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Leia na Fonte: Convergência
Digital
[12/05/09]
TV Digital: Anatel aposta no Ginga-NCL para IPTV
Quinta-feira, enquanto a Sun e parceiros divulgam em São Paulo o uso do Java no
Ginga, para a comunidade de desenvolvedores Java, a Anatel realiza, em Brasília,
o 1º Encontro da Comissão Brasileira de Comunicações 3 - Normalização das
Telecomunicações (CBC-3), com o tema "Normalização de IP em redes de
telecomunicações", que tem o Ginga-NCL como um dos destaques.
A proposta do encontro é apresentar assuntos relacionados à normalização de IP
em discussão na CBC-3 e na União Internacional de Telecomunicações (UIT), e
promover a maior participação dos brasileiros nesses debates.
Desde 2001, o Grupo Relator de Normalização 6 (GRN-6), integrante do CBC-3 e
responsável pela discussão do tema IPTV dentro da Anatel, mantém contato com
universidades, institutos de pesquisa, fornecedores e outros produtores de
tecnologia, promovendo a participação deles em foros de discussão da UIT. Foi
assim que, em 2007, o grupo começou a consolidar as contribuições que resultaram
na aprovação do Ginga-NCL como Recomendação H.761, após a sugestão dos japoneses
para análise do middleware, criado aqui para o Sistema Brasileiro de TV Digital
, aberto, também como framework para desenvolvimento de aplicações multimídia
para IPTV.
A linguagem NCL (Nested Context Language) e sua plataforma de execução (Ginga-NCL),
foram aprovados pela UIT, no último dia 29, como recomendação internacional
H.761. A aprovação significa uma chancela da UIT ao padrão brasileiro, para uso
por fabricantes do mundo todo em produtos que permitam a interatividade em IPTV.
Inovação nacional desenvolvida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-Rio) _ e, por isso, sua propriedade intelectual, licenciada sob GPL
_ o Ginga-NCL é um subsistema do Ginga, o middleware interativo para
dispositivos portáteis, conversores fixos e televisores com conversores do SBTVD.
E aqui cabe repetir. No caso dos conversores portáteis, a norma Ginga padrão,
definida desde dezembro do ano passado, é composta basicamente pelo Ginga-NCL e
alguns módulos específicos. No caso dos conversores fixos e televisores com
conversores, a norma Ginga, conforme o definido oficialmente ontem e enviado
para consulta pública na ABNT, é subdividida em dois subsistemas principais,
interligados, que permitem o desenvolvimento de aplicações seguindo dois
paradigmas de programação diferentes. Dependendo das funcionalidades requeridas
no projeto de cada aplicação, um paradigma será mais adequado que o outro. Esses
dois subsistemas são chamados de Ginga-J (para aplicações procedurais Java,
usando o Java DTV que a Sun apresenta nesta quinta-feira, em São Paulo) e
Ginga-NCL (para aplicações declarativas NCL, que a Anatel apresenta também na
quinta-feira, em Brasília, como tecnologia para desenvolvimento também de
aplicações interativas para IPTV).
Toda essa divulgação tem motivo de ser. Por muitas razões, pouquíssimos
conseguem ver a oportunidade que o Ginga NCL e o Ginga-J, com Java DTV, abrem no
sentido de inserção do Brasil no papel de líder nestes segmentos de mercado. E
se a PUC tem papel de destaque no Ginga-NCL, o trabalho da Comissão Ginga-J para
uso do Java DTV envolveu, além da Universidade Federal da Paraíba, também a
colaboração de diversas empresas, universidades e instituições de pesquisa
ligadas ao Fórum SBTVDT. Muitos deles ficaram de fora dessa apresentação do Java
DTV para a comunidade Java. O que não quer dizer que não estejam preparando
produtos e serviços baseados nela.
Por isso, se eu fosse profissional de TI, a partir de agora começaria a olhar
com mais cuidado para essas duas tecnologias e as oportunidades de negócios que
abrem, principalmente quando combinadas com outras tecnologias de comunicação
como WiMax e 3G.