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Leia na Fonte: Convergência Digital
[10/05/10]
TV Digital: Africanos podem descartar exclusividade ao DVB - por Luis
Osvaldo Grossmann
Os esforços do Brasil e do Japão para conquistar novos parceiros no padrão ISDB-T
de TV Digital resultaram numa primeira vitória. As áreas técnicas dos países
africanos integrantes da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
(SADC, na sigla em inglês) vão recomendar a seus ministros que não haja
preferência a nenhum dos padrões existentes. Na prática, isso coloca o ISDB na
disputa, uma vez que desde 2006 esses países já tinham firmado um compromisso de
usar o padrão europeu, DVB, como escolha primária.
“Conseguimos paralisar a decisão pelo DVB, ou seja, o europeu não é mais o único
padrão em discussão pelos países da SADC”, festejou o assessor especial da Casa
Civil, André Barbosa. A recomendação técnica será analisada pelos ministros de
comunicação dos países da SADC – África do Sul, Angola, Botsuana, Congo, Lesoto,
Madagáscar, Malawi, Maurício, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia
e Zimbábue – em reunião na quarta-feira, 12/5.
A estratégia de Brasil e Japão está na oferta de vantagens semelhantes àquelas
feitas aos países da América do Sul – financiamento para a compra de
equipamentos, implantação de TVs públicas e de laboratórios de audiovisual e
Ginga, além da formação de joint-ventures entre empresas africanas e
brasileiras. Nesse caso, por sinal, a brasileira Linear já se movimenta para
montar uma operação na África do Sul, a exemplo do que está fazendo no Uruguai –
outro país que deve trocar o DVB pelo ISDB-T. Outras negociações envolvem a
Telesystem e a Screen Service.
Uma proposta formal foi encaminhada pelo governo brasileiro à África do Sul na
sexta-feira, 7/5. Como o país representa 35% do PIB africano, a decisão tomada
pelo país pode muito bem fortalecer a posição do ISDB no continente. “Essa
decisão é fundamental. Se eles escolherem o padrão nipo-brasileiro, atraem
outros”, diz André Barbosa.
E a julgar pela preocupação do DVB, o país parece mesmo inclinado a trocar o
padrão europeu pelo nipo-brasileiro. Primeiro porque durante um simpósio
organizado pelo Departamento de Comunicações da África do Sul, no início do mês
– com representantes do DVB e ISDB – os sulafricanos afirmaram que podem partir
para uma opção “diferente” do padrão europeu. Além disso, agências européias de
notícias destacaram que os representantes do DVB saíram do encontro “muito
preocupados” devido a aparente “hostilidade” em relação ao padrão europeu.
Para o governo brasileiro, uma eventual adoção do ISDB-T pela África do Sul,
além dos evidentes ganhos no próprio continente africano, pode muito bem
pavimentar o caminho para outra aquisição importante: a Índia. “A Índia também
adotou o DVB, mas ainda não o implementou”, diz André Barbosa. Nesse caso, há
uma certa confiança em negociações que poderão contar com o peso do bloco
formado pela Índia, Brasil e África do Sul, o IBAS.