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Leia na Fonte: IDGNow! / Blog Circuito de Luca
[29/10/10] TV Digital: governo quer interatividade como recurso obrigatório - por Cristina de Luca

O governo está convencido de que o Brasil precisa acelerar a transição para a recepção da TV Digital interativa, a tempo de levar o maior número possível de brasileiros usufruindo dos benefícios do sistema. E começou a agir. A Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações começou a dizer que a interatividade será uma proposta importante no Brasil a partir do ano que vem. E que pretende incluir a obrigatoriedade do Ginga no PPB já em gestação no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para fabricação de conversores populares no país.

“A partir da nossa ação, a indústria começou a se mexer. As reuniões começaram a acontecer”, diz André Barbosa, assessor especial da Casa Civil.

Segundo ele, a capacidade de interatividade passará a ser exigida pelo governo de forma mais enfática, para conversores fixos embutidos nos televisores e também nos externos. “Pensamos em tornar a interatividade um recurso obrigatório. É claro que não vamos fazer isso de afogadilho. A proposta passará por uma consulta pública…”, diz ele, lembrando que o PPB dos conversores populares já é um instrumento à disposição do governo para incentivar a interatividade. Outro é a rede pública de tv digital, onde começarão a surgir serviços de T-gov, muitos deles já adaptados para rodar bem também em televisores de CRT, sem problemas de interface comuns aos aplicativos desenvolvidos para televisores de alta definição. E onde todos os envolvidos na cadeia produtiva poderão investigar que modelos de negócio de interatividade vão pegar.

O secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins , por sua vez, lembra que a interatividade é uma das quatro características básicas do SBTVD listadas no decreto 5.830/06, que implementa a TV digital no Brasil.

“Qual a lógica que estamos trabalhando? Lá no decreto tem três itens que a gente precisa destacar: a TV Digital brasileira tem que fazer SD e HD; tem mobilidade; e tem interatividade. Como é que você cumpre isso? Tendo essa capacidade também nos receptores. Precisamos trabalhar agora para que a indústria de recepção cumpra esse arcabouço legal acordado por todos lá atrás”, diz ele.

O Ministério das Comunicações vai fazer uma consulta pública para transformar a interatividade um recurso obrigatório em todos os conversores, inclusive os embutidos nos televisores. Isso já foi dito ao Fórum SBTVD. Segundo o representante de um grande fabricante, semana que vem associados da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos ) devem se reunir para discutir o assunto.

Quanto aos conversores populares interativos, três consórcios de empresas de hardware e software _ liderados pela Totvs, pela IBM e pela Zion _ já iniciaram o processo de pedido de financiamento para fabricação no BNDES, segundo André Barbosa. “Eles também conversaram com a Caixa e o BB, para que esses bancos atuem como agentes financiadores de venda para o consumidor final.

“Nós vamos fazer mais uma reunião, em Brasília, após as Eleições, com o BB, a Caixa e o Correio para discutir logística de distribuição, que é um grande problema. O Correio vai passar a entregar o equipamento vendido de forma subsidiada pelo Banco do Brasil e Caixa, em 24 suaves prestações de até 17 reais. Nossa ideia é de que o Correio tenha convênios com os antenistas, para trabalho conjunto”, diz André Barbosa.

O Banco do Brasil quer fidelizar os correntistas das classes D e E usando a TV Digital como instrumento. A ideia é a de que o banco subsidie a venda do consumidor da mesma forma que as operadoras fizeram durante anos com os aparelhos de telefonia celular. “Isso já está aprovado pelo Banco do Brasil”, diz André Barbosa.

“Precisa ficar claro para as pessoas que estamos trabalhando em um projeto que nasceu no Brasil mas já está ganhando o continente, e muito provavelmente, também o continente africano”, completa André Barbosa, lembrando que qualquer que seja o resultado das eleições presidenciais, o processo precisa continuar.