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Fonte: Linux Magazine
[10/04/15]
Escanteado na TV aberta, Ginga escreve seu futuro no IPTV
Totalmente brasileira, é com o middleware desenvolvido no país a recomendação de
interatividade na televisão sobre protocolo de Internet da União Internacional
de Telecomunicações (UIT).
Ainda sem conquistar as emissoras de televisão no Brasil, o Ginga parece ter um
futuro mais promissor em IPTV. Totalmente brasileira, é com o middleware
desenvolvido no país a recomendação de interatividade na televisão sobre
protocolo de Internet da União Internacional de Telecomunicações (UIT). A
primeira recomendação aprovada é de 2009. A mais recente, deste 2015.
“Foi a primeira recomendação sobre interatividade em IPTV e uma vitória muito
grande por ser uma recomendação inteiramente brasileira, todas as 112 páginas.
Acho que foi a primeira vez que uma tecnologia nacional foi completamente aceita
e especificada na UIT”, diz o relator do tema na entidade, Marcelo Moreno.
Doutor em informática pela PUC-RJ, onde participou do desenvolvimento do
Ginga-NCL, e hoje professor adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora,
Moreno se dedica mais particularmente à interatividade em IPTV desde 2008 dentro
da UIT. Nesta sexta, 10/4, contou um pouco desse processo em palestra na Anatel,
em Brasília.
Ele acredita que o IPTV tende a se tornar dominante – no lugar das televisões
por assinatura atuais – como já começa a acontecer no Japão, onde as conexões de
fibra óptica são a regra e quatro empresas disputam um mercado que passa já de
15 milhões de usuários.
“A gente tem uma tecnologia que, querendo ou não, cedo ou tarde estará na casa
de todo mundo. Todo mundo vai ter banda larga. Em países como o Brasil isso
ainda pode demorar, mas vai ter. E é importante uma padronização. Porque é muito
custo ter equipamentos proprietários. E se já está em cima de um protocolo
onipresente, vai colocar solução proprietária em cima? Não é racional”,
acredita.
No caso do mercado japonês, o detalhe é que das quatro competidoras em IPTV,
nenhuma é a provedora de conexões, a detentora das redes – é a mesma para todas,
da NTT. Não por menos, a ideia da padronização é de que um usuário possa comprar
seu set top box que funciona com qualquer provedor do serviço. No Brasil, porém,
os provedores são também as operadoras, donas das redes.
A incorporação do Ginga traz vantagens evidentes. Embora os padrões da Europa e
dos EUA também contemplem alguma interatividade, há questões importantes onde a
tecnologia brasileira é superior – ou nem existe nos demais – como a
sincronização de diferentes mídias: ou a facilidade de o conteúdo ser acessado
pela televisão, tablet, smartphone etc e isso ser gerenciado pelo provedor.