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Leia na Fonte: IDGNow! / Blog Circuito de Luca
[10/11/10]  TV Digital: UIT equipara JavaDTV ao GEM - por Cristina de Luca

O Brasil deu mais um importante passo na internacionalização do padrão nipo-brasileiro de TV Digital (ISDB-T) no fim de outubro, com a aprovação, pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), da revisão da Recomendação ITU-R BT. 1722, que diz respeito à harmonização de formatos para aplicações de TV interativa, e da nova recomendação sobre arquitetura de middleware para TV digital (ainda sem número, porque foi feita do zero), inspirada na arquitetura do Ginga. A partir de agora, a estrutura modelo do middleware harmonizado passa a ser muito semelhante à do Ginga, incluindo as novas ferramentas que compõem o JavaDTV.

Portanto, com essas duas decisões da UIT, as oito normas padronizadas para a TV digital brasileira passam a ser reconhecidas pela organização, sendo referenciadas, até o momento, em oito recomendações da própria UIT , finalizando um processo que se estendeu por pouco mais de dois anos. E esse conjunto de oito recomendações aprovadas lá fora passam a ser um importante trunfo para a promoção do ISDB-T internacionalmente.

Em março deste ano, o Fórum Sistema Brasileiro de TV Digital já havia anunciado que o padrão Ginga, completo, com os módulos NCL e Java passa a constar como quarto padrão mundial para interatividade, ao lado do o americano (ATSC), do europeu (DVB) e o próprio ISDB, na recomendação do organismo da ONU que busca a harmonização técnica entre eles em um único middleware padrão.

Na ocasião, a especificação do Ginga-J, tecnologia de ponta e sem os custos de royalties, já vinha sendo encarada pela UIT como uma quebra dos parâmetros do seu conceito de TV digital. Até então, todos os padrões harmonizados, baseados no GEM, tinham custos de royalties associados. A inclusão definitiva do middleware brasileiro entre as alternativas tecnológicas para TV Digital, com a equiparação do JavaDTV ao GEM (Globally Executable MHP), pela UIT, ainda dependia, no entanto, da aprovação e publicação das normas Ginga-J pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por conta de um acordo assinado em outro do ano passado, entre a própria ABNT e a UIT.

Segundo o acordo, a entidade brasileira e o processo de padronização adotado na TV digital no Brasil passaram a ter para a UIT o mesmo status dos equivalentes editados por entidades como o Instituto Europeu de Normalização das Telecomunicações (ETSI). Significa dizer que tudo o que for aprovado pela ABNT com relação ao SBTVD passa a ter caráter oficial para a UIT.

Um feito que, só foi possível, lembra Ana Eliza Faria e Silva, coordenadora do módulo técnico do Fórum SBTVD e da comissão da ABNT, graças aos esforços dos diversos organismos brasileiros envolvidos no desenvolvimento do padrão SBTVD.

Até o início da transmissão digital no País, nenhuma entidade brasileira de padronização havia sido qualificada para a citação e referência em Recomendações da UIT, nem mesmo a ABNT. Ela não podia submeter documentos nem ser referenciada como padrão. “Este êxito é consequência de um longo trabalho levado a cabo pelo Fórum SBTVD, ABNT e Anatel, e mais um passo dado para a consolidação internacional do padrão ISDB”, afirma Ana Eliza.

Para Frederico Nogueira, presidente do Fórum, a aprovação das duas últimas recomendações UIT, junto às anteriores, inserem o País num novo cenário, em que deixa de ser apenas consumidor para assumir a posição de produtor. “A partir de hoje somos oficialmente produtores de tecnologia, fato que beneficiará a indústria brasileira e as instituições de ensino ligadas ao setor, bem como a sociedade num todo”, concluiu.