FERNANDO NETO BOTELHO
TELECOMUNICAÇÕES - QUESTÕES JURÍDICAS
Fevereiro 2004 Índice (Home)
27/02/04
• Dados brasileiros de acesso Web a sites públicos
Notícia comentada:
http://idgnow.terra.com.br/idgnow/internet/2004/02/0067
Brasil lidera acesso mundial a sites governamentais
Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2004 - 17h31
IDG Now!
Os internautas residenciais brasileiros navegaram em média 12 horas e 47 minutos
no mês de janeiro, revelou nesta quinta-feira (26/02) o Ibope/NetRatings. Esse
período representa um aumento de 23 minutos frente ao tempo navegado em dezembro
de 2003, que foi de 12 horas e 24 minutos.
Ainda segundo o levantamento, o País ficou atrás de países como Estados Unidos
(com 14 horas e 43 minutos) e França (13 horas e quatro minutos). Porém,
permaneceu a frente da Itália, país que teve navegação média de internautas
residenciais de sete horas e 19 minutos.
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----- Original Message -----
From: Fernando Botelho
To: abdimg@yahoogrupos.com.br ; Grupo Professor Baracho Junior ; Celld-group@yahoogrupos.com.br
; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Friday, February 27, 2004 11:37 PM
Subject: [wireless.br] Dados brasileiros de acesso Web a sites públicos
Reparem na notícia acima.
Vejam como o dado brasileiro vai-se tornando fantástico, na comparação mundial
dos números de acessos a websites estatais.
Mas, quando analisado este específico dado nacional frente aos níveis atuais que
informam a restrita inclusão digital-brasileira - menos de dez por cento da
população dispõe de acesso Web - ele demonstra, a meu ver, um valor relativo
bifronte (negativo/positivo).
De um lado, ele mostra que os serviços públicos brasileiros cada vez mais
interferem com o interesse da população, que a eles recorrem em níveis
crescentes e em progressão geométrica, e as ferramentas de TI nada mais revelam
do que o crescimento da busca.
De outro lado, os dados volumosos revelam o aspecto negativo, da elitização do
acesso rápido, econômico, eficaz, aos serviços públicos, via WEB, com exclusão,
entretanto, da maior parcela da sociedade, simplesmente apartada desta mesma
possibilidade, que requer isonômico franqueamento (leia-se, nisso, implemento
indispensável do FUST-Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações,
que tem a incumbência legal, já há 3 anos, de realizar o "milagre" brasileiro da
democratização dos benefícios das telecomunicações).
Por último, o dado revela, reconfortantemente, a qualidade da infra-estrutura do
E-Gov brasileiro, que, crescentemente, disponibiliza conteúdos úteis em portais,
e, neles, serviços públicos, para acesso via Web, em níveis superiores aos de
países desenvolvidos.
A partir disso, coisas como telesaúde pública, telejurisdição, processo
judicial-eletrônico, videointerrogatórios, peticionamento eletrônico, dentre
outras inovações permitidas pela rêde brasileira, passam a integrar o cotidiano
da vida nacional, e começam a se realizar em pontos do território nacional, sem
nada dever aos dados correspondentes, de primeiro mundo.
Não sei se concordam com esta visão.
Abs.,
Fernando Botelho