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Leia na Fonte: Convergência Digital
[01/02/12]
TV Digital: Ginga acirra impasse entre indústria e governo - por Ana Paula
Lobo*
Os fabricantes de TVS insistem que o percentual de TVs obrigatórias com o
software de interatividade fique em apenas 10% este ano. Também pleiteiam que a
regra entre em vigor apenas a partir de outubro. Segundo o presidente da
Eletros, Lourival Kiçula, os testes que estão sendo realizados para avaliar o
funcionamento do Ginga só terminam no dia 30 de setembro. A posição defendida
pela indústria é bem distinta da colocada à mesa pelos representantes dos
governo e, agora, o impasse se acirra.
Isso porque, conforme o Convergência Digital antecipou (leia aqui http://http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=28971&sid=8),
o governo quer estabelecer as seguintes regras para a concessão do Processo
Produtivo Básico para TVs com Ginga: Em 2012, seriam 30% dos televisores
digitais. Para 2013, esse percentual subiria para 60% dos televisores fabricado
e, em 2014, o governo espera que 90% dos Televisores produzidos venham já com o
Ginga embutido. Esses índices já estariam bem abaixo do estipulado inicialmente
na consulta pública - 75% em 2012.
Nesta quarta-feira, 01/02, o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, teve uma
audiência com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. E a proposta
apresentada é ainda menor do que a posta à mesa nas últimas reuniões. Os
fabricantes querem incluir o Ginga a partir de outubro em 10% dos televisores
conectados, ou seja, nos aparelhos que já estão preparados para receber o sinal
digital. O percentual subiria para 50% no ano que vem e para 95% em 2014, ano da
Copa do Mundo. Até então, os fabricantes falavam em 20%.
Não faltam argumentos pela indústria para adiar o uso do Ginga. Segundo a
Eletros, o sinal digital ainda não está presente em todos os municípios
brasileiros. “Hoje 48% da população recebem sinal digital. É inócuo fazer 100%
[a inclusão do Ginga], cobrar um dinheiro a mais de quem ainda não recebe o
sinal”, disse Kiçula. Segundo ele, a inclusão do software deverá encarecer em
cerca de R$ 200 o preço dos aparelhos.
O presidente da Eletros evitou entrar em confronto com o governo, mas não
descartou uma ida à Justiça para defender os interesses dos fabricantes de TVs.
“Se o sistema (Ginga) não estiver aprovado, não poderemos fazer, e as empresas
podem ser obrigadas a parar a produção porque não estarão cumprindo o PPB”,
disse, ao sair da visita com o ministro Paulo Bernardo.
Fontes do governo davam como certa a edição da portaria com as novas regras de
Processo Produtivo Básico para os televisores com o Ginga para o final de
janeiro. Mas a portaria, até em função do impasse entre fabricantes e governo,
terminou não sendo publicada.
*Com Agência Brasil