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Leia na Fonte: Teletime
[17/11/16]  Sinal de TV analógica será desligado em Brasília nesta sexta, 18 - por Samuel Possebon

O governo autorizou o desligamento da TV analógica em Brasília a partir desta sexta, dia 18. A decisão, tomada pelo Gired (grupo de implementação da TV digital) e ratificada em portaria assinada pelo ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) nesta quinta, 17, está baseada no atingimento dos percentuais mínimos de domicílios aptos para receber o sinal digital. Conforme antecipou este noticiário, a última pesquisa Ibope realizada esta semana apontou 92% de domicílios aptos pelo critério do Gired, ou 90% com o critério da Abert. Os dois, portanto, dentro daquilo considerado suficiente para que o desligamento ocorra.

Kassab chamou a data de histórica pela dimensão do processo e pela importância de desligar uma cidade como Brasília. "Após semanas de legítimas preocupações, todas superadas, temos agora sim um projeto piloto em que vivemos as mais diferentes situações, que serão de fundamental importância para (o desligamento em) São Paulo".

Segundo o presidente da Anatel, Juarez Quadros, que também preside o Gired, para o desligamento em Brasília foram entregues cerca de 311 mil kits para beneficiários do Bolsa Família e integrantes do Cadastro Único, o que representa 83% da população que teria direito. O percentual tende a aumentar muito agora que o desligamento foi autorizado. Segundo Antonio Carlos Martelletto, presidente da Seja Digital (EAD), que operacionaliza o processo de migração, a tendência é que o percentual de domicílios aptos fique acima dos 98% registrados em Rio Verde.

Ajustes

O fato de a transição ter sofrido um atraso de menos de um mês em Brasília não significa, no entender do ministro, que algumas coisas não serão mudadas para São Paulo. Segundo ele, uma nova portaria deve determinar ao Gired que aperfeiçoe alguns procedimentos, especialmente os critérios de pesquisa para aferir os domicílios aptos. A tendência, segundo apurou este noticiário junto a fontes do Gired, é que se consolide um modelo combinado, com o critério atual mas um deflator para as TVs de telas finas, ficando no meio do caminho entre o que quer a Abert e o que querem as teles.
Outra mudança que ainda pode acontecer é a data de desligamento na capital paulista. Ainda que o calendário preveja o switch-off em São Paulo no dia 29 de março de 2017, e que 10% dos kits previstos já tenham sido distribuídos, existe uma chance de que essa data seja postergada para que o desligamento aconteça em setembro do ano que vem em todo o estado, de uma vez. A razão passa pela interferência que sinais próximos a São Paulo poderiam causar e também por conta da logística dos set-tops que precisam ser produzidos em um quantidade muito maior. Segundo Gilberto Kassab, a decisão de mudar a data ainda será avaliada. Segundo ele, é possível conseguir maior entrosamento entre as empresas de TV e telecomunicações e a comunicação.
O ministro comemorou também o fato de que, com o desligamento da TV analógica, será possível liberar a faixa de 700 MHz para os serviços de banda larga móvel 4G, que têm apresentado desempenho muito superior à faixa atualmente dedicada aos serviços (2,5 GHz). "Certamente teremos um ganho muito grande na banda larga móvel".

Repercussões

Para Roberto Franco, presidente do Fórum de TV Digital, o desligamento de Brasília é um marco equivalente ao início das transmissões de TV digital em 2007, já que marca a evolução definitiva da tecnologia de radiodifusão.
A Abratel pede, por sua vez, uma atenção maior em São Paulo. "Com o período de férias em dezembro e janeiro, a população de São Paulo será pouco impactada com as campanhas do desligamento do sinal. A Abratel sugere que a EAD envide maiores esforços para que a população integrante do Cadastro Único em São Paulo receba mais rapidamente os kits com conversores e antenas e que a população seja estimulada a aderir a tecnologia digital. Neste processo é importante que uma capital aprenda com o desligamento da anterior". Apesar da preocupação, a entidade não apoia o adiamento da data de desligamento.
Para a TIM, com o desligamento a empresa se vê pronta para lançar o 4G em 700 MHz em Brasília no mesmo dia em que a faixa for liberada pelo Gired, após a conclusão do processo de mitigação de interferências. "A TIM é líder em municípios cobertos com quarta geração no Brasil e considera o 700MHz recurso estratégico para acelerar o plano de expansão da rede LTE no país", destaca, em nota, Stefano De Angelis, presidente da TIM Brasil. Para ele "o processo em curso representa um grande projeto de digitalização do país tanto pelo lado das empresas de radiodifusão quanto pelo lado das operadoras de banda larga móvel, com eficaz trabalho em conjunto realizado por todos os envolvidos".