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Fonte: Teletime
[06/05/14]
Tecnologia 4G para M2M no Brasil ainda é um desafio - por Bruno do Amaral
Não há discriminação nos dados divulgados pela Anatel, mas é provável que, das
8,7 milhões de conexões máquina-a-máquina (M2M), todas sejam com a tecnologia
GSM de segunda geração. Enquanto isso é suficiente para a maioria das
aplicações, como smart grids e o programa de rastreamento e monitoramento de
veículos do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o Siniav, há uma
tendência em outros países de utilizar redes mais robustas para soluções de M2M,
como o LTE. Isso depende de aplicações, mas já há propostas que deverão ser
estudadas pelo governo.
"Soluções 4G permitem velocidade de até 300 Mbps, o que pode dar vários feeds de
vídeo, e nos laboratórios tem até 1,2 Gbps com agregação de banda. Tanto para
operadoras quanto para a indústria, há interesse para deixar aplicações 'à prova
de futuro' para os próximos anos, e o 4G é uma tecnologia que deve ser
considerada", afirma o diretor de novos negócios da Qualcomm, Oren Pinsky. Ele
sugere ainda o uso da frequência de 450 MHz para o LTE nessas aplicações. "Não
há nenhuma razão técnica para não usar (essa faixa) em lugares remotos com raio
de cobertura de 30 km, 40 km e até 100 km. Sim, a gente tem de pensar em
tecnologias heterogêneas, e, como empresa, estamos colocando recursos de
pesquisa e desenvolvimento para isso", declara.
O vice-presidente de indústria e sociedade da Ericsson para a América Latina, Jo
Lindstad, sugere um mix de tecnologias. "Tem o uso de linha de energias (PLC),
mas usando redes 3G de pontos de distribuição mais para trás. Com as novas
tarifas, tipos de solução híbrida ficam bem viáveis no Brasil", declara.
Visão do governo
De acordo com o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações,
Maximiliano Martinhão, a possibilidade será levantada após a criação da Câmara
de Gestão, que deverá reunir representantes dos setores envolvidos e vários
outros ministérios, como o da Ciência e Tecnologia, da Saúde e dos Transportes.
Ele cita o uso de maior largura de banda para promover carros conectados. "Isso
tem repercussão e custo. Se quiser a melhor tecnologia, terá de pagar por isso",
afirmou ele nesta terça-feira, 6, durante Encontro Tele.síntese em São Paulo. A
estrutura da câmara está sendo elaborada e deverá ser apresentada em breve para
o ministro Paulo Bernardo. Uma vez aprovada, a proposta será publicada.
Martinhão acha que tudo estará pronto em junho e, aí sim, começará a convocação
de participantes. "A ideia é criar um diálogo frutífero para o setor. Acho que
temos de ser bem amplos, queremos ser bem abrangentes principalmente para o
setor de infraestrutura", declara.
Martinhão explica que a inclusão de 3G ou mesmo 4G em um programa como o Siniav,
que prevê a obrigação de implantação de chips em todos os carros fabricados a
partir de 2015, não depende do Minicom, mas, sim, do Denatran. Ele até sugere
novas tecnologias, como o futuro 5G, que investe pesquisas mais em tempo de
resposta (latência) para redes móveis do que em pura capacidade de banda. Mas
compara a modernização do programa com a obrigação de incluir o sistema
Ginga na TV digital, discussão que se arrastou
por anos. "Esse negócio ficou (enrolando) e, chegou em 2012, não adiamos
mais, então tínhamos de fazer", declara. "Temos que discutir isso com políticas
de transporte, com o Denatran. Ao fazer o processo, estamos dando incentivo
importante para isso seguir em frente."
O que deve ser feito na Câmara é apenas uma discussão para considerar novas
aplicações, mas sem abandonar outros pontos – como o de fornecedores de módulos,
que se queixam da concorrência com os equipamentos importados. "Se formos olhar
o caso específico do 2G, os módulos GPRS chegam muito baratos importados, e às
vezes é difícil criar mecanismos para ser competitivo para a produção do
equipamento no Brasil. O que se pode fazer é agregar inovações para que se
tornem mais competitivo", declara.
Padrões
O representante de M2M na área de serviços digitais da Telefônica/Vivo, Eduardo
Takeshi, lembra que há uma barreira: a padronização e interoperabilidade que
considerem características do setor automotivo. "Como o ciclo de vida da
indústria automotiva é longo, cada tecnologia tem cerca de 20 anos, com
espaçamento de dez anos. Agora é um momento em que temos de fazer uma proposta
específica para esse mercado", explica. A operadora tem utilizado recursos como
da Wayra e da Campus Party para promover o desenvolvimento de novas aplicações
máquina-a-máquina.
A Datora Telecom, que atua como MVNO no País, diz não estar preocupada com
tecnologia e reverbera a preocupação de Takeshi. "Estamos preocupados é com a
parte de dados, se cada um tiver um padrão diferente nós não vamos conseguir
trocar informação entre as empresas", declara o diretor de inovação da empresa,
Daniel Fuchs. "A Intel e a Qualcomm vão ter de se entender. Se não, acabarmos
com essas ilhas, não vou conseguir", reclama. A operadora móvel virtual trabalha
para colocar em consulta um projeto de lei que permita a existência de carros
autônomos e deverá, em breve, abrir o site driveless.com.br para contribuições
públicas.