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Fonte: Convergência Digital
[20/01/16]
TV Digital: Teles e TVs propõem ao Minicom adiar o desligamento do sinal
analógico para 2018 - por Ana Paula Lobo
As TVs, as Teles e o GIRED chegaram a um consenso e estão
propondo ao Governo o adiamento do desligamento do sinal analógico para 2018,
nas capitais e regiões metropolitanas, onde há a necessidade efetiva de
'limpeza' da faixa de 700MHz. Nas demais cidades, o cronograma prevê o
escalonamento do switch off até 2023.
A decisão final sobre o novo cronograma é do Ministério das Comunicações - que
já receberá nesta quarta-feira, 20/01, um documento com os principais pontos da
reunião realizada pelo Gired, grupo responsável pela implementação da TV Digital
no Brasil. Depois do exemplo de Rio Verde - onde se constatou que não era
possível fazer o desligamento do sinal analógico, uma vez que boa parcela da
população mais pobre corria o risco real da 'tela preta', ou seja, de ficar sem
acesso à TV - houve, enfim, um consenso entre as partes - leia-se radiodifusores
e teles - para se apresentar um novo cronograma ao governo.
O conselheiro Rodrigo Zerbone, que lidera o GIRED, diz que Rio Verde serviu para
mostrar que boa parte das famílias de baixa renda da cidade não migrou por falta
de recursos para comprar um conversor ou uma nova TV. "Essas famílias não estão
no grupo da Bolsa Família e não receberiam os conversores gratuitos. Percebemos
a necessidade de ampliar a capacidade de distribuição para essas famílias que
poderiam estar no cadastro único e que têm renda familiar de até três salários
mínimos ou meio salário mínimo per capita", explica.
Zerbone informa ainda que como a maior parte do interior do Brasil não tem o
sinal digital implementado e, especialmente, não há perspectiva de essa migração
acontecer por conta da situação econômica dos radiodifusores e do próprio
momento do país, se chegou a um consenso que adiar o cronograma era a melhor
alternativa. A proposta, agora, é desligar o sinal analógico de todas as
capitais brasileiras e respectivas regiões metropolitanas, o estado de São Paulo
inteiro, o estado do Rio de Janeiro inteiro, parte do interior do Rio Grande do
Sul e parte do interior do Paraná até 2018.
"Nessas cidades - cerca de 1000 - o espectro está efetivamente carregado e é
preciso fazer a limpeza da faixa de 700 Mhz para a operação do 4G das teles
móveis. A ideia é concentrar nossos esforços nesses próximos dois anos nessas
localidades para a distribuição também dos conversores dentro dos recursos
existentes. Brasília foi sugerida como um piloto para um teste efetivo",
acrescentou Zerbone.
No restante do país, garantiu o conselheiro da Anatel, ou a faixa de 700 Mhz já
está liberada ou é possível fazer um remanejamento. "Nas demais localidades, a
TV digital, a TV analógica e o 4G poderão conviver sem problema algum". O
consenso fechado na reunião desta quarta-feira, 20, entre radiodifusores e teles
foi relevante, mas Zerbone ressalta que toda e qualquer mudança só acontecerá se
o ministério das Comunicações der o seu aval.
"É uma decisão do ministério. Nós estamos sugerindo, mas o ministério tem toda a
liberdade para dar a palavra final. É bom também lembrar que a postergação até
2023 dependerá de alteração em Decreto Presidencial", completou. A próxima
reunião do GIRED está prevista para o dia 12 de fevereiro.