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Leia na Fonte: iG
[20/09/10]
TCU e Anatel favoreceram marido de Erenice
Unicel obteve, segundo jornal, favorecimento para concessão de licença para
operar telefonia móvel via rádio
A Unicel, empresa de telefonia celular que teve o marido da ex-ministra da Casa
Civil Erenice Guerra, José Roberto Camargo Campos, como diretor, teve ajuda do
Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Tribunal
de Contas da União (TCU) na obtenção de licença para operar telefonia móvel via
rádio, também chamado de Serviço Móvel Especializado. Os dois colegiados votaram
favoravelmente à concessão da licença para a Unicel, contrariando parecer de
suas respectivas áreas técnicas.
A Unicel só não conseguiu a licença até agora, apesar da boa vontade, por razões
burocráticas. Houve mudança no quadro societário da empresa, de forma que o
processo passa por uma nova avaliação na Anatel. A agência está verificando a
capacidade técnica e, se não houver impedimento legal, a Unicel poderá iniciar
seus serviços de rádio. Hoje, ela opera telefonia celular convencional na cidade
de São Paulo e na região metropolitana.
O conselheiro da Anatel Jarbas Valente disse ao jornal O Estado de S. Paulo que
sempre foi contra a concessão da licença do SME para a Unicel. Na época do
pedido, 2005, ele integrava a área técnica da agência reguladora, que fez
parecer contrário. Essa posição não foi modificada, ao contrário do que informou
a "Veja" desta semana. "Nunca mudamos nossa posição em uma vírgula", disse.
Segundo a revista, Valente teria revisto seu voto e por isso teria ganho o cargo
de conselheiro da Anatel. Ele negou, argumentando que ganhou o cargo este ano.
Valente explicou que, em 2005, a Anatel decidiu fazer uma consulta às operadoras
de serviços de telecomunicações sobre interesse em operar novas faixas de
frequência, ou seja, oferecer novos serviços. Em vez de manifestar seu
interesse, a Unicel entrou direto com um pedido de outorga, o que foi
considerado irregular pelos técnicos.
Mesmo com o alerta da área técnica de que o pleito da operadora era
improcedente, o Conselho Diretor da agência aprovou a outorga para a Unicel por
quatro a um. Diante do impasse, o processo foi enviado para a área técnica do
TCU, que fez análise similar à da área técnica da agência, ou seja, contra a
outorga. Surpreendentemente, porém, o julgamento do plenário do TCU
desconsiderou as análises e deu o aval para o prosseguimento.
Há outro processo que envolve a concessão de outorgas de Serviço Móvel Pessoal
(SMP) para a Unicel em São Paulo. Segundo Valente, o impasse nessa questão foi a
não aceitação, por parte da comissão de licitação, das garantias financeiras
apresentadas pela Unicel. O marido da ex-ministra foi procurado, mas não foi
encontrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.