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Por quê, como e quando migrar ao GSM (6) |
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Autores: Eduardo Nascimento Lima e Marilson Duarte Soares |
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Casos de competição entre diferentes padrões tecnológicos (continuação)
Peru
Este caso foi retirado da matéria "GSM e liberdade
contratual são aliados da TIM no Peru", publicado na Teletime
de setembro de 2002 (edição especial).
Quarta operadora a entrar no mercado peruano, a "carrier"
italiana já detém 14% de "market share".
A situação do setor de telefonia móvel no Peru não era das
melhores no final de 1999. O mercado era pouco
desenvolvido e, mesmo com três operadoras oferecendo serviços
celulares, havia apenas 4% de penetração, taxa
equivalente a um milhão de linhas em serviço, de acordo com o
Organismo Supervisor de "Inversión Privada en
Telecomunicaciones" (Osiptel), órgão regulador do setor
naquele país. Pouco mais de 35% dos assinantes
possuíam aparelhos digitais e a base de usuários pré-pagos
correspondia a cerca de 63%.
Foi nesse cenário que, em maio de 2000, a TIM entrou no mercado
peruano ao adquirir por US$ 180 milhões uma
licença para operar GSM na freqüência de 1,9 GHz. Dados de
junho de 2002 da Osiptel apontam aumento da
penetração da telefonia celular para 7,66% e participação de
12,7% de "market share" da TIM.
A TIM Peru SAC, 100% controlada pela Telecom Italia Mobile,
investiu US$ 250 milhões em 2000, incluindo a
compra da licença, para iniciar as operações. A primeira
ação da nova "carrier" foi realizar uma pesquisa de
mercado para posteriormente estabelecer a estratégia de entrada
em operação.
De acordo com o gerente de vendas ao consumidor da TIM, Carlos
Calderón, mesmo com três empresas em
operação - Nextel, BellSouth e Telefônica, o mercado
apresentava pouca competição e alto índice de insatisfação
dos consumidores, principalmente por conta dos contratos que
prendiam o assinante por um ou dois anos. "Os
planos tarifários eram confusos, com pouca transparência e
custos embutidos que apareciam em letras miúdas
nos contratos", afirma. Segundo ele, a comunicação era
pouco segura, sujeita a clonagens e chamadas
fantasmas, e as estratégias eram diferenciadas por região.
Auxiliados pela tecnologia GSM, a operadora desenvolveu o
conceito de venda de pacotes de serviços com voz e
dados, sem contrato e menor risco de clonagem. Uma grande
campanha de marketing foi elaborada e veiculada
em emissoras de rádio e de TV, mídias impressas e
"outdoors". O modelo adotado colocou o nome da nova
operadora como sinônimo de liberdade com o slogan "TIM,
sua liberdade".
"A campanha foi um sucesso", garante Calderón.
"Havíamos prospectado um total de 89 mil vendas até o final do
primeiro ano de operação, e só nos primeiros três meses
alcançamos 50 mil vendas."
A tecnologia adotada pela TIM teve grande participação no
resultado das vendas porque permitiu a
comercialização de aparelhos mais baratos, por conta da
economia de escala mundial. Os serviços oferecidos
também foram outro atrativo. O fato de todos os aparelhos GSM
virem capacitados para troca de "short
messaging service" (SMS), roaming nacional em mais de 280
localidades, comunicação de dados "always on" a
28,8 Kbps e tarifas mais baixas conquistou a adesão dos
clientes. Foi decisiva também a liberdade contratual,
desatrelada de qualquer prazo para retenção do assinante.
Revisão de metas
Dados mais recentes da TIM revelam que a operadora ultrapassou
em agosto de 2002 a marca de 320 mil
assinantes, "market share" de 14% e redução média
de tarifas de 30%, afirma Calderón, que participou do
Americas Prepaid Forum, realizado em São Paulo pelo IBC.
"Esperávamos alcançar o "break even" no fim de
2003, mas, devido à desaceleração global do setor e da
economia como um todo, tivemos de rever esta meta em
mais um ano", afirma.
Atualmente, a cobertura da rede da TIM atinge mais de 12 milhões dos 25,7
milhões de habitantes do Peru.
Figura 12 - Peru em grandes cifras