WirelessBR |
WirelessBr é um site brasileiro, independente, sem vínculos com empresas ou organizações, sem finalidade comercial, feito por voluntários, para divulgação de tecnologia em telecomunicações |
|
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO MÓVEL DE TERCEIRA GERAÇÃO (7) |
||
Autor: Dayani Adionel Guimarães |
IMT-2000
FDMA/TDMA (IMT-FT)
A
interface IMT-FT utiliza múltiplo acesso TDMA e duplexação TDD, suportando
taxas de 1,152 Mbit/s, 2,304 Mbit/s e 3,456 Mbit/s em conexões simétricas,
assimétricas, orientadas ou não a conexão e taxas variáveis até 2,88 Mbit/s
por portadora.
Como
citado no item V, as redes pública e local
não fazem parte do escopo das especificações da interface IMT-FT. Somente a
interface de rádio, aplicações e os protocolos de interconexão são
objetos de especificação. O padrão é transparente ao tipo de serviço
oferecido por ser considerado apenas uma tecnologia de acesso.
O espaçamento
entre as portadoras do IMT-FT é de 1,728 MHz, com quadros de 10 ms e 12 slots
duplos, 24 slots completos ou 48 slots
ocupados pela metade na estrutura TDMA. As modulações previstas são a GFSK,
p/2-DBPSK, p/4-DQPSK e p/8-D8PSK, dependendo da taxa de dados necessária.
A
referência [Rrspc] apresenta detalhes sobre a interface IMT-FT e uma extensa
lista de documentos já disponíveis, suas datas de publicação, suas versões,
suas localizações em Web Sites da
Internet (quando pertinente), os órgãos padronizadores e o status
de cada documento (publicado, aprovado, etc.).
A
maior parte das interfaces de rádio da componente terrestre do IMT-2000 são
implementadas com tecnologia CDMA. Dentre elas destacam-se as baseadas nas
propostas W-CDMA e cdma2000. Estas duas vertentes tendem a ser as mais
utilizadas comercialmente para os sistemas 3G [Sin00].
Existem
similaridades e diferenças entre o W-CDMA e o cdma2000, mesmo sendo ambos
baseados em CDMA faixa larga (WCDMA). As principais similaridades são [Sin00]:
-
Detecção coerente em ambos os
links;
-
Controle de potência rápido em
ambos os links;
-
Espalhamento CQPSK em ambos os
links;
-
VSF para possibilitar maiores
taxas;
-
Operação
com taxa de dados variável com estimação cega de taxa para serviços de
voz;
-
Seqüências
Walsh ortogonais de comprimento variável para caracterização do link
direto;
-
Códigos de embaralhamento não
ortogonais baseados em seqüências PN no link reverso;
-
Códigos base do tipo
convolucional e previsão para uso de códigos Turbo em taxas elevadas; e
-
Handoff
inter-freqüências (hard handoff)
assistido pelo terminal móvel (MAHO).
As
principais diferenças entre o W-CDMA e o cdma2000 são comentadas a seguir [Sin00]:
-
A taxa de chips
do W-CDMA (4,096 Mcps) foi selecionada principalmente em consideração à
compatibilidade com sistemas GSM e PDC. A taxa de espalhamento do cdma2000
(3,6864 Mcps) é diretamente derivada da taxa de chips
do IS-95. Enquanto com 4,096 Mcps espera-se atingir maior capacidade em bandas
de 5 MHz, a situação se reverte em bandas de 10 e 20 MHz, nas quais a taxa
de 3,6864 Mcps permite maior capacidade.
-
A duração de quadro do W-CDMA
(10 ms) foi selecionada para reduzir o atraso na transmissão fim-a-fim, mas
pode degradar o desempenho do processo de demodulação devido à necessidade
de menores intervalos de entrelaçamento temporal (interleaving)
quando comparada com os quadros de 20 ms do cdma2000. Uma opção de quadros
com 20 ms para o W-CDMA resolverá esse problema. Quadros de maior duração
também possuem menor porcentagem de overhead
em termos de bits de cauda dos processos de codificação convolucional e CRC.
-
A operação síncrona do cdma2000
permite maior velocidade no processo de “procura” de estações base pelos
terminais móveis (cell search) e
também leva a uma maior economia de bateria e confiabilidade durante os
processos de soft-handoff. Contudo,
o modo síncrono requer sistemas de base de tempo globais, como o sistema GPS,
que podem não estar disponíveis em alguma situação.
SRI-A
(SW-CDMA)
A SRI-A, tendo
atualmente suas especificações sob a responsabilidade do ETSI, é baseada
numa adaptação do IMT-2000 CDMA Direct
Spread (UTRA FDD) ao ambiente satélite. Somente a interface do link de
serviço é especificada nos documentos da SRI-A (leia sobre as componentes
das interfaces satélite no item V).
A SRI-A opera no
modo FDD com canais de 2,35 ou 4,7 MHz para cada direção de transmissão,
suportando taxas de 1,2 a 144 kbit/s com taxas de erro de 10-3 a 10-6
e cobertura global. As taxas de erro de bit (baseadas na QoS almejada em cada
classe de serviço) são atendidas através da concatenação de códigos
corretores.
As especificações
da SRI-A não particularizam o uso de nenhum tipo de constelação de satélites.
Tanto constelações LEO, quanto MEO, GEO ou HEO são permitidas. Os satélites
poderão operar com transponders
transparentes ou regenerativos.
A
referência [Rrspc] apresenta mais detalhes sobre essa interface. Em http://www.3gpp.org/TSG/RAN.html
pode-se encontrar outros documentos afins. As especificações detalhadas da
SRI-A estão sendo elaboradas pelo ETSI.
SRI-B
(W-C/TDMA)
Também sob
responsabilidade do ETSI, a SRI-B é baseada em acesso híbrido CDMA/TDMA de
faixa larga (W-O-C/TDM e W-QS-QO-C/TDMA), com canais de 2,35 ou 4,7 MHz em
cada direção de transmissão. É definida a operação FDD, mas é possível
operação TDD/FDD.
As taxas de dados
suportadas vão de 1,2 a 144 kbit/s com taxas de erro de 10-3 a 10-6
e cobertura global e modulações BPSK, QPSK e p/4-QPSK. Da mesma forma que a
SRI-A, as especificações da SRI-B não restringem sua operação a
nenhum tipo de constelação de satélites. Os satélites poderão também
operar com transponders
transparentes ou regenerativos.
A
referência [Rrspc] apresenta mais detalhes sobre essa interface e em http://www.3gpp.org/TSG/RAN.html
podem ser encontrados outros documentos afins. As especificações detalhadas
da SRI-A estão sendo elaboradas pelo ETSI.
SRI-C
(SAT-CDMA)
Baseada na RTT
SAT-CDMA, a SRI-C oferece taxas de dados de 2,4 até 144 kbit/s utilizando múltiplo
acesso WCDMA a uma taxa de chips de
3,84 Mcps. A banda de um canal é de aproximadamente 5 MHz.
A constelação
do sistema SAT-CDMA é composta por 48 satélites de órbita baixa (LEO),
localizados a 1.600 km da superfície da terra, oferecendo cobertura
praticamente global (baixa cobertura em altas latitudes e nula acima de 80
graus). Cada satélite possui 37 feixes fixos com certa sobreposição de
cobertura, e atende a uma área com aproximadamente 2.721,4 km de raio.
A modulação
utilizada é a QPSK nos dois links e para espalhamento utiliza-se OCQPSK no
link reverso e em quadratura para o link direto.
Os demais
detalhes sobre as especificações da interface SRI-C podem ser encontrados em
[Rrspc]. Outros dados podem ser obtidos da proposta de RTT SAT-CDMA em [ITU99a].
SRI-D
Elaborada a
partir da RTT ICO, a interface SRI-D prevê a operação com um sistema satélite
específico que consiste de uma constelação de 12 satélites de órbita média
(MEO) a 10.390 km de altitude e 12 estações terrenas inter-conectadas com a
rede terrestre, oferecendo cobertura global. Cada satélite possui 163 feixes.
As taxas de dados
suportadas vão de 0,3 a 38,4 kbit/s com modulações BPSK, SBPSK, QPSK e GMSK,
em canais FDD de 2 x 25 kHz de banda. A técnica de múltiplo acesso é uma
combinação de FDMA eTDMA.
Outros detalhes
sobre as especificações da interface SRI-D podem ser encontrados em [Rrspc].
Dados adicionais podem ser obtidos da proposta de RTT ICO em [ITU99a].
SRI-E
Baseada na RTT Horizons, a SRI-E
operará com uma constelação de 3 satélites geo-estacionários (GEO) a
36.000 km de altitude, oferecendo cobertura global e taxas de dados até 144
kbit/s ou mais (432 kbit/s através da agregação de portadoras),
principalmente a terminais multimídia. O número de feixes por satélite
poderá variar em função das características de cobertura desejadas.
Não há nenhuma
restrição quanto a banda de freqüências utilizada pela SRI-E, mas
recomenda-se que se utilize a faixa de 1 a 3 GHz.
Cada portadora do
sistema terá 100 kHz de banda e poderá suportar 16 chamadas de voz
simultaneamente ou até 144 kbit/s de dados com taxa variável (para acesso à
Internet, por exemplo). A modulação utilizada é a 16QAM, com tecnologia de
múltiplo acesso TDMA, duplexação FDD e codificação de canal Turbo.
Mais detalhes
sobre as especificações da interface SRI-E podem ser encontrados em [Rrspc].
Outros dados podem ser obtidos da proposta de RTT Horizons,
em [ITU99a].
SRI-F
(Satcom2000)
A SRI-F é uma interface para um sistema pessoal de comunicação móvel via
satélite. A constelação prevista possui 96 satélites de órbita baixa (LEO)
a cerca de 854 km de altitude e oferece cobertura global a qualquer instante.
Cada satélite possui 288 feixes que podem ser ajustados para maximizar o
desempenho do sistema.
Outros detalhes
sobre as especificações da interface SRI-F podem ser encontrados em [Rrspc].
Em várias
literaturas, o conjunto de sistemas de comunicação móvel via satélite que
complementa e complementará a cobertura dos mais variados sistemas de
comunicação móvel terrestre de geração 2G, 2,5G ou 3G são genericamente
denominados de GMPCS (Global Mobile
Personal Communications by Satellites). Sistemas tais como Globalstar, ICO,
Teledesic, Horizons, etc. se encaixam nessa família de sistemas GMPCS.