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SISTEMAS MÓVEIS DE TERCEIRA GERAÇÃO   (5)


7. O que acontece com a rede legada?

Um dos principais fatores a ser levada em consideração quando se pensa em migração para a 3G, é: “O que irá acontecer à minha atual rede wireless?”.

Esta questão se torna particularmente interessante, em época de escassez de recursos e de capital para investimento em infra-estrutura (CAPEX). Desta forma, uma migração ‘suave’ das atuais redes, em direção aos sistemas 3G IMT-2000, é a solução ideal e condição sine qua nom para que possa-se dizer que a história e planejamento da evolução da planta, foi bem calculada, e que portanto as chances de sucesso do negócio estão asseguradas. Em economês, diz-se que a relação R.O.I.
(7) foi positiva, e dentro das premissas do Plano de
Negócios da Operadora.

Assim, a preservação de parte, ou no melhor caso, de toda a atual rede, seja em se falando de seus elementos de rede discretos (Centrais CCC, ERB, HLR/VLR, Billing, Rede de Dados, etc.), ou se tratando da rede de sinalização e de interconexão, é fator de extrema importância a se considerar num processo de evolução/migração à 3G.
Neste cenário, mais uma vez, a escolha da tecnologia 3G tem impacto preponderante sobre o montante de investimentos e de recursos.

Cabe notar que, a tecnologia CDMA2000, tem plena e total compatibilidade com as atuais redes móveis no país (sejam elas CDMA ou TDMA), as quais se baseiam nos padrões definidos pela ANSI-41. Enquanto que a opção pela tecnologia W-CDMA/UMTS, implica, obrigatoriamente, na construção de uma rede de sinalização baseada nos padrões MAP, os quais são definidos pela ETSI.

Percebemos então, que para as operadoras já existentes, a decisão pela evolução ou migração in-band, para as tecnologias compatíveis com IMT-2000, deve considerar fortemente o quanto se mantém de sua atual rede, e quais são as reais necessidades de novos investimentos em rede e em equipamentos.


8. Coréia: Um breve Estudo de Caso

Se as Operadoras móveis brasileiras ainda têm dúvidas sobre se devem, ou não, evoluir em direção aos sistemas baseados em tecnologias que irão prover os sistemas IMT-2000, cabe aqui um breve relato do que vem se passando na Coréia do Sul, em relação aos serviços 3G já oferecidos aos assinantes das operadoras coreanas SKT e KT-Freetel:

Além do fato de haver hoje no mundo, mais de 10 milhões de assinantes utilizando CDMA2000, estas operadoras coreanas já estão operando comercialmente, redes baseadas no padrão CDMA2000 1xEV-DO.

Estes assinantes usuários dos serviços de dados HSPD, têm ao seu dispor, uma gama de aplicações que somente uma tecnologia com velocidade de transmissão de dados superior a 2 Mbps poderia oferecer, tais como: transmissão on-line e real-time de eventos, shows e programas de TV
(8), jogos multi-player de alta-definição, vídeo-conferência, acesso à Internet em alta velocidade, dentre outros.

Devido ao simples fato de passar a oferecer o serviço EV-DO, as operadoras coreanas reajustaram
(9) – para cima – suas expectativas de faturamento, em valores que variam de cerca de 14% a até 35%.

Por si só, estes números já são impressionantes. Some-se a isto, ainda, o fato de que no Brasil o mercado de wireless high-speed data é incipiente, vislumbra-se então, uma excelente oportunidade de negócio, a qual, porém, é fortemente associada ao time-to-market.

Se a pergunta dos executivos das operadoras móveis do país, em relação à decisão pela migração para 3G fosse então: “Qual o melhor momento para minha empresa começar a investir na próxima etapa tecnológica?”, diríamos, sem sombra de dúvidas, ser agora; pois uma vez que se tenha conquistado o assinante, e por conseguinte, um expressivo market share (principalmente no setor corporativo), é necessário, mais do que nunca, mantê-lo
satisfeito com aquilo que lhe é oferecido.

Mais ainda, além de ter a obrigação de manter estes assinantes em suas carteiras, é imperativo que se dê condições a este assinante de usufruir de uma gama de serviços e aplicações cada vez mais em sintonia com seus anseios. Esta cadeia de valores, se traduz numa equação bastante simples, mas de vital importância para qualquer operadora móvel, que é o incremento no ARPU.


9. Razões pelas quais se deve migrar agora para 3G


As operadoras que hoje possuem redes 2G TDMA, somente permanecerão competitivas se alcançarem e excederem as necessidades dos seus usuários. A disponibilidade das novas tecnologias mudam os costumes dos usuários e criam novas formas de fazer negócios, entretenimentos, viagens, etc. Se tal tecnologia não é disponibilizada, então a operadora da rede pode se deparar com uma diminuição de sua taxa de penetração (market-share), e um de assinantes, os quais acabam por migrar para as operadoras concorrentes que atuam na mesma área de operação (fenômeno conhecido como churn).

As bandas de freqüências a serem usadas, têm um papel fundamental nas decisões a serem tomadas pelas operadoras tanto do SMC, como do SMP. As novas operadoras de SMP estarão usando a faixa de 1800 MHz, enquanto que as operadoras do SMC têm atualmente permissão para operar nas freqüências de 850, podendo adquirir licenças na faixasexcedentes em 1800 MHz, caso migrem para o regime do SMP.

Assim, haverá operadoras usando diferentes interfaces aéreas em diferentes bandas de freqüências. As operadoras de CDMA e GSM já iniciaram seus posicionamentos quanto ao caminho evolutivo a ser trilhado em direção aos sistemas 3G.

Neste cenário, as operadoras de TDMA podem perder principalmente os seus assinantes mais lucrativos, para aquelas operadoras que oferecerem a eles, as maiores taxas de transmissão de dados, e sobretudo uma maior gama de serviços de valor-agregado, principalmente para seus clientes corporativos, que são os responsáveis pelo maior ARPU segmentado.

Sem dúvida alguma que as atuais operadoras CDMA partem com uma série de vantagens de cobertura e migração para altas taxas de dados. No entanto, as atuais operadoras TDMA não estarão em uma situação tão crítica quanto as novas operadoras GSM. Enquanto as operadoras TDMA que optarem por CDMA poderão imediatamente oferecer uma boa cobertura nacional de voz (incluindo roaming) através do AMPS (inclusive por exigência legal
da ANATEL), as novas operadoras de GSM – pelo menos inicialmente – não poderão ofertar nem mesmo uma boa cobertura de voz.

Quanto mais tempo as operadoras TDMA demorarem nesta migração, mais espaço estão dando paras suas concorrentes que utilizam CDMA ou GSM, ganharem o mercado de usuários de dados, que sem sombra de dúvidas, é a atual menina-dos-olhos de qualquer operadora móvel.


9.1. Escolha do Parceiro Tecnológico para migração à 3G

Podemos facilmente então, baseados em todo o raciocínio anteriormente apresentado, concluir que o parceiro fornecedor de tecnologia (bem como a escolha da tecnologia em si), para as operadoras móveis migrarem para 3G, é de suma importância.

Isto tudo, contribui para a fidelidade dos assinantes em relação à operadora, evitando dessa forma, o fenômeno do churn, o que se traduz numa melhor relação cliente-fornecedor. Estes fatores somados, conduzem ao sucesso da operadora, garantindo a geração de receita e reduzindo os custos operacionais, assegurando desta forma, o êxito de seu plano de negócios.

A Lucent apresenta uma posição de destaque, por ser referência em CDMA, sendo líder em sistemas com esta tecnologia, tendo mais de 60.000 estações rádio base instaladas no mundo. No continente americano, 68% das redes CDMA são Lucent. A Lucent instalou e ativou os primeiros sistemas IS-2000, nos EUA e Brasil, assegurando à estas operadoras, mais uma vez o pioneirismo e a liderança dos serviços oferecidos a seus assinantes.
Além disso, há uma gama de opções de ERBs, baseadas numa plataforma única (OneBTS), de forma a atender às necessidades dos clientes, inclusive com soluções duais CDMA-UMTS.

[Continua]


(7) R.O.I., do inglês Return over investment – Retorno sobre os investimentos iniciais, ou ainda, um CAPEX
incremental empregado na evolução ou migração da rede.

(8) Por exemplo, até jogos de futebol da Copa FIFA 2002, foram oferecidos aos assinantes destas operadoras.

(9) Fonte: Korea Times, edição de 01/JUN/2002.


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