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Leia na Fonte: IDGNow! / Blog Circuito de
Luca
[24/08/12]
TV Digital: Java é página virada. O que vem por aí? - por Cristina de Luca
Uma visita rápida à exposição Broadcast & Cable 2012, realizada em paralelo ao
Congresso SET, esta semana, em São Paulo, e ao stand do Fórum SBTVD, pode ser
revelador sobre o futuro da TV Digital. Muito do que foi discutido nos três dias
de evento já é realidade, em teste pelo SBT e pela Rede Globo. E deixa claro que
a discussão sobre o uso do Java no middleware Ginga é página virada. O Ginga-J é
parte do middleware e ponto final.
Nos bastidores, corre que o
Fórum SBTDV está muito próximo de assinar um acordo com o Oracle para a cessão
do TCK do Java Virtual Machine, embora a própria Oracle e a presidência do
Fórum se recusem a comentar o assunto, alegando que as conversas continuam. “Se
isso acontecer, o Fórum e a Oracle farão um comunicado conjunto”, afirma Roberto
Franco, presidente do Fórum.
Quando o assunto é o middleware Ginga, a preocupação do Fórum SBTVD agora é
outra. E ela ficou muito clara no painel “Além da TV – O o que vem por aí?”,
coordenado pelo próprio Roberto Franco. “Nós não temos nenhuma pretensão que a
população conheça o Ginga. Mas nós queremos que a população conheça bem os
serviços que o Ginga presta”, argumenta Franco. O que remete a discussão para as
possibilidades de oferta da interatividade proporcionada pelo Ginga de forma
complementar à interatividade proporcionada por outras soluções tecnológicas
convergentes como a banda larga como as TVs conectadas, as TVs híbridas, as OTTs
e as chamadas second screen.
Em resumo, partindo da premissa de que temos um middleware inovador, e uma
realidade muito diferente do de outros mercados, chegou a hora de arregaçar as
mangas e começar a discutir os novos modelos demandados pelos consumidores, as
novas necessidades, e ousar em criar um padrão.
Estamos diante de diferentes plataformas que atendem a diferentes hábitos de
consumo de vídeo. Por que não combinar algumas delas usando o Ginga como a cola?
Por que não usar o Ginga com as TVs conectadas? Ou para soluções de VOD? Ou como
catch up de dispositivos móveis?
Se olharmos única e exclusivamente com a lente da tecnologia, tudo isso jé é
possível hoje.
Algumas empresas já trabalham nesse sentido. Do lado das emissoras o SBT jé
experimenta uma solução de second secreen. A Globo estuda a possibilidade. Do
lado da indústria de software, a Totvs/TQTVD. O middleware Astro já tem soluções
prontas para o desenvolvimento de aplicações de second screen (ou segunda tela),
e a equipe de engenharia da empresa desenvolve há dois anos com a NHK japonesa
os requisitos técnicos de uma plataforma híbrida, broadband/broadcast que virou
uma recomendação da ITU, a J.205.
Durante a Broadcast & Cable a Totvs/TQTVD mostrava em seu stand uma solução para
second screen usada pelo SBT. O objetivo é permitir ao telespectador usar os
conteúdos preparados para a segunda tela pela emissora (ou seja, informações
adicionais de programas, vídeos, votação em enquetes, t-commerce, etc), e
enviados para o televisor através do canal de dados do sinal digital da TV
aberta. Tudo isso sincronizado com o programa ou atração transmitida pela
emissora.
Para receber esse conteúdo no smartphone ou tablet Android ou IOS basta o
telespectador baixar o aplicativo e conectar seu iPhone ou iPad à mesma rede
Wi-Fi na qual a TV compatível com DTVi já está conectada. Caso esteja sendo
transmitido conteúdo compatível, a sincronização entre os dispositivos se dará
automaticamente.
No caso do SBT o internauta é levado para páginas Web do programa que estiver
assistindo naquele momento. Mas ao lado desta demonstração, no mesmo stand da
Totvs/TQTVD, era possível ver um aplicativo apresentado para a Rede Globo
demonstrando a possibilidade de transmissão de videoclips de lances de uma
partida de futebol, como um gol, por exemplo, enquanto a partida está rolando no
sinal da TV aberta.
“São exemplos de como juntar o melhor dos dois mundos”, disse David Britto, CTO
da TQTVD. “E de dar à emissora uma chance de manter o internauta conectado aos
sues conteúdos mesmo em outro dispositivo com acesso internet”, explicou.
O aplicativo StickerCenter está disponível na APP Store da Apple e no Google
Play. A partir dele é possível inclusive comentar a programação através das
redes sociais Twitter e Facebook. O que significa que hoje, a solução do SBT já
pode ser testada por qualquer consumidor, em São Paulo, que tiver um televisores
com conexão Internet de fabricação da LG, Sony, Panasonic, Philips ou Toshiba. A
da Globo, ainda não. A intenção do SBT é medir o quanto os conteúdos de segunda
tela serão fáceis de acessar por parte do telespectador, serão ou não do seu
agrado, etc. E também o quanto conseguirá evitar que, para que seu telespectador
tenha acesso aos conteúdos broadband do SBT ele tenha que deixar de ver a TV
aberta.
[Ver figuras na fonte]
Outras novidades do SBTVD
Outra novidade da SET 2012 com relação da TV Digital foi o anúncio do governo de
que, de fato, a EBC começará a funcionar como operador nacional de rede ainda
este ano. Testes piloto, incluindo interatividade, deverão começar em algumas
semanas. O primeiro deles na cidade de João Pessoa, na Paraíba.
“O teste lá em João Pessoa, junto com a Câmara, vai incluir multiprogramação,
transmissão HD e interatividade plena, com sinal de retorno através de 3G. O
conversor da D-Link será custeado pelo Banco do Brasil”, explica o
superintendente de suporte da estatal, André Barbosa. “Nós vamos usar dois
canais HD, um canal 1-seg e um canal de dados. No futuro, um dos canais de 6MHz
HD será dedicada para serviços”, completa.
Entre os parceiros estão a Universidade Federal da Paraíba, a Federal de Santa
Catarina, a Totvs e o Banco Mundial, através do BIRD, que fará o estudo de
impacto.