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Leia na Fonte: Convergência Digital
[04/03/09]  TV Digital: A controvérsia em torno do uso do Ginga 1.0 no país - por Ana Paula Lobo

A idéia de adoção de uma middleware evolutivo, que chegue no mercado apenas com a parte declarativa (Ginga NCL/Lua), e receba o upgrade da parte procedural (Ginga-J), personalizada no "Ginga 1.0", definitivamente não é unanimidade entre os desenvolvedores da TV Digital.

"É uma temeridade, no meu ponto de vista, que se lance comercialmente conversores com Ginga para fazer upgrade num curto prazo. Isso pode gerar recall de equipamentos e não há certeza de que a atualização funcione de forma satisfatória", sustentou Mario Fried, gerente de projetos do CESAR, instituto de pesquisa pernambucano.

O gerente de Engenharia da TV Globo, Carlos Fini, também deu o seu recado. "Ginga 1.0 não está normatizado. Então, para nós, ele não existe comercialmente". Segundo ele, como a emissora - e os radiodifusores em geral - seguem normas, e o Ginga 1.0 não é uma norma, não há como endossar, neste momento, qualquer movimento nesta linha. A maior preocupação, observa, é gerar expectativas negativas no telespectador.

Com cautela e cuidado para não gerar conflitos entre a comunidade de desenvolvedores ligados à TV Digital, Fried, do CESAR, ressaltou que qualquer produto de software precisa de 'escala' para ter um resultado positivo. Ele observou que um middleware é muito mais do que uma simples aplicação. Precisa ter 'inteligência' para controlar as ações do telespectador. Por isso, um Ginga completo, com os dois módulos (o Ginga-NCL e o Ginga-J) operando em consonância e harmonia, é mais vantajosa para todos.

Fried fez questão de ressaltar que NCL-Lua é uma inovação brasileira e deve ser respeitada como tal, mas não vê que a linguagem sozinha possa atuar como common core (controle de aplicações), sem o apoio do Java DTV.

Ginga 1.0 - O que é?

Muito discutida pelo Fórum SBTVD desde meados do ano passado, a opção pela especificação e adoção de um middleware evolutivo, batizado informalmente pela indústria de sogtware de Ginga 1.0, nunca chegou a ser aprovada. Mas a demora do SBTVD em normatizar e publicar a especificação do Ginga-J, já com as APIs do Java DTV, levou recentemente a RCASoft Informática a pôr no mercado uma versão do seu middleware só com as especificações Ginga-NCL (a bem que se diga, o padrão para o Ginga para dispositivos portáteis) para os conversores XPS-1000, da Proview.

Quem já comprou esse conversor pode receber o software por e-mail junto com instruções detalhadas para a atualização. Também terá acesso a algumas aplicações interativas de exemplo, mediante o pagamento de R$ 199,00. Esse montante, segundo a empresa, inclui o suporte técnico por e-mail durante 90 dias. O formulário de instalação está disponível no site da RCASOFT (www.rcasoft.com ou www.rcasoft.com.br).

Todo esse debate ocorreu durante o Java@Digital, evento realizado nesta quarta-feira, 04/03, na capital paulista, para o lançamento oficial da plataforma JavaDTV - acordada entre a Sun Microsystems e o governo brasileiro - para a comunidade de desenvolvedores.

O Java DTV é uma plataforma open source, considerada uma "grande oportunidade" para o setor de software exportar inovação e tecnologia neste mercado de TV Digital.