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Leia na Fonte: Convergência Digital
[26/08/14]
Fabricantes cobram combate ao contrabando para ampliar produção de celulares com
TV digital - por Ana Paula Lobo
Os consumidores que estão assistindo TV nos seus celulares o
fazem com o sinal analógico e não o digital, como é o pretendido pelo governo. E
a culpa disso, segundo o vice-presidente da Samsung, Benjamin Sicsu, é da
presença marcante dos celulares 'shing lings', ou chineses mais baratos, que
funcionam com os chips pré-pagos das teles móveis. "produção de celular com TV
digital só vai aumentar quando o SIGA (projeto que desconecta celular
contrabandeado) estiver implementado", disse. Segundo ele, mais de 20% dos
celulares ativos no Brasil são contrabandeados.
Sicsu, que participou do SET Expo, evento que reúne a indústria da radiodifusão,
na capital paulista, nesta segunda-feira, 25/08, admitiu que a própria Samsung
possui, no máximo, seis ou oito aparelhos com o sinal da TV digital, respeitando
o padrão ISDB-T, do Sistema Brasileiro de TV digital Aberta. "Não nos enganemos.
O consumidor está vendo TV no celular com o sinal analógico, que funciona muito
bem nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro, que são planas. Nos trens, o
celular analógico funciona bem. Só vamos ter celulares melhores e com TV
digital, quando existir uma campanha mais efetiva de combate aos celulares
contrabandeados", disse.
Questionado se o fato de haver poucos celulares com TV digital também não estava
ligada à exigência do governo em impor o Ginga, o sistema de interatividade,
Sicsú não contestou. Essa obrigatoriedade caiu e, hoje, segundo o executivo,
cerca de 10% dos celulares produzidos pela Samsung têm TV digital embutida.
"Esse não é um item prioritário para o comprador do nosso celular", informa,
levando em conta pesquisas de mercado realizada pela fabricante com o consumidor
brasileiro.
A criação do Sistema Integrado de Gestão de Aparelhos (Siga), que vai permitir o
bloqueio, atende a lei do setor de telecomunicações que diz que só podem
funcionar aqui aparelhos homologados pela Anatel, ou seja, que comprovam o
cumprimento de algumas exigências técnicas e, por isso, recebem um selo da selo
pode selo encontrado nas embalagens ou nos próprios aparelhos e a Anatel orienta
os consumidores a confirmar a presença dele antes da compra. A iniciativa é
bancaa por Oi, Claro, TIM e Vivo a teve, em março deste ano, um custo estimado
de cerca de R$ 10 milhões. Mas ainda não há uma data oficial para a sua
implementação.
O principal objetivo da Anatel e das empresas é retirar do mercado equipamentos
de baixa qualidade, conhecidos como “xing ling”, e que normalmente entram no
país via contrabando. Segundo a agência, eles podem prejudicar a saúde dos
usuários, pois não se sabe o nível de radiação que emitem e nem os componentes
que usam, o que leva a risco até de explosão. Além disso, podem provocar ruídos
na rede das operadoras e atrapalhar o uso do serviço de voz ou internet móvel
por outros clientes. E, no caso dos contrabandeados, o governo ainda deixa de
arrecadar impostos.