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Conheça os problemas
de segurança de sua “velha telefonia móvel” |
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Autores: Eduardo Nascimento Lima e Marilson Duarte Soares |
Esta página
contém duas figuras grande. Aguarde a carga se a conexão estiver lenta
Um grande passo para segurança são os números IMSI e MSISDN
Existe uma informação
importante nesse momento que deverá ficar clara para não haver confusões
quando uma pessoa estudar plano de numeração internacional. Apesar de
apresentar uma estrutura similar aos números que discamos nos sistemas
celulares, o IMSI é um número interno da rede GSM, diferente do número que
o usuário disca para estabelecer uma ligação com um aparelho celular. Desta
forma, fica impossível para um “hacker” obter o número IMSI de um
aparelho celular para tentar realizar a clonagem.
O sistema GSM
trabalha baseado no número IMSI (“International Mobile Subscriber Identity”)
definido na Especificação Técnica 3GPP TS 03.03 V7.6.0 ou na ITU-E.212 ,
alocando um único número para
cada usuário no mundo, ficando interno à rede e não podendo ser capturado
por “hacker”. Seu formato pode ser observado na figura abaixo:
Figura 5: Estrutura do IMSI
Onde:
- MCC (“Mobile
Country Code”) = Identifica o país onde foi registrado o aparelho celular;
- MNC (“Mobile
Network Code”) = Identifica a rede onde o celular foi registrado. No caso
brasileiro temos um número para OI e outro para TIM;
- MSIN (“Mobile
Subscriber Identification Number”) = Identifica o aparelho celular dentro de
uma rede móvel.
O número discado
para chamar um aparelho celular na rede é fornecido pelo MSISDN que poderá
ser estudado na Especificação Técnica 3GPP TS 03.03 V7.6.0 ou na ITU-E.164,
sendo esse número internamente na rede móvel associado de maneira
transparente para o usuário ao IMSI. Então, observamos que um número MSISDN
pode ser: 55 11 83411234, e o número
IMSI relacionado com esse número pode ser: 724 01 0123456789.
II.3. O tamanho do mercado de “roaming” no mundo
O Brasil até o
momento ficou tecnologicamente impossibilitado de aproveitar as receitas
geradas pelo “roaming” mundial das comunicações móveis. Até maio deste
ano foram registradas mais de 1,5 bilhão de chamadas completadas em
“roaming” com aparelhos celulares. A
receita mundial gerada em 2000 por serviços de “roaming” foi de US$ 600
milhões podendo chegar a US$ 1,6 bilhão em 2005.
O “roaming”
global não pode se basear apenas em serviços de voz, mas também na
transmissão de dados, sendo o SMS (“Short Message Service”) o serviço
mais usado. Segundo estudos do GSM Association, na metade desse ano foram
enviadas mais de 20 bilhões de mensagens curtas pelo mundo, sendo um volume
três vezes maior que o mesmo período de 2000.
Os problemas
criados no Brasil pelas tecnologias do padrão ANSI e a falta de cultura do
assinante para uso do SMS e WAP, colocam os serviços de dados com apenas 1%
do faturamento no setor. Estudos indicam que apenas um quarto dos assinantes
brasileiros acessam dados pelo celular.
II.4. Os outros componentes das redes celulares que garantem sua segurança
A maior diferença
que o usuário de um aparelho celular no padrão GSM observa ao iniciar sua
operação na rede está no uso do SIM-Card e na obrigatoriedade de digitar
uma senha de 4 dígitos denominada PIN (“Personal Identity Number”). Os
novos terminais celulares serão apenas a interface para transmitir e receber
sinal e toda informação do usuário estará no SIM-Card ( Módulo de
Identificação do Assinante) que fornece ao terminal móvel uma identidade. O
aparelho móvel não funciona (exceto para chamadas de emergências) sem um
SIM-Card.
Figura 6: Terminal + SIM-Card = aparelho celular
Após a inserção
do cartão SIM no telefone móvel, visando proteger o usuário contra roubos,
o telefone solicita que o usuário introduza um número de identificação
pessoal (PIN) de 4 dígitos. O PIN é armazenado no SIM-Card e serve como
senha pessoal. Se um PIN incorreto for introduzido três vezes consecutivas, o
cartão fica bloqueado, e só pode ser desbloqueado com um código de oito dígitos
(PUK) que também fica armazenado no SIM. Caso este número também seja
digitado de forma errada, o SIM fica bloqueado e só poderá ser desbloqueado
com a ida do usuário até a operadora. Como podemos observar essa proteção
não existe nos sistemas celulares atualmente implementados no Brasil com
tecnologias CDMA e TDMA, mas será verificada com a entrada das operadoras TIM
e OI usando tecnologia GSM.
O padrão GSM/GPRS/EDGE
foi desenvolvido com alguns bancos de dados que visam exclusivamente proteção
contra clonagem, roubo, equipamentos contrabandeados e invasão do sistema
para roubo de informações. Dentro do bloco de comutação do sistema celular
podemos identificar o banco de dados AC (Centro de Autenticação) e o EIR (
Registrador de Identificação de Equipamento). Vamos agora verificar o
funcionamento de cada banco de dados dentro do sistema.
EIR = É um banco
de dados que armazena o número denominado IMEI (“International Mobile
Equipment Identity”) dos
aparelhos móveis, sendo um padrão mundial para tecnologia GSM. Este número
de padrão internacional apresenta 15 dígitos, sendo alguns para identificar
o número de série do aparelho, outros para identificar o código de
montagem. Este banco de dados permite verificar possíveis fraudes e roubos de
terminais, podendo bloquear o acesso de tais aparelhos a rede.
AC = A finalidade
da autenticação é proteger a rede contra usuários não autorizados. A
facilidade de autenticação assegura que o usuário (assinante móvel) é
quem ele diz ser e evita sua clonagem. A autenticação do assinante é
executada em cada registro e em cada tentativa de estabelecimento de chamada.
II.5. Como fica o assinante sem segurança nas atuais redes AMPS, TDMA e CDMA
Os sistemas
norte-americanos atualmente em operação no Brasil não apresentam a
possibilidade da segurança do SIM-Card , nem a obrigatoriedade das senhas PIN
e PUK, assim como não é observado o emprego de bancos de dados como o EIR,
gerando uma facilidade muito grande para roubos de aparelhos que geram uma
enorme dor de cabeça aos seus usuários.
As estimativas de
roubos de celulares no Brasil assustam, pesquisas apontam mais de 1 milhão de
aparelhos celulares que já foram roubados até hoje. Com as tecnologias
atualmente utilizadas nas bandas A e B, as empresas e o governo são forçados
a criar o cadastro nacional de aparelhos roubados (www.celularroubado.com.br/imprensa.asp),
coisa que poderia ser implementada de forma direta através do banco de dados
EIR no sistema GSM.
A necessidade de
trafegar dados está também presente nos sistemas móveis, sendo importante
garantir a segurança no momento da transmissão no ar. Mas como garantir essa
segurança em redes que geram prejuízos para as operadoras brasileiras que
variam muito de região para região e da necessidade de “roaming”de seus
assinantes? Esses valores podem variar de 0,1% até 2% do faturamento. Nos
EUA, berço das tecnologias AMPS, CDMA e TDMA, os prejuízos com clonagens de
aparelhos móveis estão por volta de 2 bilhões de dólares por ano. Já não
são mais novidade os problemas do “roaming” nesses sistemas, sendo comum
o assinante receber orientações para não ligar seus celulares em aeroportos
e etc..
No primeiro momento
fica claro que os celulares podem ser clonados quando realizam o “roaming”
devido à necessidade de usar a base analógica AMPS. Podendo também ser
clonado um aparelho que não saiu de sua área com cobertura digital e sempre
esteve conectado na tecnologia TDMA ou CDMA. Essa explicação, apesar de
menos perceptível, pode ser facilmente avaliada por técnicos da área, pois
tanto os sistemas TDMA como CDMA apresentam autenticação de usuários e
ciframento através das especificações ANSI-634, que possuem à chave A, o
“Call Count” e o SSD (“Shared Secret Data – de 128 bits”) garantindo
segurança como no GSM. O problema é que diferentemente do sistema GSM que
vai automaticamente com todas as implementações de segurança, os sistemas
norte-americanos oferecem opcionalmente as opções de segurança a um preço
bastante elevado. Em função do alto custo e como o número de casos de
clonagens ou escuta telefônica ocorrem com maior freqüência no momento em
que os usuários utilizam as redes analógicas, as operadoras acabam não
implementando essas opções de segurança. Tendo mais um exemplo de como os
ganhos de escala do GSM propiciam menores custos até mesmo às mais
sofisticadas soluções.
O consumidor
brasileiro e as novas operadoras do SMP vão ter a oportunidade de trabalhar
com uma tecnologia testada e aprovada no mundo, tanto para dados como para voz
e terão eliminados os prejuízos com clonagens de aparelhos e roubos.
O Brasil finalmente vai estar conectado ao mundo, disponibilizando aos seus usuários o esperado “roaming” de voz e dados, e nossas operadoras vão passar a contar com uma tecnologia com passos bem definidos rumo à terceira geração, sem que haja a possibilidade de abandono das mesmas e de seus clientes; fornecendo ainda garantia de retorno dos investimentos feitos nas redes e possibilitando o aumento das receitas com “roaming” internacional.