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Leia na Fonte: IDGNow! / Blog Circuito de Luca
[12/07/10]  TV Digital: Fórum SBTVD terá grupo de estudo para viabilizar set-top barato - por Cristina de Luca

O Conselho Deliberativo do Fórum SBTVD aprovou nesta segunda-feira (12/7) a criação de um grupo de trabalho no âmbito do Módulo de Mercado para estudar formas de viabilizar a produção, no país, de conversores digitais interativos de baixo custo.

A medida é complementar aos esforços que governo fará nesse sentido, já que há consenso de que só com incentivos fiscais _ como redução do o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) _ será difícil facilitar o acesso a esses equipamento pelas classes D e E, que representam 30% da população brasileira – cerca de 16 milhões de famílias de um total de 54 milhões. A missão do Fórum SBTVD será a de subsidiar o governo com informações que possam ajudar na tomada de decisões.

A aprovação da criação do grupo de trabalho ocorreu após a exposição do assessor especial da Presidência da República para a Área de Políticas Públicas em Comunicação, André Barbosa, que lembrou aos presentes a necessidade de evitar, no país, a repetição de erros cometidos por Japão e Estados Unidos, que às vésperas do apagão digital tiveram que criar linhas de crédito para a aquisição de conversores pela massa da população de baixo poder aquisitivo.

“Em paralelo ao trabalho do Fórum, o governo também terá um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério das Comunicações e formado pelos ministérios do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Ciência e Tecnologia, Fazenda e pela Casa Civil, para o desenvolvimento de políticas que ajudem a implantação do sistema digital”, afirmou André Barbosa.

Entre as possibilidades de ações do governo brasileiro nesse sentido está a criação de linhas de crédito para a aquisição do equipamentos (conversores e antenas), nos moldes das criadas para aquisição de computadores, com planos cujas prestações fiquem entre R$ 17 e R$ 27 ao mês. Outra ação em estudo é o uso dos Correios na logística de entrega dos conversores, principalmente em localidades remotas. “Vamos trabalhar em uma política alfandegária mais justa. Na questão dos insumos, e na obrigatoriedade de uso do Ginga”, afirmou Barbosa.

O desejo do governo é o de que as propostas, dos diversos grupos de trabalho, fiquem prontas em no máximo três meses, para que possam ser apresentadas logo após as eleições, e antes do término do governo Lula.

timemachineUm dos grandes desafios será convencer a indústria de recepção que a fabricação de conversores é um bom negócio. A maioria dos grandes fabricantes prefere a fabricação de televisores com conversores embutidos. Outro é fazer com que a obrigatoriedade de uso do middleware interativo não onere demais o conversor, dada a necessidade de memória e processamento.

Em entrevista à Agência Brasil, André Barbosa destacou que, desde o início do ano, quando começou a obrigatoriedade de os televisores com 32 polegadas já saírem de fábrica com os conversores embutidos, foram vendidos no país 2 milhões de aparelhos. “Acreditamos chegar nos 5 milhões até o final do ano. Porém, estão sendo atendidas as classes C para cima, deixando de fora as classes D e E, que têm na televisão a sua única fonte de informação. Nossa proposta é chegar a essa população”, disse ele.

O governo está convencido de que a única forma de fazê-lo é através da produção de conversores que poderão dar uma sobrevida aos antigos televisores de tubo e aos muitos televisores LCD e de plasma vendidos a preços mais em conta na queima de estoque realizada nos meses que antecederam a Copa do Mundo.

“Ainda há muito televisor LCD e de plasma em estoque. A indústria precisa desovar esse estoque e esses aparelhos precisarão de conversores externos para receberem o sinal digital”, explica André Barbosa, que em entrevista, por telefone, disse que a meta do governo é garantir a produção de 15 milhões de conversores até 2013, para atender grande parte da população que ganha menos de dois salários mínimos. “Serão 5 milhões por ano, a partir do ano que vem”, disse.

O ano de 2013 foi definido por decreto presidencial como o marco para tornar obrigatória a cobertura da TV digital em todo o país. Em 2016, o sistema analógico será extinto. A intenção do governo é chegar a 2013 com a maioria da população já recebendo o sinal digital.