FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
WirelessBrasil
Junho 2015 Índice Geral
nn/06/15
• Ata da Reunião do Comitê Gestor da Internet no
Brasil – CGI.br - Data: 31/07/15
Nota: Ata referenciada no comentário de Flávia Lefèvre
em seu "post" de 28/10/15
Ata da Reunião de 31 de julho de 2015
Reunião de 31/07/2015
Ata da Reunião do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
Data: 31 de julho de 2015 – 7ª Reunião Ordinária de 2015
Local: Sede do NIC.br – São Paulo/SP
A reunião foi dirigida pelo coordenador e conselheiro do CGI.br, Virgilio
Augusto Almeida, e pelo conselheiro Eduardo Parajo, tendo a participação dos
seguintes membros:
Carlos Alberto Afonso – Representante do Terceiro Setor;
Cristiano Rocha Heckert – Representante do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão;
Demi Getschko – Representante de Notório Saber em Assuntos de Internet;
Eduardo Fumes Parajo – Representante dos Provedores de Acesso e Conteúdo da
Internet;
Eduardo Levy Cardoso Moreira – Representante dos Provedores de Infraestrutura de
Telecomunicações (no período da manhã);
Flávia Lefèvre Guimarães – Representante do Terceiro Setor;
Francilene Procópio Garcia – Representante do Conselho Nacional de Secretários
Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia (no período da tarde);
Henrique Faulhaber Barbosa – Representante da Indústria de Bens de Informática,
de Bens de Telecomunicações e de Software;
Lisandro Zambenedetti Granville – Representante da Comunidade Científica e
Tecnológica;
Luiz Alberto F. Brandão Horta Barbosa – Representante do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico;
Marcos Dantas Loureiro – Representante da Comunidade Científica e Tecnológica;
Marcelo Bechara Hobaika – Representante da Anatel;
Murilo Vieira Komniski – Representante Suplente do Ministério das Comunicações;
Nivaldo Cleto – Representante do Setor Empresarial Usuário;
Percival Henriques de Souza Neto – Representante do Terceiro Setor;
Renato da Silveira Martini – Representante da Casa Civil da Presidência da
República;
Virgilio Augusto Almeida – Representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação.
Assessores:
Carlos Francisco Cecconi – Assessor Técnico da Secretaria Executiva do CGI.br;
Paula Liebert Cunha – Assessora Administrativa da Secretaria Executiva do CGI.br;
Salete Matias – Assistente Administrativa da Secretaria Executiva do CGI.br;
Frederico de Carvalho Neves – Diretor de Serviços e Tecnologia do NIC.br;
Milton Kaoru Kashiwakura – Diretor de Projetos do NIC.br
Convidados:
Pedro Ivo Ferraz da Silva – Ministério das Relações Exteriores;
Andrea Thalhoffer Ricciardi – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
Luanna Sant’Anna Roncaratti – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
01. Abertura/Informações
Virgilio saudou os presentes, informou que o Secretário Executivo do CGI.br,
Hartmut Glaser, não estaria presente na reunião, sendo substituído pelo assessor
Carlos Cecconi.
02. Ata da Reunião de 03/07/2015
Virgilio perguntou se algum conselheiro teria algum comentário ou observação
sobre a ata da última reunião. Sem objeções, a ata foi aprovada, considerando
apenas que a resolução que trata da recomendação sobre utilização do nome do
país no segundo nível de domínios genéricos será apresentada por Demi.
03. Palestra/Discussão: Projeto Brasil Digital Inovador e Competitivo
Virgilio passou a palavra ao conselheiro Eduardo Levy, que apresentou as duas
representantes da LCA, convidadas por ele a apresentarem o Projeto Brasil
Digital Inovador e Competitivo 2015-2022. Eduardo Levy deu as boas-vindas às
convidadas da LCA, explicando que esta consultoria os acompanha desde 2011 em
alguns trabalhos. Explicou que a Telebrasil tem mais de 40 anos e realiza dois
painéis ao ano e que o 59º Painel acontecerá nos dias 31/08/2015 e 01/09/2015,
em Brasília. Comentou que em todos os anos, nos painéis, são apresentadas
propostas de políticas públicas visando melhoria da situação das empresas, das
pessoas e a redução da desigualdade digital do Brasil, ou a redução das
desigualdades do Brasil através daquilo que se tem como ferramentas. Mencionou
que a Cláudia foi quem fez as apresentações em todos os painéis, mostrando a
proposta do setor de telecomunicações da indústria, para fazer com que o país
pudesse ser mais competitivo. A partir dos indicadores do Fórum Econômico
Mundial, considerou a situação do Brasil, e buscou-se analisar em cada um dos
pontos que o setor de telecomunicações, ou o conjunto da indústria, poderia
contribuir para alavancar. Virgilio agradeceu a presença de Cláudia e de Ana,
ambas da LCA, pelo tempo e pela boa vontade de apresentar o estudo. Cláudia
agradeceu a oportunidade de apresentar o trabalho, explicando que o objetivo é
mostrar o setor de telecomunicações num contexto mais ampliado do setor da
economia brasileira e como o setor de telecomunicações pode ser a grande
alavanca para fortalecer ainda mais as nossas forças e superar as nossas
fraquezas. Cláudia iniciou a apresentação demostrando com alguns dados a
relevância do setor de telecomunicações na economia como um todo. Comentou que
há avanços importantes na redução de desigualdade, mas ainda há persistem
desigualdades significativas e isso não pode ser desconsiderado na análise
quando se observa a expansão de qualquer setor, inclusive do setor de
telecomunicações. Quando se olha os vetores de competitividade podemos
vislumbrar enormes desafios. Apresentou a compilação do que lhes parecem ser os
principais indicadores de competitividade, no intuito de mostrar como
transformar de fato essa potência, a 7ª maior economia do mundo, como dar a ela
drivers competitivos para que outros indicadores também fiquem mais alinhados
com isso. Cláudia falou sobre o último número do Fórum Econômico Mundial de 2014
e 2015. Explicou que foram avaliadas 144 economias nacionais, que o Brasil ficou
na posição número 9 em tamanho de mercado, destacando que o Fórum Econômico
Mundial tem mais de 200 indicadores, os quais agrega em 3 pilares. Um pilar de
princípios básicos, fundamentalmente mercado e aspectos de infraestrutura; um
segundo pilar para questões mais institucionais; e um terceiro pilar em questões
mais voltadas à tecnologia. Dessa forma considera-se que uma economia se
desenvolve sem ruptura, primeiro terá bem avaliados os aspectos de mercado de
infraestrutura, depois todo o ambiente institucional que vai potencializar essa
base que foi construída pra que alcance a fronteira do desenvolvimento em que
aparecem as questões de tecnologia. Nota-se que no primeiro, a variável base,
mercado, o Brasil realmente tem um destaque considerável, sendo o 7º maior PIB e
pelo Fórum Econômico Mundial, tendo o 9º maior mercado. Mencionou que no que se
refere aos aspectos de infraestrutura, saúde, instituições, ou seja, aspectos
que estarão no segundo pilar e ainda no primeiro pilar, o Brasil é muito mal
avaliado. O Brasil ocupa a posição 76 quando se olha infraestrutura como um
todo, considerando todos os setores de infraestrutura, ocupa a posição 77 em
Saúde e Educação Primária e a posição 94 em Instituições. E o que chama a
atenção é que na fronteira, no terceiro pilar, o Brasil está melhor avaliado,
considerando então a necessidade de, urgentemente, usar isso para que recupere o
tempo perdido. Ou seja, há lacunas muito consideráveis a superar, que não podem
ser superadas de maneira tradicional. Cláudia considerou que é necessário usar
essa força relativa, a disponibilidade de tecnologia, em que TELECOM vai
aparecer, para que se consiga suprir essas deficiências em infraestrutura,
saúde, educação e instituições, de maneira mais rápida. Explicou que na análise
feita para o painel, chegou-se a essa conclusão sucinta, ou seja, a nossa grande
força, tamanho de mercado, não pode ser a principal alavanca, ela está por si só
sujeita a fragilidades de um mercado que é grande, mas também é muito desigual e
essa desigualdade afeta muito a expansão dos serviços por si só, então crescer
reduzindo desigualdades é uma meta. Cláudia explicou que é isso que o Eduardo
Levy coloca, de tentar construir propostas que reduzam essas desigualdades em
sentido mais ampliado. Mencionou que, ao fazer isso, analisaram várias
experiências internacionais em que o uso de TIC foi mensurado e estudado e de
onde consegue se tirar algumas lições importantes. Foi feita uma síntese dessas
experiências internacionais, buscando construir um modelo econômico nosso, em
que de alguma maneira pudéssemos ter uma medida disso ao longo do tempo.
Destacou que se olhar o efeito multiplicador, olhar o Fórum Econômico Mundial e
olhar essas experiências, consegue demonstrar que existe o que se chama de
efeito spill over, quando se investe em TICs, em tecnologia ligada à comunicação
em sentido mais amplo. Explicou que o acesso e uso de TICs são essenciais para a
competitividade e afetam todos os setores produtivos e ao afetar diversos
setores, há esse efeito que esparrama na economia como um todo. Cláudia explicou
em detalhes o modelo de crescimento condicionado e como foi feita a análise
empírica sobre este modelo, com a adaptação dos índices utilizados pela
Telebrasil em 2005. De acordo com as análises, concluiu que se o Brasil tivesse
investido em TICs, conforme proposto pela Telebrasil em 2005, teria ganhado 10
posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Cláudia falou
sobre o projeto “Brasil Digital Inovador e Competitivo 2015-2022”, observou que,
com as políticas indicadas, em 2018 o Brasil estará próximo aos patamares atuais
do Chile e Itália e em 2022 poderá estar próximo ao patamar atual das 20
economias mais competitivas do Fórum Econômico Mundial. Explicou detalhes do
projeto e esclareceu diversas dúvidas dos conselheiros. Eduardo Levy destacou
que são propostas de políticas públicas e que estão colocando este trabalho à
disposição, caso haja interesse de aprofundamento. Virgilio agradeceu a Cláudia
e a Ana pela presença e disponibilidade em apresentar o trabalho ao CGI.br.
04. Facebook: Internet.org
Virgilio deu início à discussão do ponto de pauta sobre o Internet.org,
ressaltando que tem sido tradição do CGI.br chegar a um consenso sobre questões
difíceis, citando o exemplo do Decálogo. Considerou que para esta discussão há
duas questões, a primeira trata de decidir sobre se o CGI.br fará uma
manifestação sobre a iniciativa Internet.org do Facebook; e, a segunda, caso a
decisão seja por uma manifestação, qual então deverá ser o seu teor. Virgilio
destacou que foi amplamente discutida, via lista eletrônica, uma proposta de
texto para a manifestação, que resultou no seguinte conteúdo:
O Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br, ao tomar conhecimento da
possível implantação do projeto Internet.org no Brasil, enviou à empresa
Facebook uma série de perguntas com o objetivo de esclarecer dúvidas e avaliar o
teor do projeto.
O CGI.br recebeu as respostas da Facebook no final de junho e, após a análise e
debates na reunião ocorrida no último dia 3 de julho, sem prejuízo de uma
posterior análise mais profunda à luz do Marco Civil e da legislação aplicável,
deliberou por manifestar o entendimento de que:
- O CGI.br, de acordo com os princípios estabelecidos em seu decálogo de
princípios para governança e uso da Internet, conforme a Resolução 2009/3,
defende o acesso universal e irrestrito a qualquer serviço ou conteúdo
publicamente disponível na Internet.
- Neste sentido, o CGI.br observa que o projeto Internet.org atualmente está
limitado aos conteúdos ofertados por empresas que se associam à plataforma da
Facebook.
- A Facebook, como qualquer outra empresa, é livre para realizar seus negócios
de acordo com as normas legais do país.
Flávia Lefèvre, fazendo uso da palavra, reafirmou sua posição de que o CGI.br
deve se pronunciar a respeito, pois espera-se uma resposta, até pela divulgação
do assunto. Comentou que concorda plenamente com as considerações dos
conselheiros Marcelo Bechara e Renato Martini, expressadas através da lista de
e-mails, na qual defenderam que não é papel do CGI.br falar ou opinar sobre cada
plano de negócio que aparecer no mercado de Internet; mas ponderou que, na
medida em que uma empresa se apresenta ao lado da Presidente da República, e
sendo este fato inclusive divulgado no Blog do Planalto num vídeo em que se
anuncia a possibilidade de um acordo com vistas a atender um objetivo que está
no Marco Civil, ela (conselheira Flávia) considera importante que o CGI.br se
manifeste sobre esse eventual acordo, tornando público seu juízo de mérito a
respeito. Mencionou ainda que, exceto por pequena alteração a debater, concorda
com a proposta de manifestação apresentada em texto consolidado pelo conselheiro
Eduardo Levy. Carlos Afonso concordou com as ponderações de Flávia Lefèvre e
disse ter a impressão de que a grande maioria do pleno está de acordo com a
necessidade de uma declaração a respeito. Argumentou em favor de uma
manifestação do CGI.br, citou o artigo 4º da "Dichiarazione dei Diritti in
Internet", que foi baseado inclusive no marco civil brasileiro: “o direito ao
acesso neutro à Internet em sua totalidade é condição necessária à efetividade
dos direitos fundamentais da pessoa”. Considerou ser esta uma síntese muito boa
do que se pretende defender na Internet e, portanto, contrário às limitações do
que o facebook propõe com o Internet.org. Eduardo Levy expressou que apesar de
propor um texto para uma manifestação, não concorda que o CGI.br deva se
manifestar, e considera que não há essa obrigatoriedade. Explicou também que o
texto proposto lhe é confortável na medida em que, se for publicado, não ficará
tão incomodado ao ponto de causar um constrangimento a ele e, talvez, aos
demais. Destacou que está de acordo com o texto, mas é contra dar publicidade,
que não se abstém e que vota contrariamente. Marcelo Bechara ponderou que o CGI.br
está caminhando para fazer uma proposta de regulamentação do Marco Civil da
Internet, que aliás é uma obrigação legal, e um dos debates que estão sendo
colocados é exatamente o modelo do Zero Rating, posto que, dessa forma, caso
haja uma manifestação do CGI.br com relação ao projeto Internet.org, no seu
entendimento, seria uma manifestação antecipada, uma vez que anterior à própria
regulamentação, que ainda não foi concluída, argumentou ainda que tal
antecipação seria algo extremamente delicado. Destacou também que é contra
qualquer manifestação porque esse assunto dialoga com o Marco Civil da Internet
em um aspecto que o CGI.br ainda não opinou, inclusive no contexto de proposição
para futura regulamentação. Bechara disse ainda que, como representante de
governo, é contra fazer qualquer tipo de manifestação sobre uma iniciativa que
não existe, sobre um projeto que não aconteceu. Explicou que foi criada uma
comissão interministerial para análise do tema e que não se sente confortável em
fazer qualquer manifestação sem antes ter ciência do resultado desta análise da
comissão interministerial. O conselheiro Marcos Dantas considerou ser esta uma
questão muito complexa e ponderou que apesar do projeto Internet.org ainda não
se tratar de algo concreto, de um evento prático, sendo por ora apenas anúncios
e manifestações, ainda assim é um evento simbólico e que efetivamente ganha uma
dimensão política, gerando assim um movimento que lhe é próprio. Considerou
também que em seu entendimento, crê que o CGI.br é hoje a principal expressão da
sociedade brasileira no que se refere a debates e orientações políticas e
filosóficas nos assuntos relacionados à Internet, destacando que isto está
inclusive muito bem postulado na carta de princípios que neste comitê foi
construída, com a participação dos diferentes segmentos da nossa sociedade e
nesse sentido, este comitê não deve, não pode, se abster de se manifestar quando
questões políticas concernentes à Internet se apresentam à sociedade brasileira.
Continuando, Marcos Dantas considerou que o CGI.br não pode se omitir em relação
a apresentar as preocupações que já tem diante de um projeto, ainda mais quando
esse projeto pretende envolver o governo, ganhar legitimidade pública, e não se
apresentando apenas como um projeto de iniciativa privada, com pretensão de
ganhar um marketing público e procurando inclusive envolver o governo nesse
marketing. Refletiu sobre a Anatel, em função do que o conselheiro Marcelo
Bechara manifestou e disse entender a Anatel mais como uma entidade de estado, e
não de governo. Que foi criada como uma agência autônoma, independente, para ser
um órgão, até que ficasse à margem das dinâmicas políticas e pudesse tomar
decisões técnicas em favor da competição, em favor do mercado, em defesa dos
consumidores, concluindo então que não vê o conselheiro Marcelo Bechara como
representante do governo, e sim como representante do estado, da Anatel.
Ponderou que, em sua opinião, este texto colocado para avaliação do pleno hoje
está, inclusive, muito leve, que seria a favor de uma nota conforme uma versão
anterior, construída inicialmente pela conselheira Flávia e que teve uma
contribuição importante do conselheiro Demi, mas se a decisão for a favor desta
versão, solicita que o item que inicia com ‘que o Facebook é livre para realizar
os seus negócios ...’, seja colocado como o último dos parágrafos, invertendo a
ordem no texto. Carlos Afonso contrapôs a fala do conselheiro Marcelo Bechara,
considerando que, se o projeto não existe para o governo, como é que o governo
criou uma comissão interministerial para analisá-lo. Ponderou ainda que, se essa
comissão interministerial existe, não seria uma grande oportunidade para o CGI.br
já colaborar com ela e apresentar a sua opinião a respeito, com base no nosso
diálogo com Facebook? Flávia disse não ver sentindo em vincular uma manifestação
do CGI.br a uma prévia manifestação do governo e que assim como o decálogo, que
mesmo antes de existir uma lei, teve uma influência extremamente positiva e que
resultou no Marco Civil da Internet, considera que neste caso do Internet.org
uma manifestação do CGI.br tem igualmente efeitos práticos. Que talvez sirva de
estímulo para o Facebook pensar em algo que caiba dentro da nossa ordem
jurídica, que não seja contrária ao que está disposto na lei, na constituição,
no código de defesa do consumidor, etc. Virgilio não quis entrar no mérito da
discussão, mas considerou que a posição do CGI.br internacionalmente seria
importante, podendo influenciar inclusive o programa do Facebook em outros
países e esse é um ponto importante a ser levado em consideração nesse debate.
Percival ponderou diversos aspectos da discussão, lembrando da importância em se
afirmar a liberdade de negócios da empresa, mas não a de propaganda enganosa,
como deste projeto que chama de Internet aquilo que não é Internet. Percival
considerou que devido à importância da resposta ao Facebook, o CGI.br não
poderia se manifestar sem grande reflexão, concordando então com a defesa de
Marcelo Bechara e posicionando-se contrariamente a uma manifestação com relação
ao projeto Internet.org. Cristiano ponderou que um ato público como esse se
sujeita a alguns juízos, dentre eles o de conveniência e o de oportunidade.
Considerou que, como a discussão está muito dividida e que alguns ainda estão em
dúvida, e então na linha do que o Virgilio começou, apelando por um consenso,
talvez este não seja o momento de uma manifestação do CGI.br. Destacou que isso
não impede de haver uma manifestação daqui um mês, daqui uma semana ou amanhã,
caso o cenário se torne mais concreto, tanto do ponto de vista do projeto da
empresa, quanto do ponto de vista do envolvimento ou não do governo nessa
questão. Comentou que não faz parte dessa suposta comissão interministerial, e
que tomou conhecimento a partir das discussões aqui, e também acha que o CGI.br
não deve vincular a sua posição à posição da comissão interministerial.
Considerou também que, no seu entendimento, o governo não faria nada sem
considerar o que está sendo discutido aqui. Dado que não há consenso, fez um
apelo de que o CGI.br aprimore a discussão e se manifeste no momento em que o
cenário for mais concreto. Demi também considerou que qualquer declaração do
CGI.br deve ser feita de forma consensual, caso contrário não terá força
nenhuma. Destacou também que o que se quer evitar é a falsa ideia de que esse
tipo de iniciativa vá resolver o problema da inclusão digital e acesso à
Internet e de que pode ser vista como uma política pública. O CGI.br deve
informar o que é adequado e o que não é adequado para a Internet, enquanto o que
é legal ou ilegal, é a lei que pode dizer, e, por isso, não temos nada a
discutir sobre a legalidade ou não do projeto. Virgilio ponderou que
‘permissionless innovation’ é um tema que deve ser considerado nessa discussão.
Henrique disse concordar com as críticas que são feitas ao projeto de
Internet.org, que não tem nada a ver com inclusão digital, que o CGI.br deveria
se debruçar sobre os aspectos de ataque ao ambiente competitivo que essas
empresas globais fazem no nosso mercado, e que esse é um assunto que deve ser
aprofundado. Henrique considerou que a manifestação não deve ser feita, que o
momento não é oportuno e sua crítica ao projeto não diz respeito à quebra de
neutralidade, pois no seu entendimento, isso não ocorre. Julgou que o CGI.br não
deva publicar uma resolução sobre essa questão, mas que o importante é dar
transparência à discussão, com os posicionamentos de cada um e que talvez esse
documento elaborado pelo grupo de trabalho sobre o Internet.org poderia se
tornar público como um relatório gerado pelo grupo. Renato julgou que lista de
e-mail não é uma boa ferramenta para realizar esse tipo de discussão opinativa e
que ele mesmo não conseguiu acompanhar todas as versões do documento. Manifestou
concordância com o que expressou o conselheiro Marcelo Bechara e que ele vai
debater em confluência com a visão que o governo tem do problema. Considerou que
o texto proposto não é substancial, não está pronto, e que o CGI.br não deve
discutir casos específicos de plataformas e sistemas na Internet, a não ser que
seja algo frontalmente ilegal, pois teria uma agenda inesgotável, já que a
Internet é uma plataforma aberta, e por isso que é rica, interessante e
dinâmica. Murilo considerou que, especificamente sobre a questão do Internet.org,
há um processo decisório, envolvendo órgãos de governo e órgãos de estado, em
curso. Ressaltou que esse processo decisório certamente não chegará a termo sem,
do ponto de vista responsável e democrático do governo federal, ouvir a
pluralidade de discussões da sociedade brasileira, com toda transparência,
pluralidade de posições, dos vários ministérios envolvidos, e das várias
representações dentro desses ministérios, ou seja, não há uma posição fechada do
governo a respeito disso, há uma pluralidade de opiniões. Concordou que o CGI.br
tenha um papel fundamental em alertar o governo e a sociedade sobre o que
significa uma política de inclusão digital, mas há formas, meios e momentos para
se fazer isso. Expressou que conversou com o Ministro Ricardo Berzoini e com o
conselheiro titular, Maximiliano, sobre esse tema e que a preocupação
fundamental é de que não há uma posição fechada no governo sobre o assunto e que
houve, inclusive, uma enorme confusão do ponto de vista de interpretação e
percepções várias, fruto do encontro da presidente Dilma com Zuckerberg em
paralelo à cúpula do Panamá. Concluiu que a preocupação fundamental não é quanto
ao mérito, mas quanto ao momento. Marcelo Bechara observou que talvez tenha se
expressado mal, que quis dizer que o processo não existe no Brasil, não que o
Internet.org não existe, ele não foi implantado no Brasil como iniciativa.
Deixou seu apelo para que o CGI.br discuta e tenha uma proposta mais ampla sobre
inclusão digital. Flávia destacou que seu posicionamento não é, de forma alguma,
contra uma empresa, o Facebook, mas é contra o poder de mercado que essas
empresas têm, e isso tem que ser considerado, ainda que a neutralidade não seja
a resposta para isso. Que não pensava numa manifestação do CGI.br em forma de
resolução, mas que considera importante o CGI.br se manifestar ainda que seja
uma carta ao Facebook, para dar continuidade a essa interlocução. Marcos Dantas
expressou que não ter uma manifestação do CGI.br sobre este assunto, de certa
forma, também sinalizará algo, abrindo espaço para mais interpretações do que se
houvesse uma resolução deste comitê, porque há uma expectativa e hoje o CGI.br é
uma referência internacional. A seu ver, a opinião pública, a sociedade, os
diferentes segmentos que escutam o CGI.br, que estão atentos ao que acontece
aqui, têm que estar a par das dificuldades de se assumir uma posição, mas que é
necessária para definir certos roteiros que a Internet deverá ou não ter no
futuro. Virgilio disse que, pessoalmente, gostaria de ter uma declaração no
sentido de dar uma direção, não só em âmbito nacional, mas também considerando o
papel internacional do CGI.br, embora siga a maioria dos representantes. Do seu
ponto de vista, não considera que essa questão é uma decisão sobre uma
plataforma qualquer. Estamos falando de algo que domina a Internet e que busca
dar uma direção. Virgilio também considerou que outro ponto que ficou claro na
discussão é de que, caso ocorra uma manifestação pública, esta não pode ser
sumarizada numa declaração curta, mas deve-se pensar numa forma de explicitar
essas discussões, tanto para orientar, não só o governo, mas a sociedade civil
nas suas ações, e que não seja feita na forma de resolução. Virgílio ponderou
que, após consulta ao pleno dos conselheiros presentes, sobre o teor da
manifestação tal como debatido inicialmente na lista de e-mail, constatou-se
equilíbrio entre as posições contrárias e favoráveis, mas que a maioria dos
conselheiros achou conveniente que o CGI.br não faça essa manifestação neste
momento. Henrique considerou que esse modelo único de resolução está bloqueando
o CGI.br neste momento e, no caminho da transparência e de continuar este rico
debate, sugeriu programar uma reunião pública, por streaming, em que fossem
pautados esses temas mais substanciais, que geram debate e são de interesse da
sociedade. Virgilio levantou a possibilidade de anexar à ata desta reunião, um
relato da discussão, uma transcrição, ou talvez trabalhada como reflexões do
CGI.br sobre essa questão. Lisandro disse que não se manifestou, pois achou que
sua posição pela lista já estivesse adequada e que originalmente era a favor
dessa manifestação do CGI.br, mas, que depois da discussão, concorda que talvez
o formato não seja adequado, porém, silenciar é muito ruim, porque há uma
expectativa e deve-se encontrar uma forma de responder a ela. Flávia destacou
que tem conselheiros que se manifestaram a favor na lista eletrônica e não estão
presentes na reunião, como é o caso do Flávio e do Thiago. Virgilio ressaltou
que se pode fazer uma finalização quando estiverem presentes na próxima reunião.
Demi disse não achar que o CGI.br esteja sobre pressão para falar ou deixar de
falar, mas considerou que nada impede que o Comitê reafirme os princípios, na
linha de que o Virgilio comentou, a respeito do decálogo. Demi também não vê
divergência em relação ao conceito, que ninguém está achando que, de fato,
Internet.org é uma política de inclusão digital adequada, ninguém está dizendo
que deve ser proibido, ninguém está dizendo que é uma iniciativa inviável
comercialmente, e também não estamos aqui para consertar o mercado econômico
mundial, portanto, não há dissenso na matéria principal. Considerou que há
dissenso quanto à oportunidade de se fazer isso nesse momento e também sobre a
forma apropriada, pois não seria adequado expressar a reflexão desse debate ou a
posição do CGI.br através de uma resolução. Eduardo Parajo ressaltou que é a
favor de que o CGI.br se manifeste sobre esse assunto, considerando ainda que
esta manifestação deve ser elaborada de acordo com os princípios do CGI.br e da
defesa da Internet, mas, considerando o debate desta pauta, o texto proposto
ainda não está 100% afinado, e que, por isso, não se conseguirá chegar a um
texto final hoje. Sugeriu uma pausa e talvez à tarde, após o almoço, voltar à
discussão. Luiz Alberto Horta disse que Demi resumiu seu pensamento e que o CGI.br
converge no consenso, mas pela questão da oportunidade e da forma, não é
favorável a uma manifestação do Comitê neste momento. Nivaldo lembrou que chegou
a aprovar o texto circulado na lista de e-mails, durante o V Fórum da Internet,
com a conselheira Flávia, o conselheiro Lisandro e outros, mas que em vez de uma
resolução também acha que se pode anexar o texto proposto à ata, como reflexões
da discussão. Virgilio informou que após o almoço os conselheiros concluirão
este assunto. Eduardo Levy deixou a reunião. Houve pausa para o almoço.
Retomando a discussão, após o almoço, Virgilio propôs ter na ata o registro do
debate sobre a questão do Internet.org, enfatizando os aspectos conceituais e
também colocando os aspectos que tiveram votos contrários e a favor, sem a
necessidade de identificá-los um a um. Apresentando assim como um documento de
registro dos debates, anexado à ata e aprovado previamente pelos conselheiros.
Percival concordou com a manifestação dessa forma, sem o caráter de uma
resolução, até porque não tem como não ser assim, já que a ata vai refletir o
que foi discutido aqui. Virgilio ponderou que a ata destaca os principais
pontos. Houve longa discussão sobre a elaboração de um documento com o registro
da discussão e como fazê-lo. Marcelo Bechara mencionou que concorda com os
conceitos do documento proposto, mas não concorda com o texto e o formato e
ressaltou que o CGI.br já possui o decálogo. Francilene comentou que não pôde
participar da reunião no período da manhã, mas percebeu que o debate foi rico e
disse que é a favor do CGI.br se manifestar a respeito desse assunto e dar uma
resposta à sociedade. Cristiano Heckert deixou a reunião. Ficou decidido que não
haverá qualquer tipo de manifestação do CGI.br neste momento, além do documento
formal da ata da reunião que será, como de praxe, encaminhada aos conselheiros,
sendo este assunto ainda a ser debatido em uma próxima reunião.
08. Informe do NIC.br (ponto
invertido da pauta)
Virgilio pediu ao Demi para falar a respeito da contratação de apólice do Seguro
de Responsabilidade Civil e de Seguro de Vida em Grupo de Conselheiros e
Administradores, atendendo à solicitação feita pelos conselheiros no ano
anterior. Demi informou que a expectativa é de que os conselheiros tenham um
seguro de vida, que não será mais restritivo apenas às viagens internacionais,
mas sim a todo o período de permanência de cada conselheiro no CGI.br. Mencionou
também que há uma proposta de um seguro para cobrir ações judiciais que,
eventualmente, possam ser realizadas contra algum conselheiro do CGI.br e
diretor do NIC.br. Demi informou que o Ricardo Narchi, Diretor Administrativo e
Financeiro do NIC.br, fez um levantamento do que há no mercado e trouxe uma
proposta. Ricardo Narchi saudou os presentes e explicou os detalhes da proposta
para a contratação de apólice de Seguro de Responsabilidade Civil de Diretores,
Conselheiros e Administradores, que contemplará todos os conselheiros titulares
do CGI.br, os membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e
diretores do NIC.br. Com relação ao seguro de vida, explicou que cobrirá todo o
período de gestão de cada conselheiro. Após discussão, foi aprovado o mecanismo
do Seguro de Responsabilidade Civil e do Seguro de Vida em Grupo. O conselheiro
Renato Martini verificará a questão da legitimidade dos seguros para os
representantes do governo.
05. Regulamentação do Marco Civil
Demi falou sobre o documento, baseado em conceitos, elaborado pela assessoria do
CGI.br para subsidiar o debate para a regulamentação do regime de neutralidade
de rede previsto no artigo 9º da Lei 12.965/2014. Destacou que a ideia é que a
partir deste documento o Grupo de Trabalho avalie e faça as alterações que
julgar necessárias e então traga ao pleno do CGI.br. Flávia destacou algumas
alterações que considera relevantes. Após discussão, decidiu-se que o Grupo de
Trabalho analisará o documento durante a próxima semana, trocará informações
sobre as alterações necessárias e após o dia 09/08/2015 se reunirá para tratar
do documento final que deverá ser discutido na próxima reunião do CGI.br.
06. Informe: V Fórum da Internet e Pré IGF em Salvador – 15 a 17/07/2015
Carlos Cecconi informou que o documento de avaliação do Fórum ainda está em fase
preparação, pois falta o retorno de alguns painelistas e conselheiros que
estiveram presentes no evento. Informou que foi feita uma avaliação interna com
a equipe responsável por preparar o Fórum, desde a organização do evento à parte
metodológica e o resultado foi extremamente positivo. Isso constará no documento
de avaliação, com indicações dos aspectos que devem ser melhorados. Observou que
este foi o melhor Fórum até agora, com mais de 600 participantes, número
bastante significativo, considerando que o número de bolsas foi reduzido. Carlos
Cecconi destacou a baixa representatividade e participação do setor
governamental. Percival pediu que se defina a data e local do próximo Fórum
nesta reunião, para que se tenha um tempo razoável de organização. Nivaldo
parabenizou a organização do Fórum, considerou que o evento foi um grande
sucesso e mencionou que trabalhará em seu segmento, desde já, para aumentar a
participação do setor empresarial no próximo Fórum. Eduardo Parajo apoiou
definir a data do próximo Fórum e sugeriu que se mantivesse a Comissão de
Organização e que dessa vez fossem realizados os pré-fóruns dos setores.
Lisandro submeteu a proposta de realizar o próximo Fórum na cidade de Porto
Alegre/RS, com a duração de 3 dias, entre o período de 08 a 12/07/2016. Destacou
que obtendo essa definição rapidamente há tempo para a mobilização dos setores e
divulgação adequada do evento. Justificou que o Fórum ainda não contemplou a
região Sul e que nesta data proposta se aproveitaria o público de dois eventos,
do congresso da SBC – Sociedade Brasileira de Computação (antes do Fórum) e do
FISL 17 (logo após o Fórum). Apresentou o material do Convention Bureau de Porto
Alegre e cartas de apoio, destacando do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati,
do Secretário Municipal de Turismo, do presidente do Sindicato de Hospedagem, da
frente parlamentar de turismo da Câmara Municipal de Porto Alegre, entre outros.
Lisandro sugeriu também que se tenha uma Comissão de Organização com cargos bem
definidos, para que se tenha estrutura na tomada de decisões e se candidatou a
coordená-la. Nivaldo se propôs a buscar, com a Federação de Comércio do Rio
Grande do Sul, um local para a realização deste Fórum. Os conselheiros
concordaram com a proposta apresentada por Lisandro e decidiu-se que o VI Fórum
da Internet no Brasil, acontecerá em Porto Alegre/RS, durante 3 dias,
considerando o período de 08 a 12/07/2016.
07. Governança da Internet
- Participação no Processo WSIS+10 – Virgilio pediu que Pedro Ivo fizesse um
relato das questões deste ponto de pauta, de maneira sucinta. Pedro mencionou
que na última reunião fez um breve relato sobre o processo WSIS+10, o processo
de revisão dos 10 anos da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação e que hoje é
o último dia para o envio de contribuições para o primeiro draft, chamado de
non-paper, que servirá como referência para futuras negociações e base para o
documento final que deverá ser aprovado na reunião de Alto Nível, em Nova York,
dias 15 e 16 de dezembro. Explicou que o governo brasileiro resolveu não
submeter um documento específico, mas sim uma expressão conjunta; foi feita uma
manifestação junto com o G77 – Grupo dos Países em Desenvolvimento. Pedro
comentou que, futuramente, nas novas etapas de revisão, pode-se apresentar um
documento de posição e que em todo o processo o Brasil já manifestou claramente
seu posicionamento.
- IGF 2015/Agenda para o Day 0 – 09/11/2015 – Sobre o IGF 2015 e o Day 0, Pedro
Ivo lamentou que o conselheiro Flávio não estivesse presente, pois devido à
participação no MAG, poderia relatar com mais detalhes. Explicou que, da parte
do governo brasileiro, foi definida a estrutura, a realização desse evento de
alto nível do Day 0, encaminhados os convites a todos os governos e também aos
representantes de organizações internacionais. Pedro passou a palavra ao Murilo
Komniski. Murilo contextualizou os conselheiros explicando que, desde o início
da gestão do ministro Ricardo Bezoini, há o forte interesse de se retomar e
aprofundar o debate na sociedade brasileira sobre a temática do papel social das
comunicações e fortalecimento da liberdade de expressão. Mencionou que o governo
federal, por meio do ministro Ricardo Berzoini, pelo Ministério das
Comunicações, mas em um esforço interministerial, com demais ministérios,
Secretaria de Direitos Humanos e Secretaria Geral da Presidência da República,
entre outros, tem participado ativamente de diversos eventos organizados pela
sociedade civil, pelos movimentos sociais historicamente atuantes nessa
temática. Há o interesse em trazer para o debate nacional, as experiências
internacionais a respeito do tema, seja o acúmulo de discussão e experiência, no
chamado sistema ONU de direitos humanos, da UNESCO, seja no sistema
interamericano de direitos humanos e discutir o papel social das comunicações e
fortalecimento da liberdade de expressão, e não discutir o fenômeno da Internet
é um contrassenso, porque temos na Internet o espaço de realização das
comunicações da forma mais moderna, atual, e que nos traz desafios do ponto de
vista comportamental, político, jurídico, e é um instrumento fundamental para a
democratização das comunicações e fortalecimento da liberdade de expressão.
Desta forma, a avaliação do gabinete do ministro, e como um dos eventos desse
esforço de debate internacional, é que seria importante aproveitar o IGF em João
Pessoa e a confluência de uma série de autoridades, da sociedade civil, meio
acadêmico e área governamental, para realizar um evento com a presença dessas
autoridades internacionais no Brasil. Murilo falou que já há a manifestação de
forte interesse na realização deste evento por parte do alto comissário da ONU
para direitos humanos, da mais alta representação da UNESCO, e também de
representantes de alguns países que são reconhecidos como experiências, como
Reino Unido, Portugal, países da região da América do Sul, como Uruguai, etc.
Informou que a proposta é de realizar o evento no dia 9 de novembro em Brasília,
no Itamaraty, sendo que é um esforço interministerial, coordenado pelo ministro
Ricardo Berzoini, mas com apoio e presença tanto do ministro das Relações
Exteriores, quanto das chefias do Ministério da Cultura, Secretaria Geral da
Presidência da República, Secretaria de Direitos Humanos, com a presença do alto
comissário da ONU para os direitos humanos, da alta representação da UNESCO e de
autoridades também da região e desses países citados, entre outras importantes
personalidades. Destacou que há um cuidado para não disputar agenda e público
com o Day 0 que ocorrerá em João Pessoa, ao contrário, a ideia é de somar
esforços. Antevendo a dificuldade de se ter em Brasília, nomes de projeção que
estariam presentes no Day 0, a proposta é, além de contar com o apoio de todos
também com a contribuição de ideias e propostas, contar com uma comunicação em
videoconferência, com uma comunicação online, dessas pessoas que estariam em
João Pessoa, com o evento em Brasília. Explicou que o evento em Brasília
acontecerá de manhã e de tarde, durante todo o período, com mesas gerais sobre
padrões internacionais, e mesas específicas, por exemplo, sobre a propriedade de
meios, e outra sobre regulação independente. Explicou os motivos da necessidade
em se realizar o evento em Brasília, destacando, sobretudo, a agenda da
presidente Dilma, e o fato de que, ao contarmos com a presença do alto
comissário da ONU para direitos humanos, há a prática de se iniciar as visitas
em Brasília. Destacou que é forte o interesse do alto comissário, por exemplo,
na participação do IGF em João Pessoa, e que ele deverá se deslocar a João
Pessoa posteriormente, mas iniciaria a visita segunda-feira, dia 9/11, em
Brasília. Murilo concluiu falando que este é o esboço da proposta, que gostariam
de contar com o apoio de todos, entendendo que o enfoque do evento é mais amplo,
tratando de um guarda-chuva temático do papel associado às comunicações e
fortalecimento da liberdade de expressão, com um público específico, ou seja,
sobretudo em termos de movimentos sociais, grupos que historicamente têm
debatido essa temática e com forte interesse de participação no evento. Os
conselheiros discutiram sobre a realização do evento em Brasília, explicitando
as preocupações quanto à realização de dois eventos importantes na mesma data,
mas em cidades diferentes, em contrapartida ponderou-se e importância da
existência deste debate organizado pelo governo brasileiro. Considerou-se que a
melhor alternativa seria realizar o evento também em João Pessoa. Murilo
perguntou se há então, a possibilidade de concentrar o evento em João Pessoa,
com essa temática ampla e sem restringir à temática da governança da Internet,
ressaltando que a ideia é fortalecer a presença e a atenção nos dois eventos.
Virgilio Almeida e Luiz Alberto Horta Barbosa deixaram a reunião e Eduardo
Parajo passou a conduzi-la. Murilo acrescentou que não há dificuldade em estudar
a possibilidade de fazer o evento em João Pessoa, desde que isso não inviabilize
a agenda dessas altas autoridades que demonstram interesse de estar, inclusive,
com a Presidente da República, algo que extrapola a capacidade de articulação de
agenda, mas a intenção é somar esforços, pois há uma sinergia dessas temáticas.
Destacou que a preocupação é de que, no caso deste evento que está propondo, não
se pode restringir à discussão de Internet, considerando importante que se
encontre o formato adequado, inclusive para que o evento não se torne um subtema
do Day 0, mas que fique claro que é um evento separado. Carlos Afonso considerou
que se deve ter cuidado ao tomar qualquer decisão sobre o Day 0, pois não cabe
somente ao CGI.br e será necessário conversar com outras instâncias. Pedro Ivo
ponderou que há de se fazer um ajuste fino da proposta e conciliar os dois
eventos, e que dessa forma teríamos em João Pessoa uma massa crítica muito
importante a respeito deste assunto, no que tange à Internet. Murilo informou
que o Ministro Ricardo Berzoini encaminhou um aviso ao Ministro Mauro Vieira, do
MRE, reiterando a intenção de realização do evento, inclusive solicitando apoio,
não apenas do ponto de vista de logística, mas do ponto de vista substantivo com
sugestões de participantes. Murilo considerou que Pedro Ivo recupere o conteúdo
deste aviso e a elaboração da resposta já traga uma coordenação interna no
Itamaraty, nas duas áreas, na área do Departamento de Direitos Humanos e do
Departamento de Ciência e Tecnologia, e eventualmente com uma sugestão de que o
evento pudesse ocorrer em João Pessoa. Eduardo Parajo sumarizou, sugerindo que
Pedro Ivo trate este assunto com Murilo e ressaltando o apelo dos conselheiros
no sentido de se fazer o possível para realizar o evento em João Pessoa. Flávia
aproveitou a ocasião e fez um apelo para que o Ministro das Comunicações,
Ricardo Berzoini, se reúna com o CGI.br, para que se discutam temas comuns e
congruentes, no sentido de somar esforços. Murilo informou que esta é uma
preocupação comum, e que já conversou com Carlos Cecconi e com Virgilio para
combinar uma agenda do ministro com o CGI.br.
- LAC/IGF na Cidade do México – 03 a 05/08/2015
- e-LAC na Cidade do México – 05 a 07/08/2015
Percival falou que sobre o e-LAC há o informe do Itamaraty. Mencionou que o CGI.br
concedeu 5 bolsas para o LAC-IGF, na Cidade do México e julgou importante que se
coloque na pauta da próxima reunião a questão das bolsas para o IGF em João
Pessoa.
09. Outros
Por ser a última reunião do CGI.br da qual participou, Marcelo Bechara pediu
desculpas caso tenha causado algum desconforto enquanto conselheiro do CGI.br,
mas principalmente agradeceu e ressaltou que foi uma honra ter feito parte do
comitê. Os conselheiros lamentaram a saída do conselheiro Marcelo Bechara,
agradeceram sua importante contribuição nesses anos e desejaram-lhe boa sorte.
Carlos Cecconi informou que de 16 a 21 de agosto acontecerá o Segundo Curso de
Curta Duração da Escola de Governança da Internet e que todos os conselheiros
estão convidados a participar. Lembrou, também, que no dia 19 de agosto, durante
o Curso da EGI, haverá a quarta conferência do Ciclo de Conferências em
comemoração aos 20 anos do CGI.br e o tema debatido será Inovação, com os
especialistas internacionais John Klensin e Anupam Chander. Eduardo Parajo
concluiu, destacando que a próxima reunião do CGI.br está agendada para o dia 28
de agosto.
Nada mais havendo a registrar, a reunião foi encerrada.