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Leia na Fonte: Convergência Digital
[02/06/14]  Anatel quer Ginga nas especificações do conversor para Bolsa Família - por Luís Osvaldo Grossmann

Em novo debate público sobre o remanejamento da faixa de 700 MHz – que a Anatel pretende leiloar em agosto – a agência sustentou a inclusão do sistema de interatividade nos equipamentos que os mais pobres vão receber gratuitamente como parte das compensações custeadas pelas operadoras de telecom.

“A ideia é que já saia a especificação de que o conversor traga nele o Ginga, a possibilidade de interatividade. Ou seja, para que não se trate apenas do conversor para ver televisão, mas de ter uma plataforma digital”, afirmou o vice-presidente da Anatel, Jarbas Valente.

A agência vem defendendo a incorporação do Ginga nos conversores que serão distribuídos aos cadastrados do Bolsa Família. Mas não há unanimidade no governo. Também existe a defesa de que cada tele turbine seu próprio set top box, e, assim, seu modelo de negócios no mercado de TV por assinatura.

Valente fez uma ampla explicação do processo de licitação da faixa ao Congresso Nacional – desta vez no Conselho de Comunicação Social – que reafirma o cronograma de licitar os 700 MHz ainda este ano. “Não estamos apressando. A transição da TV Digital começa em 2016”, disse.

Emissoras de TV e teles mais uma vez uniram vozes para questionar o ritmo do processo. “A precipitação de tomar decisão sem analise mais criteriosa é muito perigosa. A convivência ainda não está assegurada”, afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia de TV, Olímpio Franco.

“Não é simples e não é uma coisa barata. As empresas terão que desembolsar alguns bilhões de reais e parte do que vai ser desembolsado é o que vai custear todo esse trabalho. Precisamos muito dessa faixa de frequência, mas achamos que precisamos ir com mais calma”, insistiu Eduardo Levy, do Sinditelebrasil.

A agência, que já negou a prorrogação das consultas públicas – mantendo o leilão no fim de agosto – reconhece as potenciais interferências mas crê em soluções sem dificuldades. “Os filtros resolvem as maiorias dos casos. Mas também é possível mudar altura das antenas que não há mais interferência”, disse Valente.

Segundo o conselheiro, os brasileiros já estão acostumados a conviver com instalações à distância, com ajuda de call centers, visto os serviços de TV por assinatura ou banda larga. “Hoje as pessoas já são instruídas por telefone”, lembrou.

Durante a transição, uma Entidade Administradora vai comprar e distribuir os equipamentos para minimizar as interferências entre 4G e TV Digital. A ideia é que conversores com filtro sejam distribuídos aos 13 milhões de lares listados no Bolsa Família. Outros 14 milhões que fazem parte do cadastro único de programas sociais receberão filtros.