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Leia na Fonte: Teletime
[05/08/08]
Unicel lança operação celular "aeiou" em São Paulo - por Ana Luiza
Mahlmeister
Com tarifas baixas e a internet como principal canal de relacionamento, a Unicel
lançou nesta terça-feira, 5, em São Paulo sua operação celular. Voltada para o
público jovem, a nova empresa rebatizada de "aeiou" (pronuncia-se aiou) começa a
operação com um beta teste para 10 mil pessoas que receberão um chip para
ativação em um celular desbloqueado GSM e um crédito de R$ 35. O lançamento
comercial será no dia 8 de setembro com a meta de alcançar 500 mil assinantes em
um ano, com cobertura na Grande São Paulo (área 011). A rede GSM Edge, com 230
sites instalados pela Huawei, tem capacidade para 1 milhão de assinantes. A
empresa não tem planos de disputar freqüências de 3G ou oferecer banda larga
móvel "enquanto esse negócio não se mostrar rentável", diz o presidente da aeiou,
José Roberto Melo da Silva. A operação deve ampliar-se também para o interior de
São Paulo em 2009, a partir das faixas adquiridas pela Unicel no leilão de
sobras de freqüência, realizado no ano passado.
Depois da primeira rodada de investimentos (que contou com o norte-americano
Edward Jordam e sondagens junto à família Constantino, da Gol) a operação
recebeu R$ 250 milhões em capital próprio, do grupo brasileiro Elav e da Hits
Telecom Group, que aportou R$ 62 milhões. O Hits Telecom tem ações em bolsa no
Kuwait e investe em telecomunicações no Oriente Médio e na África. A empresa não
divulgou meta de faturamento, mas espera atingir margem Ebitda de 40% em um ano,
bem superior à média das atuais operadoras móveis, que é de 20%.
Tarifas
O modelo de negócios baseia-se nas empresas aéreas norte-americanas de baixo
custo, como a Jet Blue. "O mercado não tem espaço apenas para as superteles. Há
uma oportunidade enorme no segmento de jovens e população de baixa renda que não
é explorado no País", afirma o executivo.
Segundo uma pesquisa da Merrill Lynch, o Brasil é o país com menor tempo de uso
por assinante móvel – 80 minutos, contra 450 minutos na Índia, 350 minutos na
China e 900 minutos nos EUA. Também é o país com tarifa média por minuto mais
alta: US$ 0,16, contra US$ 0,02 e US$ 0,03 e US$ 0,06, respectivamente.
A "aeiou" oferece tarifas de R$ 0,14 o minuto na rede interna; R$ 0,28 o minuto
para fixos, e R$ 0,63 para móvel. A média de tarifa de roaming deve ficar em R$
0,61. O SMS custa R$ 0,07 na rede e R$ 0,14 para outras operadoras.
Melo garante que a empresa tem operação enxuta: conta com 60 funcionários
próprios e 20 terceirizados. A sede está localizada na Vila Madalena, em São
Paulo. A empresa não pretende ter lojas (fora o showroom, na sede da empresa),
mas fará acordos com fabricantes de celulares e com o varejo para que estes
ofereçam o SIMcard da "aeiou". "Não vamos subsidiar aparelhos e nem obrigar o
usuário a ter contrato de fidelidade. Se não gostou, troca", afirma o executivo.
Não há categorias de serviço pré ou pós-pago. O assinante faz um depósito em sua
conta e recebe seus créditos em minutos. Pode sacar o saldo remanescente ou
fazer outros pagamentos por transferência bancária ou via celular, serviço que
será ativado em breve. Melo diz não temer a concorrência das grandes teles nem a
chegada da Oi em São Paulo, que também propõe a oferta de chip para celulares
desbloqueados. "Para competir com os gigantes, nosso diferencial é a tarifa,
operação voltada para alto volume de assinantes e público segmentado", disse o
executivo. Ele espera que o serviço difunda-se entre os jovens e aposta em
marketing viral.
A empresa também prevê a oferta de planos corporativos com chips para empresas
com preços especiais, voltados para sindicatos, associações, escolas etc.