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Leia na Fonte: Convergência Digital
[04/09/12]
TV digital, com Ginga, terá crescimento similar ao dos smartphones no Brasil
- por Ana Paula Lobo
Se a projeção feita pelo governo de alcançar a marca de 54 milhões de TVs com
Ginga em 2016 vier a se confirmar, o crescimento da base será similar ao
previsto para os smartphones e a TV será, sim, uma plataforma para a oferta de
serviços públicos gratuitos para o cidadão brasileiro.
Sobre o futuro do Ginga, o middleware de interatividade nacional, especialistas
garantem: é hora de os engenheiros saírem de cena e entrarem os produtos de
conteúdo. As constatações foram feitas durante a mesa redonda "Ginga finalmente
chega ao mercado de conteúdos digitais. Ainda há tempo para este mercado se
firmar ou é tarde demais?", realizada nesta terça-feira, 04/09, na 10º edição do
Rio Info.
Participaram do debate, Luiz Fernando Soares, da PUC/Rio, Mauro Garcia, da
ABPI-TV , David Britto, da Totvs e Hildebrando Trannin, da Batuque, uma empresa
desenvolvedora de aplicações com Ginga. Atualmente, segundo dados fornecidos no
evento, há 3,5 milhões de TVs com o selo DTVi, o que significa com o middleware
embutido, mas não é possível quantificar quantos, de fato, utilizam a
tecnologia.
"Esse número é como um segredo de Fátima", lamenta David Britto, da Totvs.
Segundo ele, a 'agenda negativa' dos fabricantes prejudicou muito. "O Ginga
ainda é visto como uma pedra no sapato dos fabricantes", acrescentou. E a
crítica não vai apenas para os fabricantes de TVs. Também é válida para os
fabricantes de celulares. "Há uma resistência forte à adoção, mas isso vai mudar
quando a política pública for mais incisiva", salienta o professor da PUC/Rio,
Luiz Fernando Soares.
A massificação do uso do Ginga - além do incremento na base de aparelhos
incorporando o middleware - está diretamente ligada à expansão da infraestrutura
de Internet no Brasil. Só assim, a interatividade vai ganhar força e
musculatura. "A Internet é fundamental para tirar proveito do Ginga e o Brasil
precisa unir os esforços da massificação da banda larga e da TV digital. A
interatividade será crescente quando mais gente tiver conexões melhores ",
sustentou Britto, da Totvs.
Além do item conexão, há um outro ponto decisivo para a massificação do Ginga: a
produção de conteúdo. "Os radiodifusores estão muito atrasados na produção desse
conteúdo para aproveitarem o Ginga. Mas, nós, produtores, também estamos e
precisamos acelerar essa agenda", admitiu Mauro Garcia, diretor-executivo da
ABPI-TV (Associação Brasileira de Produtores Independentes de TV).
O professor da PUC/Rio de Janeiro, Luiz Fernando Soares, foi mais longe ao falar
sobre o tema. Segundo ele, já é hora de os engenheiros saírem da produção de
aplicativos e deixarem essa parte para quem, de fato, sabe fazer essa função: os
produtores de conteúdo. "Falta criatividade para os engenheiros. Os aplicativos
são bem chatinhos, feios. Falta algo mais. Na verdade, falta criatividade",
assumiu.