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Leia na Fonte: IDGNow! / Blog
Circuito de Luca
[09/02/11]
TV Digital não é um assunto que esteja ‘congelado’ no governo Dilma - por
Cristina de Luca
Duas reuniões realizadas esta semana _ uma em São Paulo, na segunda-feira, outra
em Brasília, hoje _ deixam muito claro que o temor de que o assunto TV Digital
perdesse ritmo no novo governo Dilma, diante da troca de praticamente todos os
interlocutores, integrantes do Comitê de Desenvolvimento, a exceção do assessor
especial da Casa Civil, André Barbosa, é infundado.
Como presidente do Comitê de Desenvolvimento, com atribuições descritas nos
Decretos 4.901 e 5.820, que tratam da criação do Sistema Brasileiro de TV
Digital, o Ministério das Comunicações tratou de enviar o novo Secretário de
Telecomunicações, Nelson Fujimoto, para a primeira reunião do Fórum SBTVD em
2011, realizada na segunda-feira passada, para se inteirar das atividades em
andamento na entidade. E hoje, o ministro Paulo Bernardo recebeu em seu
gabinete, em Brasília, o recém empossado presidente do Fórum SBTVD, Roberto
Franco, e o vice-presidente, Dilson Funaro, nomeado nessa primeira reunião.
“Viemos apresentar o Fórum SBTVD ao ministro e a sua equipe e dar um panorama do
mercado do sistema nipo-brasileiro no Brasil e em outros países”, disse Roberto
Franco, na saída do encontro. “E ouvimos do ministro que os secretários Nelson
Fujimoto terá participação ativa no Fórum, como vogal, conforme definido pela
legislação”, completou.
“Posso dizer sobre o encontro que Funaro e eu estamos muito bem impressionados
com o conhecimento do ministro e sua equipe sobre o SBTVD. De forma nenhuma
transpareceu que o assunto TV Digital esteja congelado”, afirmou Franco.
Além do ministro e dos presidente e vice-presidente do Fórum SBTVD, participaram
da reunião no Minicom os secretários de Telecomunicações Nelson Fujimoto e de
Serviços de Comunicação Eletrônica, Genildo Lins de Albuquerque Neto (foto).
No início do ano, uma declaração do ministro Paulo Bernardo de que a gestão do
processo de implantação da TV Digital no Brasil ainda não estava definida, e que
poderia ficar a cargo do Ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, causou certo
desconforto entre alguns setores do ecossistema da TV Digital. Na prática,
enquanto essa decisão não for anunciada, a nova equipe do Minicom prossegue
trabalhando no tema, conforme o estabelecido nos decretos.
Fórum SBTVD
Como esperado, André Barbosa, da Casa Civil, e Nelson Fujimoto, do Minicom,
participaram esta semana (segunda-feira, dia 7/1), em São Paulo, da primeira
reunião do Conselho Deliberativo do Fórum SBTVD em 2011. Um dos principais tema
da pauta foi a possibilidade de uso das implementações da suítes de teste do
middleware Ginga desenvolvidas pela Totvs, pela Samsung e pela EITV como forma
de acelerar o processo de produção de uma implementação royalty free do próprio
Fórum SBTVD.
“A suíte de teste é mais uma ferramenta de trabalho. Uma ferramenta que se torna
cada vez mais premente, agora que os primeiros conversores interativos e as
primeiras aplicações começam a chegar ao mercado. Tem muita gente fazendo muito
barulho em torno da suíte de testes, mas posso assegurar que estamos caminhando
bem”, afirma Roberto Franco, presidente do Fórum.
“O Fórum entende que é importante que ele, como entidade que busca soluções e
ferramentas que facilitem a implementação da TV Digital no país, dentro das
regras de livre mercado, ofereça uma implementação da suíte de testes royalty
free. Se a cessão das suítes existentes puder acelerar esse processo, ótimo.
Mas, para isso, temos que verificar se essas suítes seguem as especificações e,
principalmente, as questões jurídicas que assegurem o não pagamento de licenças
a esse ou aquele fabricante”, explica Franco.
Franco lembra que é papel do Fórum SBTVD planejar, pôr em ordem, harmonizar
todas as ferramentas para implantação do SBTVD. E que, até aqui, a entidade vem
sendo bem sucedida. Não houve, segundo ele, nenhum recall, nenhum investimento
perdido, nenhum percalço que obrigasse qualquer um dos segmentos envolvidos a
ser obrigado a paralisar suas atividades. “Até agora não saímos do trilho.
Precisamos administrar a ansiedade de alguns segmentos, ter um pouco de
paciência”, diz.
Franco ressalta ainda que, como qualquer software, a suíte de testes terá muitas
atualizações. Ficará mais encorpada e extensa a cada nova funcionalidade
integrada ao middleware. Portanto, o Fórum precisa propor aos associações
soluções técnicas e jurídicas que acompanhem essa dinâmica. Na sua opinião, o
mercado da interatividade tem tudo para seguir o mesmo caminho trilhado até aqui
pelos conversores. “O mercado de conversores embutidos dobrou em 2010. Deve
dobrar de tamanho outra vez em 2011, com a venda de 10 milhões de novos
televisores com conversores embutidos, segundo projeções da Eletros. Com a
interatividade também será assim. Quanto mais conversores interativos no
mercado, mais aplicações surgirão, e quanto mais aplicações, mais conversores”,
diz ele.
A questão é que a indústria de software tem pressa. Para os desenvolvedores de
aplicação, quanto mais rápido obstáculos como a ausência de uma suíte de testes
forem removidos, mais chances o país terá de emplacar a interatividade no
sistema digital aberto, associada ou não aos modelos de TV conectada. Nesse
sentido, uma decisão do governo de tornar o Ginga obrigatório em todos os
conversores produzidos no país, conforme o Ministério das Comunicações e a Casa
Civil chegaram a cogitar, seria muito bem-vinda.
A obrigatoriedade da inclusão do Ginga na fabricação em televisores e
conversores beneficiados por incentivos previstos em Processos Produtivo Básico
(PPBs) específicos para o segmento de TV Digital é considerada, por muitos
integrantes da indústria de software, como fundamental para que a interatividade
da TV Digital aberta deixe de ser peça decorativa e se transforme de fato em
mercado.
O próprio André Barbosa, defende a obrigatoriedade do Ginga. “A luta se faz
construindo a ideia. A Interatividade obrigatória é fundamental para a politica
de utilização da TV digital aberta terrestre como ferramenta da inclusão
digital. Sem exclusões e superposições. De maneira complementar e convergente”,
me respondeu ele, via Facebook.
A ver.