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Leia na Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[06/02/12]  Estranha queda de braço - por Orlando Barrozo

Está bem azedo o clima entre os fabricantes de equipamentos eletrônicos, especialmente os de TVs, áudio e vídeo, e os ministros do governo Dilma ligados à área. O motivo, que já comentamos aqui, é a introdução do recurso de interatividade nos TVs fabricados no Brasil. O governo quer porque quer obrigar toda a indústria a colocar nos aparelhos o software DTVi (antigo Ginga), e os fabricantes não aceitam. Oficialmente, trata-se apenas de uma negociação, como tantas outras acontecem todos os dias. Mas pode haver mais coelho nesse mato.

O argumento dos fabricantes é límpido e incontestável: “Hoje, somente 48% da população recebe sinal de TV Digital”, diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos). “É inócuo obrigar a inclusão do Ginga em 100% dos aparelhos e cobrar a mais de quem ainda não recebe o sinal”. Segundo ele, o software irá encarecer os TVs em cerca de R$ 200. O pedido da Associação é para que a norma seja aplicada somente a partir de outubro, começando com 10% dos aparelhos produzidos, até chegar a 100% na época da Copa de 2014. Nos bastidores, sabe-se até de um movimento para entrar na Justiça, caso o pedido não seja aceito.

O que é estranho nessa queda de braço é que a obrigatoriedade nem interessa ao consumidor – a interatividade é um fracasso retumbante no mundo inteiro, e nada indica que será diferente no Brasil. Ninguém compra um televisor pensando nesse tipo de recurso, que tem mais a ver com computadores. E quem quiser comprar já encontra hoje vários modelos no mercado. O “coelho” a que me refiro é o lobby dos produtores de software, que foram abandonados pelo governo Lula e pelo Fórum SBTVD, e agora provavelmente querem uma compensação. Só eles têm a ganhar com o DTVi.

Bem, a menos que algum ministro ou assessor tenha outras intenções.