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SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO MÓVEL DE TERCEIRA GERAÇÃO (10) |
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Autor: Dayani Adionel Guimarães |
IX.
A 3G no Brasil
Somadas às informações
contidas nos itens anteriores e também nos itens seguintes a este, uma extensa
coleção de documentos relacionados à terceira geração de sistemas de
comunicações móveis pode ser obtida no site
da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações). Para obter uma lista dessa
coleção recomenda-se que o leitor acesse o site
http://www.anatel.gov.br/pesquisa/default.asp
e procure pela sigla IMT. Dentre os
documentos listados por esse processo de busca (com possibilidade para download)
podem ser encontrados vários relatórios sobre a participação das comissões
brasileiras nas reuniões de trabalho da ITU em relação ao IMT-2000, sobre
estudos de aspectos mercadológicos e viabilidade técnica de sistemas WLL (ou
FWA) via IMT-2000, sobre a escolha da faixa de 1,8 GHz para os serviços PCS e
seu impacto na implantação da 3G no Brasil, sobre os trabalhos da CITEL
(Comissão Inter-Americana de Telecomunicações) sobre o assunto e sobre questões
relacionadas aos sistemas além do IMT-2000, dentre outras informações
correlatas. Optou-se por não abordar nesse texto esses assuntos
disponibilizados pela ANATEL em seu site,
sob o risco de resumir por demais os textos e assim possibilitar a perda de
informações importantes acerca dos assuntos relacionados à 3G no Brasil.
Vale citar que a ANATEL ainda não possui nenhum posicionamento concluído e publicado sobre a 3G no Brasil.
X. CONCLUSÃO
Esse item apresenta
alguns comentários adicionais acerca dos sistemas 3G. O item termina com
algumas observações conclusivas.
O
Mercado WLL via IMT-2000
Um dos grandes
mercados para os sistemas de terceira geração é o WLL, principalmente em países
em desenvolvimento. Regiões como a Ásia e países como o Brasil e o México são
os alvos mais prováveis para esse tipo de aplicação. Os principais atrativos
oferecidos neste caso serão a telefonia e serviços RDSI em áreas urbanas,
rurais e remotas.
A Rec. ITU-R M.819-2
[R819]
aborda a aplicação do IMT-2000 em países em desenvolvimento, com enfoque no
que nessa recomendação são denominados de serviços fixos.
A referência [ITU99b]
apresenta a resposta brasileira à ITU sobre os aspectos da implantação de FWA
via IMT-2000 em países em desenvolvimento.
Haps
HAPS (High Altitude Platform Station)
é uma possível configuração para implementação do IMT-2000 através de uma
estação base localizada em algum objeto em uma elevada altitude (20 a 50 km) e
em um ponto fixo em relação à terra. A configuração HAPS poderá
representar uma forma de oferecer os serviços do IMT-2000 através de uma
infra-estrutura mínima capaz de proporcionar grande área de cobertura
[Wrc00d].
Bluetooth
Com possibilidade de
complementar os serviços oferecidos pela 3G surge a tecnologia Bluetooth. Bluetooth é o
nome dado à interface de rádio para conexão a curtas distâncias (máximo 10
m; potência de 100 mW) entre vários tipos de equipamentos na faixa não
licenciada para aplicações científicas, médicas e industriais (ISM, Industrial, Scientific and Medic). Em fevereiro de 1998 a Ericsson,
a Nokia, a IBM, a Toshiba e a Intel fundaram o Bluetooth Special Interest
Group (SIG), com a inclusão, em 1999, da Microsoft, Lucent, 3Com e Motorola.
Várias outras companhias se juntaram a essa iniciativa de forma a adotar a
tecnologia Bluetooth.
O principal objetivo
da Bluetooth é possibilitar a
interconexão para troca e atualização de informações entre aparelhos como
PDAs (Personal Digital Assistants),
telefones celulares, máquinas fotográficas, câmeras de vídeo, impressoras,
agendas eletrônicas, palmtops e laptops
ou desktops. São possíveis transmissões de voz e dados a até 1 Mbit/s,
com modulação GFSK.
A tecnologia Bluetooth pode então ser vista como complementar e não
necessariamente uma componente de um sistema de comunicação móvel.
Mais informações
sobre essa tecnologia podem ser encontradas no site oficial http://www.bluetooth.com.
Além
do IMT-2000
Por volta do ano 2010
deverão aparecer os resultados das primeiras iniciativas em prol dos sistemas
que poderiam ser classificados como 4G [Sin00],
com o principal objetivo de oferecer aos usuários serviços multimídia de
banda larga. Provavelmente as taxas de transmissão chegarão a cerca de 2 Mbit/s
em ambiente veicular e a cerca de 10 a 20 Mbit/s em ambientes internos a
velocidades de pedestres, em bandas tão largas quanto 100 MHz. A tecnologia que
dará suporte a esses futuros sistemas certamente se valerá de muitas das
implementações da terceira geração, mas outras inovações deverão vir à
tona...
Uma potencial
tecnologia de acesso para os sistemas 4G poderá ser uma combinação de OFDM e
DS-CDMA (ou Multicarrier CDMA), com
capacidade de transmissão de dados por comutação de pacotes [Sin00].
As freqüências de
operação dos sistemas 4G deverão estar situadas acima de 3 GHz, o que tornará
ainda mais crítico o planejamento desses sistemas. Além de limitados por
interferências, os sistemas 4G serão ainda mais limitados por potência devido
às altas freqüências utilizadas. As células tenderão a ser, em média,
ainda menores que aquelas dos sistemas 3G, e estas estarão concentradas em
locais de alta demanda por tráfego. A cobertura global com um único tipo de
sistema será mais uma vez um obstáculo intransponível e o que provavelmente
teremos são terminais multi-modo, operando em redes 4G e 3G. Nessa situação
torna-se imprescindível a colaboração de técnicas de software
radio que automaticamente comutarão o modo de operação do terminal móvel
conforme a rede que o está atendendo a cada instante.
Comentários sobre
iniciativas da ITU em estudos relacionados à evolução dos sistemas de
comunicação móvel além do IMT-2000 podem ser encontrados em [Wrc00e].
Como já citado, já
pode ser obtido um grande volume de informações sobre a terceira geração de
sistemas de comunicação móvel. Além das referências citadas nesse texto
recomenda-se um conjunto de todas as documentações disponibilizadas pela ITU
sobre o IMT-2000 e outros tópicos relacionados às comunicações móveis
pessoais, em CD-ROM, e que pode ser adquirido no site:
http://www.itu.int/publications/wnew.htm#IMT-2000.
São recomendados também os seguintes sites:
Comentários
Finais
É notável o
grau de complexidade a que foram submetidos os sistemas de comunicação móvel
em seu curto período de evolução. O avanço tecnológico percebido em tão
pouco tempo, dos primeiros sistemas de primeira geração até a terceira geração,
se trazem novos serviços e possibilidades, trazem também uma preocupação: a
adequada capacitação de mão de obra. Coincidente com a chamada era
da informação, o desenvolvimento dos sistemas 3G agora impõe que os
profissionais envolvidos estejam atentos e se capacitem incessantemente para
poder utilizar todo esse novo aparato. E tal como a tecnologia de hoje, o
conhecimento tem validade muito pouco extensa. Para acompanhar a evolução dos
sistemas de comunicação móvel é necessário, hoje, um empenho muito maior
que o de ontem. Ao Engenheiro ou qualquer Técnico que se dedicar a esses
assuntos não resta outra alternativa se não a constante atualização através
de estudos contínuos. Ficar parado ou até mesmo não dar a devida atenção
significará “perder o bonde” – e corremos o risco, se assim agirmos, de
sermos meros implementadores de receitas prontas! O autor espera que esse texto
sirva ao menos para que o leitor se atente para o fato aqui citado.
Infelizmente esse tutorial
não retrata de forma completa e precisa o cenário em torno dos sistemas de
terceira geração. A imprecisão dessa informações está associada ao fato de
que diversos aspectos e especificações ainda estão em fase de revisão e,
portanto, sujeitas a alterações. Há ainda muito por ser feito em relação à
segunda e à geração 2,5 (principalmente em países em desenvolvimento). E há
que se preparar o terreno para receber a terceira geração. Muitos sistemas
ainda serão testados, muitos satélites ainda serão colocados em órbita e
torna-se tarefa bastante complexa conhecer, com precisão, o status
de todo esse processo ao redor do mundo...
Mesmo assim o autor
espera ter conseguido oferecer ao leitor, como já citado, “um texto que pudesse agrupar e relacionar os principais temas referentes
à terceira geração de sistemas de comunicação móvel de forma que assim se
possa ter uma visão, que seja incompleta pela vastidão das informações já
disponíveis, mas que seja clara o suficiente e fundamentada em um sólido
conjunto de referências bibliográficas de tal sorte que se possa realizar
estudos mais aprofundados a partir das referências citadas e se consiga
entender um pouco mais sobre o futuro das comunicações móveis em todo o mundo”.
... Como disse Guglielmo
Marconi, em 1932 :
It is dangerous to put limits on wireless” (é perigoso impor limites
à comunicação sem fio)...