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Leia na Fonte: Convergência Digital
[14/07/10]  TV Digital: Países da AL harmonizam o uso do Ginga - por Ana Paula Lobo

Durante a SET 2010, evento do setor de radiodifusão que acontecerá de 25 a 27 de agosto, na capital paulista, uma saia justa do mercado pode ter, enfim, uma solução.Os países da América Latina e que aderiram ao SBTVD vão assinar um memorando pela harmonização no uso do Ginga. Objetivo é encerrar o debate entre Ginga NCL-Lua, patrocinado pela Argentina e pela Bolívia, e o Ginga Full, defendido pelo Brasil, revela o assessor da Casa Civil, André Barbosa.

"Realmente havia uma preocupação com o fato de a Argentina e, agora, a Bolívia, que recém-aderiu ao SBTVD, centrassem todos os seus esforços de interatividade no Ginga NCL-Lua, e não, no Ginga Full, com NCL e Java, defendido por nós. Mas houve o repasse de informações que esses desenvolvimentos foram apenas para incentivar a adoção da interatividade", afirmou Barbosa, em entrevista ao Convergência Digital.

Barbosa admite que a divisão preocupa a indústria - a Argentina, por exemplo, está produzindo conversores apenas com o Ginga NCL e há dúvidas com relação ao legado no momento de migrar para o Ginga Full, por causa da escala de produção, mas garante que o memorando de harmonização do uso da interatividade tende a solucionar os impasses. "Se houver um acerto entre as partes é possível trabalhar para se ter o menor legado possível", observou.

Apesar de adotar um tom bastante cauteloso, o assessor da Casa Civil questiona se a opção do Brasil pelo Ginga Full - NCL e Java integrados - não teria sido inadequada. "A interatividade não aconteceu como se esperava. Será que se tivéssemos apostado no NCL-Lua, até termos condições de ir para o Ginga Full, não teria sido uma estratégia mais acertada?", indaga. É bom lembrar, no entanto, que o uso da linguagem Java no Ginga foi defendida pela Rede Globo. A emissora, maior do país, considerava uma temeridade investir em interatividade comercial apenas com o NCL-Lua.

Outra meta do governo é solucionar a questão dos conversores. Barbosa admite que o encontro realizado em Manaus, com o patrocínio da Suframa, para a produção local dos setup-boxes, não trouxe o resultado esperado. "Não fechamos a equação como pretendímos, muito em função de as pequenas e médias indústrias voltarem suas atenções para os conversores para TV via satélite, que cresceu muito no país", diz.

Mas, agora, passada a Copa do Mundo - que incentivou a venda de tvs com conversores embutidos - há uma oportunidade para explorar o negócio. Dados da Eletros revelam que foram vendidos 2,3 milhões de aparelhos de TV com conversores embutidos até o momento. Expectativa é que esse número chegue a 5 milhões, mas esses novos equipamentos estão majoritariamente nas classes A e B, e em alguns casos na C. Nas classes D e E, o retrato é diferente.

"Precisamos atingir esse público que se foi às compras adquiriu uma TV de tela plana analógica sem o conversor. Há um parque muito grande desses aparelhos e haverá a necessidade de equipamentos", salienta Barbosa. Para atender esse segmento, o governo prevê a produção de 15 milhões de conversores até 2013. Recursos para atrair a indústria não faltam. "Pouco se gastou até agora da linha de R$ 1 bilhão para a TV digital no BNDES. Vamos tentar criar modelos de negócios", afirmou.

Para acelerar o processo, governo se compromete a criar dois grupos de trabalho - um para a distribuição e fabricação do conversor - e outro para discutir o uso dos recursos públicos e de desonerações fiscais. Intenção é que os grupos apresentem os primeiros relatórios num prazo de três meses.