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Série de artigos sobre VoIP (4) |
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José de Ribamar Smolka Ramos |
Série
de artigos sobre
VoIP
Quarto artigo - Parte 06
Série VoIP (4) – Dimensionamento VoIP (WAN)
(Continuação)
Planejando para contingências:
Planejamento de contingências é um fato da vida. Para garantia da disponibilidade da rede, é necessário avaliar o risco de cada tipo de evento que possa afetar a capacidade da rede em continuar prestando o serviço (especialmente quando o QoS faz parte de um contrato de service level agreement – SLA), e planejar antecipadamente qual será a reação.
Do ponto de vista do dimensionamento da rede, são relevantes todos os eventos (quedas de links, quedas de roteadores, etc.) que causarem aumento da carga de tráfego em algum ponto da rede, comparado com a situação normal.
O modo de incorporar este planejamento ao nosso método de dimensionamento é: para cada evento significativo, elabore um novo array de rotas (ver figura 3), compatível com as rotas negociadas via dynamic switching para aquela circunstância, e repita todos os passos daí para a frente.
No final, você terá um conjunto de dimensionamentos de banda EF, pps, delay e jitter. Se o seu objetivo for garantir os níveis de QoS contratados via SLAs, mesmo diante de situações anormais, escolha o pior caso de cada link como seu cenário de planejamento.
Conclusão (por enquanto):
O método de dimensionamento que propus aqui é um algoritmo sobre o qual vinha pensando há algum tempo, mas nunca tinha parado para detalhar do início ao fim. Na maior parte, ele apenas estende o dimensionamento via modelo Erlang B para um caso mais genérico.
Entretanto, nunca vi nenhuma proposição para avaliar o delay e o jitter do tráfego VoIP na rede. Não tenho conhecimento (pesquisando na Internet) de mais alguém que tenha abordado o problema desta forma. Talvez eu esteja sendo original, ou talvez eu esteja apenas mal-informado. De qualquer forma, o algoritmo proposto (salvo a parte do uso do modelo Erlang B, que já vi “rolando” por aí) é criação minha. Se alguém já fez, ou sabe quem tenha feito, coisa parecida, gostaria de comparar as propostas.
Como não acho que sou o cara mais esperto na praça, não acredito que ninguém tenha, ainda, abordado o problema pelo mesmo ângulo que eu. Se não está disponível por aí, provavelmente é porque o método esteja “embutido” em alguma das “metodologias” que as empresas de consultoria gostam de vender. Se for este o caso, dei uma de “Mr. M” e expus o backstage do truque. Os consultores podem não gostar, mas vão ter que aparecer em público com truques melhores da próxima vez.
Este método está baseado em três conjecturas:
a) Uma combinação linear de distribuições de freqüência exponenciais também será uma distribuição de freqüência exponencial.
b) Cada roteador pode ser considerado sob dois ângulos: primeiro como um sistema com tráfego bloqueado cleared, para calcular banda EF e pps; depois como um sistema com tráfego bloqueado delayed, para calcular o delay e o jitter.
c) Os roteadores implementam o PHB EF usando os algoritmos WRED (weighted random early detection) e CBWFQ (class-based weighted fair queueing) conforme descritos no artigo anterior desta série.
Todas elas me parecem razoáveis, mas se alguém por aí puder provar ou refutar qualquer uma delas, e me enviar o material, agradeço. Claro que, em caso de refutação, all bets are off.
Por enquanto chega!! No próximo artigo (que deve demorar um pouco mais para sair – afinal, este aqui foi esgotante!) vamos falar de sinalização.
Auf wiedersehen!
(homenagem à Copa do Mundo)