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Leia na Fonte: Convergência Digital
[11/08/10]
TV Digital: Fabricantes revêem estratégia para a produção de conversores -
por Ana Paula Lobo
O mercado de conversores para a transformação do sinal analógico para o digital
do padrão nipo-brasileiro ainda não se estabeleceu. A Tecsys do Brasil, por
exemplo, que chegou a desenhar um plano com a Intel para atuar junto ao
consumidor final, 'engavetou' a iniciativa, desistimulada pela proposta dos
fabricantes de incorporarem conversores às TVs. Já a Telesystems, que mantém sua
produção de conversores, o momento é o de 'controlar a ansiedade'.
Durante a ABTA 2010, os fabricantes de equipamentos revelam uma forte tendência
do mercado nacional - há uma grande demanda por produtos voltados para a área
profissional, ou seja, para as operadoras e radiodifusoras, mas ainda não se
vislumbra um cenário efetivo para o usuário final.
Mas há um fato importante no evento: Os chineses chegaram e aproveitam para
mostrar seus conversores adaptados ao ISDB-T. Mas a maioria prefere escutar mais
do que revelar seus planos. Boa parte dos expositores chineses, procurados pela
reportagem do Convergência Digital, preferiu não comentar sobre o processo de
comercialização de produtos no Brasil.
Na indústria presente ao evento, a Tecsys do Brasil é um exemplo que a produção
de conversores para o usuário final ainda é um momento de reflexão. Em 2008,
incentivada pela Intel, a fabricante até anunciou a disposição de entrar no
mercado de consumo final, mas o projeto foi 'engavetado', assume o diretor
comercial da empresa, Jorge Ganuza.
Sem entrar em maiores detalhes operacionais, admite que a estratégia dos grandes
fabricantes de TVs de incorporarem o conversor aos televisores 'foi bastante
destimulador'. "O mercado de produtos para o ambiente profissional - teles e
radiodifusoras - está muito aquecido por conta da digitalização e da migração
para o SBTVD. O conversor seria uma primeira iniciativa nossa rumo ao mercado de
usuário final, mas resolvemos centrar os esforços de produção para os
equipamentos que tinham demanda", assume o executivo.
Mesmo com as medidas de estímulo prometidas pelo Governo - ainda em fase de
definição - para a produção dos conversores, Ganuza assume que não faz parte dos
planos da companhia redirecionar pessoal para essa área. Mas há quem aposte no
mercado e diga que o Brasil, neste momento, precisa, na veradade, 'controlar a
sua ansiedade' no segmento.
"Qualquer mercado para começar suas atividades começa num ritmo próprio. Foi
assim com a telefonia celular - por questões de preço e de mercado - e será com
a TV digital. O mercado de conversores é promissor, mas tem o seu tempo",
observa Marcos Szili, diretor da TeleSystems, multinacional italiana com
presença no Brasil e já produtora de conversores para TV digital. A empresa, no
entanto, não revela números sobre a quantidade de aparelhos já fabricados e
comercializados.
Para Szili, a concorrência das TVs com os conversores embutidos não é um fator
preocupante. "Esses conversores ficarão obsoletos muito antes da própria TV. e
quem quiser manter o seu diferencial terá que buscar um conversor novo no
mercado", observa. Os conversores em produção não usam o Ginga - o middleware de
interatividade.
"O ginga precisa se harmonizar, além do mais, exige mais processamento, exige
mais funcionalidades e o custo do aparelho subirá para o consumidor, que precisa
entender o que é a interatividade para comprar esse equipamento", diz o diretor
da Telesystems.
Indagado sobre o impacto da presença dos chineses no mercado nacional, Szili
afirma que esse é um mercado que há espaço para todos, mas sinaliza que 'preço
não será o mais importante para o consumidor. O conversor terá papel importante
nessa transformação que a TV está sofrendo. Além disso, mais do que comprar um
conversor barato, é preciso assistência, distribuição no país", completa. A
Telesystems integra o grupo interessado em montar um consórcio para viabilizar
um equipamento mais barato, de forma a atender os planos do governo. "Mas ainda
há muito para ser negociado", assume o executivo.