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Padrão para TV Digital
Brasileira: o Limite do Sistema Canal de |
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Autores: Marcus Aurélio Ribeiro Manhães e Pei Jen Shiehs |
7. Conclusão
Neste artigo procuramos relacionar dados importantes que, de forma flexível,
possam orientar uma avaliação dos
padrões em análise. Mesmo enquanto um exercício que objetiva imparcialidade,
não é trivial a abstenção de juízos
de valor e, neste sentido, procuramos não descartar qualquer dos padrões
perfazendo uma escolha.
Percebemos a importância em se construir uma reserva de espaço para dados no
TS para a viabilidade de um
Sistema Canal de Interatividade. A concretização desta reserva é muito
dependente da ocupação de dados
estabelecida pelos codificadores de vídeo no TS. Neste sentido, não basta
apenas efetuar uma escolha entre padrões
de compressão de vídeo, pois o número de programas e combinação HD e SD também
se tornam bastante relevantes
na ocupação do TS.
Consideramos bastante promissor o paradigma de robustez diferenciada por
serviços, com a adoção de modulação
hierárquica. A evolução de implementação dos receptores, com front-end mais
elaborado, deverá favorecer os
desempenhos nos diversos padrões e, com tais medidas o Sistema Canal de
Interatividade poderá ser beneficiado
adotando-se em complementaridade pontos levantados no capítulo 6 que elevariam
a taxa do TS.
A efetivação destes pontos para a obtenção dos ganhos reais vislumbrados
depende não somente dos padrões em
análise, mas também do modelo de exploração a ser adotado para o SBTVD. Em
função do modelo de serviço e de
outorgas, numa solução onde os radiodifusores receberiam uma parcela da taxa
total do TS com determinada
robustez assegurada para seu modelo de negócio, a parcela complementar da
capacidade de transmissão do sistema
poderia ser reservada, com exclusividade, para o Sistema Canal de
Interatividade. A figura 5 ilustra esta proposição,
apresentando as entradas para o TS que contém informações de programas e de
dados do Sistema Canal de
Interatividade em separado.
Figura 5: Sistema alternativo de inserção de dados
Finalmente, concluindo, ressaltamos novamente a importância de se viabilizar
um Sistema Canal de Interatividade
para o pleno atendimento dos requisitos de inclusões digital e social do SBTVD,
traduzidos em benefícios para a
população brasileira advindos de uma sociedade informatizada e em pleno
desenvolvimento tecnológico. Para a
consecução destes desafios, todos os esforços devem ser envidados, não
omitindo nenhuma possibilidade na escolha
de padrões e de modelos de exploração. As questões técnicas levantadas –
transmissão hierárquica, robustez
diferenciada, potência de transmissão, área de cobertura, codificação de
vídeo, etc. - devem ser cuidadosamente
analisadas, pautando inclusive a definição de modelos de serviço e de
negócios. É fundamental estabelecer uma
maior taxa de transmissão, sem perda de qualidade, que permita a
disponibilização de serviços e aplicações no
Sistema Canal de Interatividade, favorecendo a população brasileira sem
distinção de classe econômica. Nesta
análise podemos compreender que as soluções técnicas podem viabilizar a maior
taxa de transmissão, no entanto,
não são suficientes para a definição do SBTVD, pois as questões econômicas e
modelos de negócio serão os
determinantes primordiais, inclusive sobre os aspectos regulatórios.
8 Referências
[1] M.A.R. Manhães e P.J. Shieh, “Canal de Interatividade: Uma Visão de Futuro
(revisão3.0)”, CPqD, publicação
interna, 2005.
[2] M.A.R. Manhães e P.J. Shieh, “Canal de Interatividade: Conceitos,
Potencialidades e Compromissos”, CPqD,
publicação interna, 2005.
[3] Decreto Presidencial no. 4.901; Brasil; 26/11/2003.
[4] M. Giansante et al; “Cadeia de Valor – Projeto Sistema Brasileiro de
Televisão Digital”; CPqD, 2004.
[5] J. M. Martin Rios, D. M. Pataca e M. C. Marques; “Panorama Mundial de
Modelos de Exploração e Implantação
- Projeto Sistema Brasileiro de Televisão Digital”; CPqD, 2004.
[6] Requisição Formal de Proposta (RFP) Nº 14/2004 – Canal de Interatividade
(anexo à CARTA CONVITE
MC/MCT/FINEP/FUNTTEL - Nº 14/2004).
[7] Requisição Formal de Proposta (RFP) Nº 02/2004 – Subsistema de Modulação
(anexo à CARTA CONVITE
MC/MCT/FINEP/FUNTTEL - Nº 02/2004).
[8] Requisição Formal de Proposta (RFP) Nº 18/2004 – Subsistema Inovador de
Modulação (anexo à CARTA
CONVITE MC/MCT/FINEP/FUNTTEL - Nº 18/2004).
[9] Plano Básico de Distribuição de Canais Digitais – PBTVD, Anatel, em
www.anatel.gov.br.