FERNANDO NETO BOTELHO
TELECOMUNICAÇÕES - QUESTÕES JURÍDICAS
Setembro 2006 Índice (Home)
15/09/06
• Pesquisadores encontram graves falhas em urna eletrônica usada nos EUA
----- Original Message -----
From: Fernando Botelho
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Friday, September 15, 2006 11:23 PM
Subject: Re: [wireless.br] Pesquisadores encontram graves falhas em urna
eletrônica usada nos EUA
Notícia comentada :
Pesquisadores encontram graves falhas em urna eletrônica usada nos EUA
[Fonte: "IDG Now!"]
O ponto de vulnerabilidade apontado é esse apenas: " Um cracker que tenha
acesso físico à máquina ou ao seu cartão de memória que seja por um minuto
poderia instalar códigos maliciosos" ??
Com todo o respeito, isso não é indicação de vulnerabilidade técnica DO SISTEMA
OPERACIONAL da UE (Urna Eletrônica); é cogitação de vulnerabilidade da segurança
física ligada à própria guarda também física das urnas; a menos que eu tenha
entendido errado, a hipótese cogitada é de "déficit" da custódia física das UEs
e não destas próprias.
Se é isso, estou de pleno acordo com a cogitação: "um cracker que tenha
[esse cogitado] acesso físico à máquina ou ao seu cartão de memória" poderá
mesmo fazer um estrago; pode ser que, com essa posse tão franca e fácil da Urna
Eletrônica [jamais registrada até hoje, diga-se, isto é, nestas proporções, na
história dos sistemas eleitorais brasileiros, e, salvo engano, também dos EUA],
ele vá não só danificar o cartão de memória, mas resolva até implantar um novo e
completo sistema operacional, mudar candidatos, criar nova carga de dados
regionais, ou, quem sabe, até levar com ele, para casa, a Urna - diria, que o
hipotético fraudador terá, nesta cogitação, de ser, a rigor, um "craque" da
criminalidade, para tudo isso, não só um cracker, pois a tarefa irá
requerer-lhe invasão física de galpões fortemente guardados pelo policiamento
militar de 33 Estados (após o carregamento e lacre das UEs), onde estarão
depositadas as não menos que 550.000 Urnas brasileiras carregadas para a votação
(esse imaginário trabalho de "craque" irá, da "missão quase impossível", de
invasão, à uma necessária coordenação de tarefa coletiva-gigante, realizável só
com um batalhão de sub-crackers, ou sub-craques, que terão de atuar,
nesta "calada da noite histórica" da invasão NACIONAL da Urna Eletrônica,
sincronizadamente, agindo dentro dos galpões e Estados, retirando, do mais de
meio milhão de Urnas, cada um dos cartões (os flashes), alterando-os, e
retornando-os para cada drive respectivo, com reposição de cada lacre e
reconstituição das assinaturas de cada Juiz Eleitoral e do Promotor Eleitoral
(só em Minas Gerais são 352 profissionais desses !).
Não resisto, por isso, a uma crítica: intriga descobrir, com estudo feito agora
por americanos, mais essa inédita capacidade invasiva-organizada da (suposta)
criminalidade brasileira !
Já não bastasse a incômoda renitência dos PCCs e facções supostamente
organizadas que andam atordoando a vida nacional, ainda teremos de conviver,
agora, com o o imaginário dessa mega-possibilidade organizacional, de
apoderamento coletivo-aglutinado, das nossas UEs e suas flashes de
votação....uma hipótese de verdadeira "invasão amazônica" das dependências da
Justiça Eleitoral no país !
Que o crime está se tornando organizado, ninguém discute! Mas a esse ponto, eu
não sabia!
Mais intrigante é ainda imaginar ocupada, como está a Justiça Eleitoral, com
segurança do sistema eletrônico-eleitoral, e surgir, no conceituado mas
longínquo celeiro de pesquisa de Princeton/EUA, uma plêiade de "experts" em
possibilidades de apoderamento não dos sistemas mas dos próprios hardwares que
detêm os sistemas brasileiros de votação.
Incrível ler que cogita-se até da possibilidade (impossível, computacionalmente
falando) de "...pragas de uma urna...levar à infecção em massa de todos os
outros equipamentos de uma zona eleitoral" (!!!): no Brasil, as UEs não operam e
nunca operaram em rede, isto é, não trabalham conectadas a nenhuma rede interna
ou externa que possa permitir essa mega-interface para difusão imaginária de
"pragas"; as UEs não são instaladas nas seções eleitorais como
computadores-clientes de qualquer rede; são ali posicionadas como hardwares
isolados, com sistemas individualmente instalados, ligadas apenas à energia
elétrica (a menos que se esteja apontando o risco do pragueamento vir
pela tomada, simplesmente não há a hipótese ventilada !); as UEs gravam dados em
mídia própria, que será retirada e transportada (fisicamente e sob fiscalização
dos próprios disputantes) num específico momento (após o término da votação e
após a emissão de um Boletim físico do resultado gravado na UE); então será
levada até a um micro-computador, este, o único conectado a uma rede dedicada e
criptografada, de cada TRE.
Como então contaminar coletivamente Urnas que não estarão interconectadas em
nenhuma fase do processo eleitoral?
É a pergunta que insiste em não calar ao término da leitura abaixo.
Abs.,
Fernando Botelho
E-Mail: fernandobotelho@terra.com.br
Web Page:
http://www.wirelessbrasil.org/fernando_botelho/fb01.html
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