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Transmissão de dados via rede elétrica (17) |
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Autor: Gabriel Alan Gehm Marques |
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5.4.1: Diagrama esquemático do
decodificador
Para exemplificar este trabalho, este item trata do esquemático do circuito de
decodificação já discutido, lembrando que a simplicidade e clareza deste foi
fruto de muitos ciclos de reconstrução e reconstrução do projeto.
[Figura omitida: Produto pronto aguardando
patrocínio para ser lançado no mercado]
Figura 15: Circuito esquemático do decodificador
Logo na saída do desacoplador foi
colocado um circuito de saturação, que garante que a intensidade do sinal seja
constante para qualquer atenuação da rede,
até certo limite, garantindo um funcionamento estável em diferentes pontos da
casa.
O circuito do transmissor tem complexidade análoga, e como o objetivo é realizar
transmissões bidirecionais, ambos foram combinados no projeto final.
5.4.2: Simplificação do receptor
Como a utilização de um amplificador operacional implica em um circuito
integrado extra no sistema, a um custo extra também, e o microcontrolador
escolhido possui comparadores internos, o receptor foi redesenhado para retirar
o bloco ‘comparador com histerese’ do circuito anterior.
O sinal passou então a trafegar do retificador diretamente para o
microcontrolador, tornando o TaT mais compacto.
5.5: Determinação da velocidade de transmissão
Para uma portadora de 104kHz (freqüência média da modulação escolhida) o limite
teórico, com detectores analógicos passivos como é o caso, para uma boa recepção
do chaveamento entre freqüências é de 10kHz, o que corresponde a uma taxa de
transmissão de 20kbps.
Técnicas especiais de modulação podem atingir taxas mais elevadas como foi
citado, mas o foco do trabalho está na transmissão de informação discreta, como
comandos de acionamento, sem grandes restrições temporais.
Para uma taxa de transmissão muito baixa, como 50 bytes por segundo, o tempo
entre o pressionamento de um interruptor e o acendimento da lâmpada
correspondente é, considerando que 5 bytes tenham que ser enviados, de 1/10 de
segundo, um tempo satisfatório. Assim utilizar técnicas avançadas de modulação
para atingir taxas elevadas de transferência para esta finalidade seria um
desperdício.
Claro que outras aplicações, como transmissão de áudio (digital) e vídeo, para
câmeras de segurança e Home Teathers necessitam de taxas elevadas, mas este é
outro mercado.
5.5.1: Testes de velocidade
A modulação implementada utiliza freqüências bem separadas para sinalizar os
níveis lógicos, e o circuito de detecção não é tão eficiente assim, logo testes
empíricos para determinar a taxa máxima de transferência são bem mais simples
concretos que a teoria.
Dois sistemas foram implementados para avaliar as taxas de transmissão, um
programa de computador capaz de gerar na porta paralela do PC um sinal
retangular de freqüência e número de ciclos definido, e um contador de pulsos
com três displays de 7 segmentos (000 - 999).
medição da qualidade da transmissão é simples, o computador gerava pulsos
retangulares em uma freqüência definida e um número múltiplo de 1500, que eram
transmitidos pela rede. Após a transmissão da seqüência de pulsos o display,
ligado ao receptor, deveria estar marcando 500, caso nenhuma informação fosse
perdida. Números menores correspondem a bits perdidos e maiores à captação de
ruído.
Várias baterias de testes foram realizadas com este sistema, para fazer uma
sintonia fina de ressonadores, constante de tempo dos retificadores, ganho e
fator de histerese do comparador e circuitos de desacoplamento e amplificação de
sinal.
O resultado de uma bateria de testes típica encontra-se abaixo:
Figura 16: Tabela e histograma de testes de transmissão
Ainda que o histograma seja pouco detalhado, é possível perceber o comportamento
exponencial da quantidade de erros versus taxa de transmissão.
Com o mesmo sistema de medição foi possível avaliar perdas de informação frente
a fontes de ruído e cargas pesadas na rede elétrica.
Boa parte da perda de bits ocorre pelo fato de que estes testes foram realizados
sem sincronia com o zero, ou seja, o sinal era contínuo e não apenas durante as
‘janelas de transmissão’ próximas da passagem por zero. Assim após testes com
diferentes pontos da rede, em ambientes diferentes (instalação elétrica
diferente), escolheu-se a taxa de 4kbps para a transmissão.
5.5.2: Limitação da detecção
Tanto a detecção implementada com amplificadores operacionais quanto a que
utiliza os comparadores internos do microcontrolador possuíam desvantagens.
A implementação com amplificador operacional implica no uso de mais componentes,
maior custo e complexidade, lembrando que se deseja desenvolver um produto
comercial, barato, de fácil manufatura e pequeno, esta desvantagem tem seu peso.
A implementação usando os comparadores do microcontrolador possui problemas com
a velocidade, a 4kbps cada bit tem duração de apenas 250ms, muito próxima da
taxa de amostragem dos comparadores (que envolve manipulação de registradores),
causando perda de bits.
Após uma nova análise do problema, e uma busca por outra solução que levou certo
tempo, chegou-se ao desenvolvimento de um circuito de detecção bem mais robusto,
tanto a ruídos quanto perda de bits, quase insensível a variações de amplitude
de sinal causadas pela atenuação da rede.
Este foi implementado utilizando transistores e componentes discretos, bem mais
baratos que o amplificador operacional e com construção mais simples, que
realizam o condicionamento do sinal para níveis TTL.