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Leia na Fonte: Convergência
Digital
[14/05/09]
TV Digital: meta agora é fomentar o ecossistema de desenvolvimento em Ginga
Com a definição da norma Ginga para conversores fixos, prevista para entrar em
consulta pública nos próximos dias, o mercado brasileiro de TV Digital entra em
uma nova etapa, paralela à de produção de conversores e televisores aderentes a
ela. É hora de apresentar as tecnologias por trás do Ginga ao mercado e
disponibilizar kits de desenvolvimento para treinamento de mão de obra e fomento
de formação de um ecossistema de desenvolvimento de aplicações interativas.
Neste momento, o mercado ainda não dispõe de um ambiente Ginga completo para
trabalhar. Mas issoé uma questão de semanas.
O movimento de aproximação dos desenvolvedores, iniciado no fim do ano passado
com a criação do Clube NCL (repositório de aplicações em NCL-Lua) e a
disponibilidade de download de uma série de ferramentas como o Ginga-NCL Virtual
Set-top Box (máquina VMWare com a implementação de referência do Ginga-NCL em
C++, instalada e pronta para uso, que acaba de ganhar uma nova versão), deve se
acelerar.
Hoje, durante o evento Java @ Tv Digital, a comunidade Java foi apresentada a
uma série de inciativas neste sentido. Muitas estarão disposníveis antes mesmo
do fim da consulta pública na ABNT, ainda em versão beta, para atualização em
aproximadamente 60 dias _ tempo que os técnicos da Sun e Aguinaldo Boquimpani,
gerente da área de produtos para TV Digital da TQTVD e integrante da equipe
responsável pelo desenvolvimento da especificação Ginga-J no Fórum SBTVD,
estimam que vá durar a consulta.
"Normalmente o Fórum SBTVD vem conseguindo acelerar esse processo na ABNT. A
questão agora, é praticamente reescrevemos toda a especificação. O que deve
fazer o processo seguir seu curso normal, de 60 dias", explica Aguinaldo.
A própria TQTVD já se prepara para liberar para integrantes da rede de parceiros
AstroNet um SDK do AstroTV, sua implementação do middleware Ginga.
"Acreditamos que, em um mês, podemos ter uma primeira versão do SDK para
distribuição entre alguns parceiros, para teste do modelo que pensamos
implantar", disse ele. Se tudo correr bem, a TQTVD estará pronta para ampliar a
rede de parcerias quando a a norma já estiver devidamente publicada pela ABNT.
Da mesma forma, uma nova versão do OpenGinga _ implementação de referência do
middleware completo criada pela Universidade Federal da Paraíba para funcionar
como um set-top-box virtual no PC _ é aguardada para os próximos dias. Como essa
nova versão ainda não contempla a especificação Java DTV, deverá sofrer nova
atualização com a publicação da norma.
Porque é tão importante dominar a especificação Ginga por completo (NCL/Lua +
Java , com Java DTV)? Porque as duas tecnologias são complementares. É possível
desenvolver aplicações interativas só em NCL-Lua? É. É possível ter aplicações
só em java? É. É possível ter aplicações usando as duas? É, e é ainda melhor.
Comunidade Java está otimista
Java TV, Java DTV, Lwuit... Dominar todas essas tecnologias Java despertou o
interesse da comunidade de desenvolvedores para o tem interatividade em TV
Digital. Limitado a 300 participante, o Java @ TV Digital lotou o auditório do
campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Murumbi.
Até hoje, a comunidade Java brasileira alternava entre a comodidade e a
ansiedade diante do tema TV Digital. Mas a possibilidade real de ter conversores
interativos no mercado, a partir de novembro, mudou esse estado de espírito.
Aumentou consideravelmente a quantidade de programadores interesados em integrar
o ecossistema de desenvolvimento do SBTVD.
"A primeira coisa que a gente precisa fazer é nos especailizarmos nessas
tecnologias, estudarmos as especificações Java DTV, as APIs... É um mundo novo
para nós", afirma Yara Senger, líder da Comunidade SouJava. "É importante também
que a gente aja como propragadores dessas tecnologias nas redes sociais, na
Internet, nos fóruns de discussão. Nesse momento, não podemos reter
conhecimento".
Para atender todos os desenvolvedores Java interessados no tema, a Comunidade
SouJava criou uma lista de discussão (TVdigital@soujava.com.br), aberta, para
participação de todos, não só de membros do grupo SouJava.
Estamos só no inícío
O importante é ter em mente que estamos muito no começo do processo. "Nós não
vamos dormir no domingo de um jeito e acordar na segunda-feira com um mundo
maravilhoso. Vamos passar por um processo gradual", diz Carlos Fini, gerente de
operações da Rede Globo.
Até mesmo a criatividade dos desenvolvedores determinará esse mercado. Eles
precisarão estar atentos às diversas oportunidades de negócio que surgirão com a
interatividade. Mesmo optando incialmente em trabalharem com os radiodifusores
como clientes. A tendência será de as emissoras também adotem diferentes modelos
de negócio, como já fazem hoje.
"Acredito que não teremos um modelo único, nem um modelo definitivo", explica
Fini. "Teremos modelos mistos de produção. Basta ver o seguinte: já hoje o
mercado é formado por várias emissoras, que têm várias afiliadas que, por sua
vez, têm retransmissoras. Só a Rede Globo tem 128 afiliadas... Essas emissoras
têm um misto de programação, formado por conteúdo local, conteúdo de rede... E
cada uma delas pratica um modelo de produção misto com produção própria,
produção contratada e produção independente... O que varia é o percentual do que
é próprio e do que é contratado. Com a interatividade, provavelmente acontecerá
o mesmo", diz.