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Leia na Fonte: Convergência Digital
[30/11/09]
TV Digital: Brasil aposta no Ginga para enfrentar a China no continente africano
- por Luís Osvaldo Grossmann
Depois de conquistar parte dos países vizinhos, uma missão brasileira apresenta
nesta segunda-feira, 30/11, em Maputo, capital de Moçambique, o sistema
nipobrasileiro de TV Digital. Além dos países africanos de língua portuguesa - o
próprio Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, o
encontro reúne Zâmbia, Malawi, Botswana e África do Sul.
"Há uma recomendação pelo DVB, lá atrás, pela UIT, em razão do DVB usar o mesmo
espaço de espectro que usam os países africanos, 8 megaherzt – enquanto nós,
japoneses, toda a América, usamos 6 Mhz. Nossa resposta para isso foi no sentido
de dizer para eles que é melhor ainda que tenha 8 MHz. É mais espaço ainda para
a gente colocar a modulação BST/UFDM, que é uma modulação mais rica, mais
moderna, mais flexível", diz o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa.
Segundo Barbosa, já houve avanços nessa negociação com alguns países da África.
Especialmente porque o comitê africano de radiodifusão aceitou alguns argumentos
de Brasil e Japão e adotou como recomendações itens como MPEG 4 e a
interatividade para a escolha do padrão.
"E tem a África do Sul, que decidiu para satélite e para cabo, que é DVB, mas
não decidiu ainda o terrestre. Vamos participar das provas, o que é uma
oportunidade para a Copa do Mundo, que está batendo à porta. Por isso além de
estar dois dias em Maputo, vamos estar um dia em Pretória para conversar com a
direção do grupo que cuida de TV Digital na África do Sul", adianta Barbosa.
Ele reconhece, porém, que a disputa não é simples. Mais do que a briga com os
padrões de TV Digital europeu e americano, o grande concorrente é a China, que
desenvolveu um sistema próprio e também procura ativamente por parceiros – e não
apenas na África, mas entre países latinoamericanos, como Equador e Cuba.
“Temos uma grande vantagem. Temos interatividade e eles não, e até estamos vendo
a possibilidade de eles usarem a interatividade Ginga. Os cubanos nos disseram
que já existem testes feitos na China, que foram mostrados aos cubanos, de
conversores com Ginga, usando o sistema chinês. É um novo patamar na discussão,
na medida que o Ginga passa a ser um sistema interoperável, substituindo o MHP
europeu”, argumenta o assessor especial da Casa Civil.