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Leia na Fonte: Convergência
Digital
[08/06/09]
Você já ouviu falar do CTIC? É bom saber ... - por Cristina de Luca
Depois de esperar quase dois anos pela institucionalização do Programa de Apoio
à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (ProTIC), agora,a meta é não perder tempo na definição da formação
do seu Comitê Gestor, formado por integrantes da Casa Civil da Presidência, dos
ministérios de Ciência e Tecnologia, das Comunicações e de Desenvolvimento,
Indústria e Comércio, além da Finep e do BNDES.
"Difícil dizer uma data, mas espero que já tenhamos a constituição definida em
um mês", afirma Augusto César Gadelha Vieira, Secretário de Políticas para
Informática, Ministério de Ciência e Tecnologia. Segundo o decreto publicado na
úçtima sexta-feira, 05/06, que criou oficialmente o ProTIC, caberá ao MCT o
"apoio administrativo e técnico e dos meios necessários à execução dos trabalhos
do comitê gestor".
Para assumir essa função, o MCT criou o CTIC - Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação , dentro
da RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, como uma unidade de custo.
O ProTIC
E o que é exatamente mais esse programa? Algo criado exclusivamente para
incentivar o desenvolvimento da TV Digital no país? "Não é só para TV Digital, é
para toda a área de TICs, embora seja de fato uma herança da negociação da TV
Digital", diz Gadelha.
"Quando assinamos o memorando de entendimento com o Japão, havia lá a
identificação de um centro de Desenvolvimento de TV Digital no Brasil.
Inicialmente, pensou-se em fazer um Instituto de Televisão Digital. Mas estamos
falando de um segmento que, na verdade, comporta várias tecnologias que não são
aplicadas apenas a ele. São tecnologias de informação e comunicação", continua
Gadelha.
Para ele, se chegou a conclusão que "criar uma espécie de CPqD das TICs seria um
esforço grande, demorado, que precisaria da autorização do Congresso, realocação
competências existentes no Brasil nas Universidades, centros de pesquisas e
empresas para esse centro, fora as discussões grandes de onde sediá-lo... Vários
estados estavam querendo o centro. Com tudo isso, a criação física do centro
seria contraproducente", salienta Gadelha.
Diante disso, o Comitê de Desenvolvimento da TV Digital decidiu que seria mais
interessante, a criação de um centro de articulação das competências existentes
no país para o segmento, reconhecendo que ele envolveria tecnologias, as quais
não precisariam estar limitadas ao escopo da TV Digital, de interesse imediato,
mas estivessem ligadas a todo o segmento da informação e da comunicação.
"Criamos então uma rede virtual e mecanismos de condução e coordenação desse
ambiente distribuído de pesquisa e desenvolvimento. o ProTIC foi criado então
para institucionalizar esse processo e facilitar a liberação de recursos por
parte do BNDES, da Finep, do CNpq e assim por diante, como já acontece hoje com
outros programas de incentivo como o ProNex", reforça Gadelha.
O ProtIC, portanto, dará a base legal para alocação de recursos e para
governança. O seu comitê gestor, formado inicialmente só por membros do governo,
definirá na prática a alocação de recursos para o desenvolvimento de tecnologias
prioritárias para o país.
Como o ocorrido com o Comitê Gestor da Internet, há praticamente quinze anos
atrás, que precisava institucionalizar ações já correntes na Fapesp e na RNP e
cuidar da governança da Internet, o PtoTIC chega para institucionalizar ações já
em andamento na RNP.
O CTIC
Mais adiantado, o braço operacional do ProTIC, o CTIC, não ficou parado nos
últimos dois anos, esperando a formalização do programa. Ainda em 2008, fez um
edital que já resultou na formação de seis redes de competência para o
desenvolvimento de tecnologias e produtos a serem licenciados pela indústria
atuante no Brasil nas áreas de codificação, transmissão, recepção, acesso,
interatividadee middleware.
Ao menos cinco dessas redes _ a de middleware (maior delas), terminais de
acesso, microeletrônica (o famoso SoC - System on Chip), H264 e antenas
inteligentes _ já estão em pleno funcionamento, segundo Nelson Simões, diretor
geral da RNP, após a primeira liberação de recursos este ano."O ProTIC nos dá
mais segurança para prosseguir com essas ações", afirma o executivo da RNP.
A rede do middleware Ginga envolve mais de 19 instituições, coordenadas plea
PUC-Rio, segundo o professor Luis Ferando Soares, encarregadas do
desenvolvimento de produtos e do aperfeiçoamento do sistema criado no país,
reconhecidamente o mais avançado hoje, no mundo.
"Estamos tratando de criar uma comunidade no país bastante ativa, para gerar
confiança de todos no middleware e garantir a sua evolução", diz Gadelha.
Essa rede do middleware está encarregada da resolução de três pontos:(1) a
criação de um conjunto de ferramentas para o suporte a autoria e difusão de
dados em conformidade com o middleware Ginga; (2) o desenvolvimento do
middleware Ginga para plataformas ligadas a Internet, visto que grande parte das
emissoras também disponibiliza seus conteúdos nessas redes; (3) e a demanda por
mecanismos que facilitem a instanciação do Ginga em diversas plataformas,
sistemas de comunicação e dispositivos, notadamente de seu núcleo comum
(Ginga-CC).
E subdividiu seus trabalhos em dois projetos: GingaRAP (tecnologias de suporte a
autoria de aplicações) e GingaFrEvo (desenvolvimenyto de um framework de
evolução da tecnologia Ginga, onde está alocado o projeto Ginda CDN, do qual já
falamos aqui).
Do GingaRAP sairão a GingaSuite (suite de ferramentas integradas para autoria e
difusão de dados em conformidade com o ambiente declarativo do Middleware) e o
Ginga-WAC (um conjunto de módulos para autoria e anotação colaborativa de
conteúdo no lado do cliente, integrado a outras ferramentas; e um conjunto de
boas práticas para avaliação de acessibilidade de conteúdo e da interação para
TV digital2).
Do GingaFrEvo sairão evoluções do Ginga propriamente dito, como o GingaMPB
(distribuição e Recepção de Conteúdo Ginga-NCL em Multiredes; o GingaCDN
(desenvolvimento de componentes do middleware Ginga _ Ginga-NCL, Ginga-J e
Ginga-CC _ e de ferramentas para seu uso; o GingaForAll (arquitetura e
ferramenta para concepção de linhas de produtos do Ginga-CC) e o GingaAiyê
(especialização do Ginga-CC para aplicações não convencionais).
O ProTIC e o Comitê de Desenvolvimento da TV Digital
Ah! Que fique bem claro. O comitê gestor do ProTIC não é e não será um
substituto do Comitê de Desenvolvimento do Governo Federal, criado no início do
processo de implantação da TV Digital no Brasil.
"O Comitê de Desenvolvimento quem convoca é o Ministro das Comunicações. É ele o
coordenador. Ele é importante para a tomadas de decisão que fortaleçam,
politicamente, ações que deverão ser conduzidas pelo Fórum SBTVD com relação a
propriedade intelectual, controle de cópias, etc", explica Gadelha.