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Hoje estou divulgando as seguintes matérias:

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A rotina dos estudantes vai mudar neste ano. Cartões de identificação, leitores de impressão digital, controle de alimentação dos alunos e aparelhos que vibram quando o pai se aproxima para buscar o filho no colégio são as novas tecnologias que as escolas implantaram nos últimos meses.

Leitores de cartões e de impressões digitais serão colocados pelo Ministério da Educação (MEC), no fim de março, em 350 escolas públicas das cinco regiões do Brasil. Agilizar o registro da presença do aluno na escola, controlar o acesso de pessoas e checar os alunos que fazem parte do programa Bolsa-Família para evitar fraudes são os objetivos do MEC.

As seis cidades escolhidas para testar o Projeto Presença são: Rio Verde (GO), São Carlos (SP), Parnamirim (RN), Boa Vista (RR), Gravataí (RS) e Capão da Canoa (RS). Cerca de 230 mil estudantes do Ensino Fundamental e Médio farão parte do sistema eletrônico. Basta aproximar o cartão no aparelho leitor para registrar a presença na aula.

Quando o aluno esquecer a identidade escolar, deve usar o leitor de impressão digital. Segundo o coordenador do projeto, Carlos Roberto Magalhães, cada equipamento é ligado a um computador e tem a capacidade de atender até 500 alunos.

Algo semelhante acontece no campus da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos. Aparelhos de identificação também foram colocados na entrada dos departamentos. "Fizemos isso para restringir a circulação de pessoas que não estavam relacionadas com o ambiente", afirma o professor e assessor administrativo da Escola de Engenharia, Glauco Pessa Fabbri, 49 anos. Ele diz que queriam evitar o furto dos caros materiais dos laboratórios e o comércio ilegal dentro dos prédios do campus.

O aparelho que a USP São Carlos adotou é o chamado KT39, da empresa Korth RFID Ltda. Os cartões dos alunos, professores e funcionários possuem um chip que transmite o número de identificação a um leitor eletrônico. O sistema da USP utiliza a tecnologia de Radiofrequency Identification (RFID) ou identificação por radiofreqüência.

O RFID é uma transmissão que usa de um código chamado de Eletronic Product Code (EPC). Um chip transmissor carrega esse código que contém todo tipo de informação sobre o objeto. Um aparelho leitor, em uma mesma freqüência de rádio que o chip, identifica o código e traduz as informações.

Alimentação

Outro sistema presente em 120 escolas foi desenvolvido para que os pais controlem a alimentação dos filhos. O pai deposita um certo dinheiro no cartão pela internet e o filho o passa no caixa das cantinas quando quiser comer.

O nome dos alimentos são gravados em um sistema eletrônico. A informação é então passada para a internet, e os pais podem conferir o que os filhos comeram. É possível escolher qual tipo de alimento a criança pode comprar. As duas empresas que fornecem o serviço são: a Lanchecard e o School Cook.

ESCOLAS COM RFID

Em outubro de 2004, os alunos da Escola de Ensino Fundamental de Rikkyo, no Japão, tiveram que colocar na alça da mochila uma etiqueta eletrônica com RFID. Quando o estudante entra na escola, é detectado por um sensor. Um computador identifica a informação e envia um e-mail aos pais com o aviso de que o filho está no colégio.

Um ano atrás, um escola dos Estados Unidos adotou um sistema semelhante e obrigou os alunos a usá-lo. Os pais dos estudantes da Brittan School District, na Califórnia, foram contra a falta de escolha no uso do detector. Classes e banheiros também foram equipados com leitores dos chips. Desde então, a ONG americana, Eletronic Frontier Foundation (EFF) faz campanha contra o controle eletrônico nas escolas.

No Brasil

Por aqui, nenhum colégio chegou a usar o sistema, mas a escola Unidade Jardim Pueri Domus, de Santo André, na Grande São Paulo, desenvolveu um aparelho que vibra e avisa o aluno quando o pai ou a mãe se aproxima para pegá-lo.

Ano passado, um grupo de professores do colégio visitou a Escola Da Ponte, na cidade do Porto, em Portugal, uma referência mundial em educação. Conheceram o programa de redução de ruídos da escola e decidiram implantar algo parecido no colégio em Santo André.

Quando os pais chegam para buscar os filhos na escola, têm que avisar um funcionário. Ele, com um microfone, chama o estudante. "Isso causa um barulho imenso no colégio e muitos alunos não escutam, o que faz os pais esperarem um bom tempo pelos filhos", disse o diretor Daniel Contro.

O Pueri Domus mostrou o problema para quatro empresas de tecnologias para que elas chegassem a uma solução para diminuir o nível do barulho. A empresa Asstran Telecomunicações, em parceria com a Scanchip, foi a que teve o projeto mais viável para a escola: desenvolveu o aparelho com RFID que vibra.

O equipamento foi chamado de Transmissão Escolar Codificada (TEC) e é formado por dois dispositivos: um controle azul usado pelos pais e um receptor preto que o filho carrega na cintura. uando o pai se aproxima do colégio, aperta um botão e o receptor do filho recebe o sinal e vibra. O estudante então já sabe que deve sair.

O diretor Daniel Contro espera que quanto mais pais tiverem aderido ao aparelho, mais as filas de carro na saída do colégio serão reduzidas e o trânsito do bairro, diminuído. Somente 30 alunos usam o aparelho e mais de 100 pais já fizeram o pedido. Segundo o diretor, pais já até agrediram os filhos por esperarem muito tempo na saída.

DESENVOLVIMENTO

Luciano Missurini e Romualdo Zampolo, proprietários da Asstran, afirmam que há três anos, não seria possível desenvolver o TEC. Isso por conta dos novos avanços na área da nanotecnologia. Ele tem componentes produzidos pela empresa italiana Tele Control, que são feitos em nanômetros. A Asstran aluga o aparelho para os pais por um preço trimestral de R$39, semestral de R$69 e anual de R$ 99.

A mãe da aluna Ana Beatrice, 10 anos, a bióloga Salete Cristina Bonganha Zanon, 42 anos, fez o teste com o aparelho no ano passado. "Achei uma boa idéia, evita ter que esperar muito tempo", disse ela. Salete Zanon afirma que normalmente demorava de 5 a 7 minutos esperando por Ana e, às vezes, até 20 minutos.

Ela se preocupa com problemas de saúde, mas Luciano Missurini afirma que o sinal de rádio é emitido somente pelo transmissor no instante em que o botão é apertado. Segundo ele, o sinal é mais fraco que o de um celular. A filha, Ana Beatrice, não se incomodou em usar o aparelho na cintura na hora da saída.