FERNANDO NETO BOTELHO

TELECOMUNICAÇÕES - QUESTÕES JURÍDICAS

Junho 2004               Índice (Home)


21/06/04

China x Internet

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From: Fernando Botelho 
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br ; Celld-group@yahoogrupos.com.br ; abdimg@yahoogrupos.com.br 
Sent: Monday, June 21, 2004 11:04 PM
Subject: [wireless.br] China x Internet
Prezados,
Vejam, abaixo, mais um pouco da "democracia" chinesa...
Como nos melhores tempos do Macarthismo nos EUA, estão instituindo, na China, o denuncismo cibernético, como política de controle de "segurança nacional".
Fernando Botelho

Informática 
Segunda, 21 de junho de 2004, 09h36 
China cria leis para aumentar controle da Internet
http://informatica.terra.com.br/interna/0,,OI328167-EI553,00.html 

O governo chinês anunciou, sábado, através da imprensa oficial, novas leis para aumentar o controle e a censura na Internet, regras que afetarão os chats e foros de discussão. As novas normas recém-promulgadas estabelecem um maior controle do conteúdos dos chats e dos fórums de Internet, limitando a transmissão de informação "sobre superstições, erotismo ou aquela que possa ameaçar a segurança nacional". 
"É necessário purificar o conteúdo da rede pelo bem do crescimento saudável de nossos jovens", destaca a nota da agência oficial Xinhua. O regulamento também estabelece que os cidadão "serão motivados a supervisionar o conteúdos da Internet", sendo premiados por cada denúncia pública relativa a conteúdos "antipatrióticos", algo muito freqüente no regime chinês desde os tempos da Revolução Cultural. 
Na semana passada foi lançado um site governamental chamado "Centro de Reportação de Conteúdos Daninhos", no qual qualquer cidadão pode entrar e denunciar qualquer site que considerar contrário à lei. Também se intensificará a luta contra os cibercafés ilegais, empreendida depois da morte de 25 jovens no incêndio registrado em junho de 2002 em um desses estabelecimentos, que carecia das permissões necessárias. 
Nos últimos três meses, a China fechou 16 mil cibercafés e proibiu a concessão de licenças para a abertura de novos estabelecimentos deste tipo. A campanha de controle da Internet, que Pequim desenvolve há vários anos "contra a má influência que ela pode exercer nos jovens", visa a, segundo grupos pró direitos humanos, acabar com a propagação de idéias políticas contrárias à do Partido Comunista. 
De acordo com a agência oficial Xinhua, os princípios que devem reger na Internet são "patriotismo, respeito à lei, justiça e a respeitabilidade", uma linguagem retórica no qual se dá a entender que não há lugar para protestos ou dissidências. A China é o segundo país com mais internautas do mundo, 80 milhões de pessoas, mas os cidadãos não têm acesso às páginas web da dissidência ou aquelas que tratam temas delicados para a política chinesa (Taiwan, Tibete, Xinjiang, direitos humanos, Praça da Paz Celestial) do exterior. 
A organização Repórteres Sem Fronteiras, a cuja página web também não se pode entrar da China, denuncia a detenção, nos últimos anos, de pelo menos 54 jornalistas e cidadãos que publicaram na internet artigos críticos ao governo de Pequim, os chamados "ciberdissidentes". Segundo a Anistia Internacional (AI), grandes multinacionais como a Microsoft, a Nortel e a Cisco ajudaram tecnológicamente o governo chinês a aumentar o controle da Internet através dos chamados "firewalls", barreiras que impedem o acesso a certas páginas web. 
Em março deste ano, o Partido Comunista Chinês e o governo do país anunciaram o início de uma campanha para melhorar os valores morais de seus 329 milhões de habitantes menores de idade, que, segundo destacaram, "sofrem os negativos efeitos da desonestidade, da superstição e da pornografia". No marco desta campanha, o controle sobre os conteúdos de Internet é uma das principais frentes. 
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