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Leia na Fonte: Convergência Digital
[02/09/09]
Governo flexibiliza inserção de subsistemas do GINGA em celulares - por Luiz
Queiroz
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior cedeu pela metade
às pressões do MCT e da Casa Civil, em favor da obrigatoriedade de incorporação
do middleware GINGA-NCL nos aparelhos celulares que terão TV embutida. Mas o
órgão parece ter jogado com racionalidade nessa disputa interna no governo.
Não criou por Decreto algo que acabe vindo a inviabilizar a produção dos
aparelhos, tornando-os mais caros e, por consequência, deixando o próprio
governo sem discurso sobre a futura e sonhada interatividade.
O MDIC saiu de uma postura radical na semana passada, em defesa apenas do
fabricante quando simplesmente retirou do texto de uma consulta pública a
obrigatoriedade de se incorporar o GINGA-NCL nos aparelhos celulares que serão
produzidos com TV Digital embutida. Agora os fabricantes terão, sim, de
incorporar o middleware. Mas ao não especificar o Ginga-NCL e apenas fazer
menção à norma, abre a possibilidade de os fabricantes negociarem subsets da
norma nos celulares, como queriam, para não terem que incluir mais processamento
e memória nos aparelhos, encarecendo o preço.
Nesta quarta-feira, 02/09, foi publicada a Proposta nº 46/09, que permanecerá em
consulta pública, na qual retifica essa questão. Seu texto é claro quanto a
dirimir dúvidas que ficaram da semana passada, que provocaram um impasse interno
no governo: "A partir de 1º de julho de 2011, pelo menos, 5% da produção total
de aparelhos celulares incentivados, por empresa, deverão ter capacidade de
recepção de sinais de TV digital compatíveis com as especificações e normas do
Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre - SBTVD, inclusive com o middleware
GINGA, de acordo com norma técnica nacional (NBR) aplicável".
Com isso, o Ministério do Desenvolvimento atende às pressões de outras áreas do
governo que defendem a interatividade através do GINGA nos celulares.
Mas não cria para o fabricante um projeto inviável de implantação da TV no
celular. A indústria vinha se queixando de que terá dificuldades de vender no
mercado brasileiro 1% dos aparelhos com TV Digital embutida. E seus custos de
produção cresceriam muito mais, com impacto nos preços finais destes
equipamentos, se ainda tivessem de expandir a memória dos celulares para
incorporar a versão completa do middleware.
Em meio ao tiroteio o MDIC procura atender aos dois lados, mas dentro de uma
certa racionalidade. O governo terá alguma interatividade, sem que
necessariamente quebre o fabricante com custos elevados sobre a produção de algo
que ainda é incerto para o mercado de telefonia móvel. A conferir.