaria interministerial 237 - de
5% para a produção local de cada fabricante com celular para TV digital com o
middleware de intereratividade Ginga - a posição foi a de que a disseminação dos
terminais legalizados de TV digital - em substituição aos 'pirateados' que
entram do Paraguai e da China com recepção de sinal analógico - será um passo
importante, mas há dúvidas com relação ao custo desse produto para o consumidor
final."Ampliar a produção é boa, mas será que o preço será adequado para o
consumidor? Se não for, o usuário vai continuar comprando o celular 'pirateado'.
Um dado relevante. Há um produtor no Paraguai que importa 100 mil terminais com
recepção de sinal analógico de TV para o Brasil por mês a um custo de US$ 90",
questionou Alberto Blanco.
A vice-presidente executiva para Americas e Índia, Peggy Johnson, participou
do painel - TV paga de bolso, realizado nesta quarta-feira, 12/08, no Congresso
ABTA 2009, e falou sobre o Mediaflo - rede paralela construída pela Qualcomm
para a transmissão de broadcast nos Estados Unidos. No Brasil, a posição da
fabricante não mudou: A empresa não vai construir a rede, mas está atenta às
parcerias. "Estamos negociando e acreditamos que há espaço para a TV paga móvel
no país porque o consumidor brasileiro tem interesse", frisou Luciano do Vale,
gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios da Qualcomm Brasil.
Peggy Johnson deixou claro que o negócio TV móvel deverá triplicar nos próximos
anos, mas admitiu que é preciso encontrar um modelo de negócio que faça um mix
de programação aberta e gratuita com a oferta paga. Posição compartilhada por
Luis Renato Gonçalves, da Band. Segundo ele, há uma grande demanda do consumidor
em interagir com a programação. "Sem ter qualquer interatividade, somente usando
o SMS, conseguimos resultados incríveis nos programas populares.
No Datena, por exemplo, o movimento cresceu demais quando o apresentador chamou
para o serviço no caso Nardoni. Chegamos a receber mais de 80 mil SMS, que
custavam R$ 1,40. Isso é uma mensagem: O consumidor gosta de interagir. Temos
que criar é o melhor negócio", completou.
Um ponto importante para a TV Móvel é a regulamentação. Para todos os participantes do painel, é chegada a hora de a Anatel começar a tratar do tema, principalmente, porque em 2010 haverá um consumo maior da TV digital e do próprio celular em função da Copa do Mundo da África do Sul. "É uma oportunidade para sentar à mesa e resolver as pendências e permitir que toda uma cadeia - do produtor de conteúdo à operadora - possa crescer sua rentabilidade", completou o diretor da Band.