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[29/04/15]  Governo vai pressionar por conversor com versão completa do Ginga na TV Digital - por Luís Osvaldo Grossmann

O governo vai pressionar pela escolha de conversores com melhor perfil de interatividade na TV Digital – no caso das caixinhas a serem distribuídas a 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família. A reunião com teles, emissoras de TV e Anatel para a definição do modelo de conversor acontece nesta quarta, 29/4.

“Para essa interatividade, tem que usar Ginga. E defendemos que seja o ‘Ginga C’ para ter maior capacidade de interação, e que tenha um modem que possa fazer o canal de retorno, que possa não apenas transmitir o sinal para a casa do usuário mas que também faça o retorno das comunicações do usuário”, afirmou o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.

A posição do governo é um alento diante da pressão de teles e emissoras de televisão comercial que se uniram na defesa do modelo mais barato possível de conversor. Os primeiros porque pagam a conta e tem como interesse a ‘limpeza’ o mais rápido possível da faixa de 700 MHz, que vão usar no 4G. As TVs comerciais, porque não apostaram até aqui em interatividade e resistem a abrir um flanco para as teles em seu negócio.

O Minicom terá apoio das emissoras públicas que também fazem parte do grupo de implementação da digitalização, mas está pronto para resistir ao choro de quem prefere o modelo mais simples. Segundo a pasta, embora ainda haja divergências no custo, ele é perfeitamente sustentável dentro do orçamento da digitalização – vale lembrar, R$ 3,6 bilhões previstos já no leilão da faixa de 700 MHz. É esse o argumento que será sustentado no Gired.

“Existiria a possibilidade de um conversor que simplesmente fizesse a conversão da imagem digital para analógica, mas desde o inicio do processo temos definido que esse conversor possa ter interatividade, para dar acesso a bancos públicos, INSS, SUS, Ministério do Trabalho, enfim, acesso a qualquer outro serviço publico e eventualmente serviços privados que tenham interesse”, explicou Berzoini, que nesta quarta foi à Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

Ao mencionar o que chamou de ‘Ginga C’, o ministro se refere a um dos perfis de conversor mais completo como definidos pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital. No caso, pega como exemplo a caixinha usada no projeto 4D, tocado pela EBC, e que permite diversos recursos interativos – ainda que no caso do 4D o foco tenha sido serviços públicos, mas com espaço para aplicações privadas também.