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Fonte: Tele.Síntese
[15/05/14]
Governo vai tirar exigência do Ginga no PPB dos celulares - por Lúcia
Berbert
Mas MDIC prepara oferta de bônus para o fabricante que apresentar aparelho com o
middleware da interatividade
O Ministério do Desenvolvimento abriu consulta pública, nesta quinta-feira (15),
alterando o
Processo Produtivo Básico (PPB) de celulares. Entre as mudanças proposta,
está a retirada da obrigação de carregar o middleware de interatividade – o
Ginga – dos aparelhos com recepção do sinal de TV Digital compatível com o SBTVD.
A decisão, segundo o diretor de Base de Tecnologia do MDIC, Alexandre Cabral, se
deu em função da ausência de modelos de negócios de interatividade na TV e nos
celulares e da vida útil dos aparelhos, que é muito pequena.
Mas, Cabral avisa que não há interesse em desestimular iniciativas nesse
segmento. Tanto é assim que, na próxima reunião com os fabricantes, irá propor a
concessão de bônus a quem fabricar o aparelho com o middleware. “Tudo que
propomos é sempre negociado antecipadamente, para evitar surpresas”, disse.
Também informou que não será alterado o PPB da TV digital, que exige a inclusão
do Ginga em boa parte dos aparelhos fabricados.
Em contrapartida, a partir de janeiro, sobe de 5% para 10% a quantidade de
dispositivos que trazem soluções externas para recepção de TV digital que terão
de vir com esses recursos. A partir de janeiro de 2016, pula para 40%. A
expectativa do MDIC é de que quase metade dos celulares possa receber a TV
digital já nas Olimpíadas.
Além disso, a proposta permite que o fabricante possa trocar cinco celulares com
esse tipo de solução por um tablet com as mesmas facilidades de recepção do
sinal digital de TV. É uma novidade, uma vez que o PPB desses equipamentos
móveis não contem a exigência de recepção da TV, porque exige investimentos
maiores. “Não vamos mudar isso agora porque os fabricantes ainda estão apostando
nos tablets de baixo custos, em função da concorrência com os asiáticos, mas
quem sabe no futuro isso não venha ocorrer”, disse Cabral.
O diretor do MDIC não acredita que haverá interferências entre a TV digital e o
serviço 4G, que será implantado na faixa de 700 MHz, após o desligamento do
sinal analógico. “Os técnicos que fizeram os testes de convivência entre os
serviços garantem que a mitigação é simples e será absorvida pela indústria nos
próximos anos”, disse.
A proposta traz ainda mudanças nas exigências sobre fios e cabos e carregadores
de baterias. As sugestões serão aceitas no prazo de 15 dias, a contar de hoje,
data da publicação no Diário Oficial da União.