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SISTEMAS MÓVEIS DE TERCEIRA GERAÇÃO (6) |
10. ANEXO-1: Características
Técnicas de Sistemas CDMA2000
Os parágrafos a seguir, irão mostrar as principais características da
tecnologia de terceira geração conhecida como CDMA2000.
10.1. CDMA2000 - Características Técnicas
A tecnologia CDMA é um sistema
de múltiplo acesso, baseado no uso de técnicas de espalhamento espectral
(spread spectrum) em banda larga, permitindo a separação de sinais que são
coincidentes em tempo e freqüência. Todos os sinais compartilham o mesmo
espectro de freqüência. A energia do sinal de cada estação móvel é
codificado e espalhado por toda a largura de banda, através de um código
específico para cada usuário, aparecendo como ‘ruído’ em banda larga
para todos os outros usuários.
A identificação e demodulação de um sinal individual ocorre no receptor,
quando é aplicado uma réplica do código utilizado para o espalhamento de
cada sinal na transmissão. Este processo aumenta (recupera) o sinal de
interesse, enquanto descarta todos os outros sinais (de outros usuários) como
sendo interferência em banda larga.
10.2. Interface Aérea
A interface aérea definida pelo protocolo IS-2000 permite uma capacidade de
voz adicional, em relação aos sistemas cdmaOne (IS-95-A/B), numa mesma
portadora de 1,25 MHz. O padrão também define a capacidade de suporte de
dados por pacote a taxas de até 153,6 kbps para vocoder RC3, no release-1.
10.3. Cobertura
Para o caso de um overlay (10)
de sistemas CDMA2000 sobre sistemas TDMA, este overlay poderia ser considerado
na razão de 1:N, uma vez que, devido à relativa baixa capacidade de tráfego
dos sistemas TDMA, as operadoras são freqüentemente obrigadas a recorrer ao
‘splitting’ de células com alto tráfego (adicionam-se mais estações rádio
base), devido unicamente à capacidade de tráfego, e não à problemas com a
cobertura do sistema celular.
10.4. Dados HSPD
As chamadas de dados do tipo HSPD, podem propiciar bursts de dados de até
153,6 kbps, tanto no downlink quanto no uplink, simultaneamente. A
disponibilidade destes bursts para uma chamada, dependem da disponibilidade
dos recursos naquele momento. Um burst de download pode ser requerido pela própria
MSC, enquanto um burst de upload pode ser requerido pela ERB.
Dados HSPD permitem aos usuários um acesso cerca de 16 vezes maior que o
atualmente permitido pelos sistemas 2G.
Os serviços de dados HSPD são providos através do tráfego destes dados em
dois canais.
Um usuário de dados HSPD ativo, possui um canal de sinalização e tráfego,
chamado de canal fundamental (FCH) trabalhando a uma taxa de 9,6 kbps (ou 14,4
kbps).
No caso da necessidade de banda adicional, o próprio handset CDMA2000 irá
negociar a alocação de mais banda para aquela sessão naquele instante. Esta
banda adicional solicitada, poderá (ou não) ser atribuída. Caso seja atribuída,
um canal suplementar (SCH) será alocado para aquela sessão. Existem vários
fatores usados no algoritmo de agendamento quando da escolha da taxa de
transmissão e da duração da designação do canal SCH no link direto (F-SCH).
Alguns dos fatores mais importantes considerados pelo algoritmo estão
listados a seguir.
- Fração de potência do amplificador requerido pelo canal SCH;
- Fração de potência do amplificador requerido por outros usuários de voz
e dados e a correspondente fração de potência disponível para o
estabelecimento do canal F-SCH;
- Channel Elements, Packet-Pipe (meio de transmissão entre a ERB e a
Central), Walsh-Function e outros recursos de hardware e de sistema disponíveis
na ERB servidora que podem ser designados para a ativação do canal F-SCH;
- Quantidade de dados bufferizado para a transmissão para a estação móvel;
O canal FCH fornece uma taxa de 9,6 kbps, enquanto as chamadas dos canais
suplementares, com taxas de 19,2, 38,4, 76,8 e 153,6 kbps, podem ter valores
discretos tanto no uplink e no downlink. Quando o canal FCH é usado em uma
direção, o canal SCH não pode ser usado naquela mesma direção e naquele
mesmo instante. Portanto, podemos concluir que a capacidade máxima de
transmissão de dados, é de 153,6 kbps em ambas as
direções simultaneamente.
Uma sessão de dados é iniciada através do processo de logon, que inicia uma
chamada de dados e dispara a utilização do canal FCH seguida de uma série
de transmissão de dados.
Cada transação pode ser um download de um e-mail, ou navegação na
Internet, ou uma atividade FTP, ou ainda, alguma outra atividade envolvendo
dados.
Cada transação de dados pode, ou não, envolver a utilização do canal SCH,
dependendo basicamente do tamanho da informação a ser transmitida. Se o
volume de informação excede a um determinado limiar, o canal SCH pode ser
designado para atender àquela chamada, com alguma taxa maior que o canal FCH.
A taxa a ser utilizada é designada baseado na disponibilidade de recursos,
condições de potência dos amplificadores e outros
critérios já mencionados anteriormente.
Quando finaliza o download ou upload, o usuário pode entrar no modo
‘Thinking‘ antes de iniciar uma nova transação. O ‘thinking-time’ é
uma variável aleatória com uma determinada distribuição. Durante
este período, o temporizador é iniciado e o canal FCH e outros recursos são
mantidos para este terminal, até que o temporizador termine a contagem. Se o
período em que o terminal fica no estado ‘Thinking‘ é maior que o valor
ajustado no temporizador, o canal FCH e outros recursos do sistema (exceto a
sessão PPP em curso, gravada no IWF) são liberados, sendo necessária uma
nova chamada de dados (Data Call) para restabelecer a conexão quando da
necessidade de uma nova transação de dados (Data Transaction).
O período em que os recursos da chamada de dados estão liberados é chamado
de período de Dormência (Dormant Period). Por outro lado, se o
‘thinking-time’ é muito curto, a próxima transação de dados ocorrerá
enquanto os recursos ainda estão alocados para o usuário, não havendo
necessidade da realização de uma nova Data Call.
Este ciclo se repete até que o usuário termine a sessão de dados (log-off).
Nota-se que este procedimento permite a maximização na utilização dos
recursos de rede, pois quando estes recursos não estão sendo utilizados por
um determinado assinante, ficam disponibilizados para a utilização por
outras chamadas.
A figura a seguir, ilustra um exemplo de uma sessão de dados no acesso à
Internet.
Exemplo de uma Sessão de Dados CDMA2000
10.5. CDMA2000 1xEV-DO - Características Técnicas
A tecnologia 1xEV-DO, anteriormente conhecida como HDR (High Data Rate), é
uma evolução na capacidade de transmissão de dados no formato pacote, que
faz parte da Revisão B da IS-2000.
Esta tecnologia, é um dos padrões para 3G, e diferentemente do CDMA IS-95 e
do CDMA2000 (que utilizam o modelo de rede baseado em ANSI-41), faz uso do
padrão Wireless-IP, o que sem dúvida, caracteriza sua notável capacidade de
integração com o mundo Internet.
Trata-se de uma tecnologia de acesso dedicada, onde uma portadora de 1,25 MHz
de largura é utilizada exclusivamente para prover HSPD, possuindo altas
velocidade e capacidade de transmissão de dados, com picos de até 2,4 Mbps.
A tecnologia CDMA2000 utiliza um novo tipo de acesso à rede rádio (Radio
Access Network), que provê sua interface aérea, e que também se conecta
diretamente ao PDSN (Packet Data Serving Node), através de uma interface no
padrão R-P12, fornecendo um acesso do tipo Mobile-IP, ou Simple-IP, em função
das características do PDSN.
O servidor AAA (Accounting, Authentication and Authorization), contém todas
as informações relevantes dos assinantes 1xEV, funcionando como se fosse um
HLR.
10.6. Interfaces EV-DO
Interface Aérea:
- TIA/EIA IS-856, “CDMA2000 High Rate Packet Data Air Interface
Specifications”, versão aprovada em OUT/2000.
Interface R-P:
- TIA/EIA IS-2001, “Inter-operability Specifications for CDMA2000 Access
Network Interfaces, V 4.0”.
- TIA/EIA IS-878, "1xEV-DO Inter-operability Specifications for CDMA2000
Access Network Interfaces".
IP:
- TIA/EIA IS-835, Wireless IP Network Standard, Junho/2000
- TIA/EIA TSB 115: Wireless IP Network Architecture Based on IETF Protocols.
- IETF Standards IS-2001 (IOS).
10.7. Próxima etapa: EV-DV
Da mesma forma que já temos hoje em operação comercial redes EV-DO,
notadamente devemos lembrar que o próximo passo evolutivo para as interfaces
aéreas sob a égide do CDMA2000, que é o EV-DV (EVolution Data and Voice),
também se encontra aprovada tanto pelo 3GPP2, como pelo ITU-T, como sendo
padrão para sistemas IMT-2000. Os sistemas EV-DV, irão prover serviços
simultâneos de voz e dados, com taxas de até 4,8 Mbps no
sentido direto - downlink.
[Continua]
(10) Técnica de sobreposição de diferentes sistemas, seja com a mesma tecnologia, ou outra, visando uma melhoria na performance da rede, quer seja em relação à capacidade de tráfego de voz, quer seja em relação à capacidade de oferecer novos serviços, tais como dados a altas velocidades.
(11)
Interface aberta, para padronização e interoperabilidade entre as porções
Rádio e Pacote de um sistema
wireless, e que segue os padrões Ethernet A10 (para Packet Traffic), e A11
(para Sinalização).